sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Amigos, esperanças e desesperanças...





Mas reservarei em Israel sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal, e cujos lábios não o beijaram.

1 Reis 19:18

 "Mas reservarei em Israel sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal, e cujos lábios não o beijaram" (1 Reis 19.18)

Mas reservarei em Israel sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal, e cujos lábios não o beijaram.

1 Reis 19:18


Tenho voltado a refletir, nos últimos dias, sobre a importância e necessidade de boas amizades em nossas vidas. 

Lembro-me da época em que os blogs cristãos explodiram na internet brasileira. Há uns 5 ou 6 anos criei o Sonhando na Contramão e, alguns anos depois, o Mulheres Virtuosas, e lembro quantos amigos preciosos fiz através desses instrumentos. Acompanhávamos as reflexões uns dos outros, nos reconhecíamos nas lutas uns dos outros, sentíamos que não estávamos sozinhos, tínhamos tanto a compartilhar, e aquilo inundava nossos corações de alegria e de desejos, de sonhos, de esperança, de vontade de participar da transformação desse mundo, da nossa geração e das gerações futuras. Que tempo incrível! Confesso que ainda olho para ele como o período áureo da minha vida cristã! Que paixão! Quando penso em Apocalipse falando do Primeiro Amor, lembro dessa fase, além da época da conversão (porém, esta, um pouco mais imatura).

Porém, 5 anos depois, lembrando das conversas tão edificantes e apaixonadas por Deus que eu tinha com tantas pessoas, meu coração entristece pois vê quão poucas delas permanecem ainda hoje. Quantas ficaram no caminho. Algumas simplesmente cansaram e acomodaram, outras foram sufocadas pelos tantos compromissos deste mundo e assim esfriaram, outras se frustraram e abandonaram a fé e escolheram o mundo... Lembro dos grandes sonhos que sonhávamos juntos, sonhos de mudar o mundo, de entregar nossas vidas, de santidade radical, de entrega... e vejo quantos desses sonhos morreram. Quantas daquelas pessoas com quem eu sonhava, hoje já não sonham mais – ou não com aquele brilho no olhar.

E eu confesso que todo esse quadro me deixou tão desanimada, mesmo desesperançosa. Quantas vezes parei para questionar se tudo isso que construí, ou que acredito que Deus esteve construindo em minha vida nos últimos anos, não é castelo de areia, que o mar vai bater e vai levar, que o vento vai acabar destruindo, porque não é castelo de verdade, é só areia. Eu me chocava ao ver jovens cristãos assustados ao saber que, aos 27, eu nunca havia namorado, mas não de uma maneira positiva, mas daquela maneira “Qual o problema dela?”. Me chocava ao vê-los tratando o relacionamento amoroso cristão de qualquer maneira. Me chocava ao vê-los não se importando em tornar-se cada vez mais parecidos com o mundo. E eu desanimei. Entristeci. Me senti só. Meus companheiros já não estavam comigo, alguns porque começaram relacionamentos e precisaram afastar, outros por causa da vida corrida de trabalho e compromissos (como eu!), outros porque simplesmente já não acreditavam no que acreditávamos no passado... o fato é que passaram. E, eu não percebia mas, é tão difícil nadar contra a maré sozinho. Parece que ela sempre será mais forte que a gente.

Mas, então, nos últimos dias, Deus me abençoou com momentos tão preciosos. Como quando Elias desesperou ao ver que os profetas de Baal só se multiplicavam, enquanto os profetas do Senhor Deus desapareciam cada dia mais, e ele se sentiu sozinho diante de uma batalha tão maior do que ele, e quis desistir, e quis ir embora, e quis abrir mão de sua própria vida, pois parecia não haver mais esperança; naquele momento, Deus o levou a uma caverna, tratou da sua dor, falou com ele e lhe revelou que ainda havia um remanescente que também não havia se rendido a Baal. Ele não estava sozinho! Mesmo que não pudesse ver.

