“Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável” (Isaías 58:12)
Cara, como esse versículo fala sobre a nossa geração! Que tempos são esses que temos vivido? Tempos em que o Bom Caminho de Cristo está quase totalmente abandonado, em cada aspecto da sociedade. As famílias se encontram perdidas, sem rumo, desestruturadas, com papéis trocados, com os olhos vendados, atraídas pelo brilho deste mundo e tão distantes da Palavra de Deus. A igreja encontra-se tão enganada, cega, também perdida no meio do caminho, indo não se sabe pra onde, correndo atrás do vento, acreditando em falsas profecias e dançando e fazendo festa no meio da guerra, quando deveria estar se preparando pra última batalha. E toda a sociedade sofre as graves conseqüências disso – nem precisamos falar sobre como está a sociedade! Se Família e Igreja, que são os dois grandes fundamentos de Deus neste mundo, estão bagunçadas, como poderia ser diferente em todo o resto?
E aqui nos encontramos, a nossa geração. No meio de toda essa bagunça. Dentro de casa, ou nas famílias ao redor, vemos as pessoas falando de divórcio ou de “se amigar” (morar junto) como se fosse algo completamente aceitável; pregando tão enfaticamente a INDEPENDÊNCIA DA MULHER, evidenciando o quanto é inaceitável que nós, mulheres, sejamos submissas ou dependentes em qualquer aspectos de “um homem”, e o quanto “a mulher é quem manda na casa!”, e vendo mulheres vivem afirmando amar seus esposos mas não se preocupam nem um pouco em respeitá-los ou em ajudá-los; olhamos para os homens e ficamos ainda mais preocupados, porque os homens se tornaram apáticos, aqueles que antes eram os líderes, os guerreiros que lutavam pela segurança do lar, que disciplinavam e eram firmes, hoje são tão indiferentes, nunca se metem em nada, nunca querem assumir a responsabilidade, e nem mencione contrariar a esposa – porque eles não querem ter “conflitos”, então deixa ela mandar! Vemos pais que moldam seus filhos com objetivos voltados exclusivamente para si mesmos, individualistas e consumistas, preocupados com posição social, bons salários, conforto e bens materiais, mas tão perdidos em suas próprias identidades e destinos, sem saber o que estão fazendo nesse mundo, e principalmente sem se preocupar com o que Deus quer que eles façam nesse mundo!
E aí Deus entra na parada! Deus olha para a nossa geração e decide nos chamar. Deus resolve abrir os nossos olhos e nos fazer ver todas essas coisas, e entender que tá tudo errado! De verdade, não haveria outra forma de vermos como tudo isso é contrário a Deus se não fosse por Sua Graça e Misericórdia em nos mostrar isso, porque dentro de toda essa realidade familiar estão muitos e muitos que se