Acho que passei por essa experiência de Elias, nos últimos meses. E dois amigos muito especiais em minha vida foram as pessoas usadas por Deus para me mostrar que eu não preciso desistir, que ainda há guerreiros espalhados por aí, crendo e lutando, e fazendo parte da minha história. Duas pessoas que começaram essa caminhada ao meu lado, há uns 5 anos, através deste blog, e que, pela graça de Deus, nunca mais saíram da minha vida – e ainda hoje são usados pelo Pai para continuar me abençoando e fortalecendo minha fé: Lívia Eller, minha mana linda e minha amiga virtuosa de Volta Redonda/RJ, e Lucas Louback, esse guerreiro de Deus, também lá do Rio de Janeiro, a quem sou grata por poder chamar de amigo e que tem me mostrado uma fé tão genuína e um exemplo de vida rendida ao Senhor e usada por Ele. Que tesouro olhar para suas vidas!

Quando estive me deixando convencer de que deveria ou poderia reduzir meus padrões de relacionamento e que poderia me aproximar sem tanto cuidado de um certo rapaz, lá estava minha companheira, Lívia, andando com Deus, ouvindo de Deus, refletindo, aprendendo e me lembrando dos padrões que juntas aprendemos do Pai e sendo minha força para decidir pelos caminhos certos e, principalmente, para realmente crer que eles são os melhores – infinitamente melhores – caminhos. Lembro quando nos conhecemos e lá estava ela pedindo conselhos sobre relacionamento. E hoje é minha conselheira linda e inspirada por Deus! Sua perseverança, seu amor por Cristo, seu desejo de honra-Lo com sua vida, de ser guiada por Ele e de sempre optar pelos caminhos que vêm dEle foram a inspiração que eu precisava! Me fizeram desejar todas essas coisas de volta para minha vida e não desacreditar do valor precioso de ser uma Mulher Virtuosa. Ela tem sido meu exemplo de Mulher Virtuosa - lutando para sê-lo. Essa é a parte tremenda dos relacionamentos cristãos: quando um está fraco, o outro está forte, e assim fortalecemos um ao outro. Graça.

E quando eu passei um ano quase inteiro questionando sobre meu chamado, minha missão, tentando entendê-la e ter fé suficiente para seguir a direção do Pai, seja ela qual for, olho para a vida do Lucas, enfrentando algumas dificuldades tão grandes, que poderiam ter afetado sua fé, e o vejo tão firme, crescendo em Deus, tendo seu chamado tão confirmado e sua vida tão direcionada, sendo usado de maneira tão bonita pelo Pai e, poxa vida, como isso alegra e enche de esperança meu coração! Olho para sua vida e minha fé no futuro é fortalecida, de que o Senhor também me guiará rumo à Sua vontade!

Que preciosas são as boas amizades! Aquelas amizades que refletem a Cristo, à graça de Deus, ao Seu poder, soberania, santidade, pureza; que nos aproximam dEle, que nos fazem deseja-Lo mais e amá-Lo mais; que O tornam mais precioso aos nossos olhos e corações! Ah... elas são oásis em meio ao deserto desta vida! São instrumentos pelas quais Deus se torna nosso refúgio e nossa fortaleza! Precisamos delas! Lutemos por elas! Tiremos tempo para cultivá-las e desfrutá-las, tempo para conversar com pessoas assim, para ouvi-las, para nos confessarmos, para deixar Deus trabalhar em nós. Precisamos disso! 

E meu desejo é estimular a cada um que, no meio deste mundo louco em que vivemos, das vidas corridas e dos tempos sempre tão preenchidos por coisas que nos cansam, nos abatem e esfriam nossa fé, a encontrar essas pessoas de Deus, cristãos genuínos e apaixonados pelo Senhor, inconformados com este mundo, e a ter tempo com eles. Abrir mão de uma noite de trabalho para ouvi-los. Porque assim estava minha vida, corrida e estressante e, assim, quase sem esperança, mas encontrar essas pessoas, mesmo a distância, mesmo com menos tempo do que realmente gostaria, e saber de suas vidas, foi um dos grandes instrumentos que o Senhor usou para fortalecer a minha fé!

Nosso Pai nos dê amigos-irmãos, para Sua glória!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

La vie...


Ai, ai... a vida, a vida...

Parando pra olhar pra trás, sempre me pego contemplativa sobre a vida. Quantas coisas.

Quanto já se passou, quanto já mudou, quanto já mudei. Quanto minhas convicções, minhas crenças, meus sonhos, meu eu já foram testados, e continuam sendo, nessa estrada cheia de curvas que é a vida. Quanto de mim já ficou pelo caminho, e quanta coisa nova se acrescentou. Pessoas que eu pensei que ficariam pra sempre, hoje já não estão e, mesmo continuando a fazer falta, passaram, como a vida passa. Mas gente nova também se achegou. E a verdade é que eu vivo assim, nessa labuta de perder e ganhar, sem querer abrir mão de tanta coisa, cheia de saudade, em minhas paradas nostálgicas, relembrando e desejando voltar. Tenho parado por aqui para relembrar de mim mesma, aquela menina sonhadora e sempre cheia de inspirações e coisas para contar. Sinto saudade dela, muitas vezes, nos dias de hoje. Acho que ela chegou na adolescência e/ou juventude, e aquela fase sempre barulhenta e corrida de se definir aonde se vai. E, nessa correria, às vezes precisa mesmo se obrigar a aquietar e ser menina de novo. Vou e volto a este canto, para reaprender o que já havia aprendido, relembrar o que não pode ser esquecido, olhar novamente para o mapa e manter o foco no plano. E isso é tão bom... Ainda vivo esperando ansiosamente o porvir, mas talvez com mais calma agora, com mais paciência. Ver alguns sonhos se aproximando mais e mais e poder sentir paz, no lugar das antigas palpitações e dilatações da pupila, é algo muitas vezes estranho, mas também é bom, eu acho. Tô tentando aprender isso também. Acho que tenho dificuldade em compreender essa nova fase, esse processo de transição e quanto se deve lutar pelas coisas dos passos iniciais. Mas acho que, um dia, vou acabar entendendo. O fato é que o rio continua correndo, e a vida também. E a melhor conclusão que posso ter, sempre e sempre, depois de todas as minhas meditações, no outono ou no inverno, na primavera ou no verão, é que Ele continua aqui. Ah, meu grande alívio! Minha grande esperança! Minha força sobre todo e qualquer tempo! No fim, Ele tem me feito concluir, por graça, essa graça infinita e quase inacreditável, que Ele continua aqui. E continuará. Sempre. Sempre. E como Ele me ajudou a dar os primeiros passos, como Ele me ensinou a andar e, depois, a correr, Ele é quem continuará me ensinando os passos, grandes e pequenos, para prosseguir. Meu guia a me mostrar para onde dobrar. Meu protetor na hora do perigo. Meu sustentador na hora da fraqueza. Meu consolador e meu amigo. Meu Pai e meu Salvador. Sempre. Sempre. Ele esteve no meu passado. Ele está agora. E Ele já está lá na frente, em qualquer que seja o futuro que me espere. Ele estará lá. E que tesouro mais precioso eu poderia ter? Ele estará lá! Posso descansar. Eu posso me alegrar! Posso ter a certeza de que serei feliz – pois Ele estará lá!

Eu não sei o que virá. Não sei quantos dos tesouros que hoje me são tão valiosos permanecerão. Não sei quanto de mim mesma permanecerá. Mas de uma coisa eu tenho certeza: meu Senhor estará lá esperando por mim, preparando tudo para mim. E é assim que meu coração encontra paz, e fé, e força para ir em frente. E ser feliz.


Vamos caminhar...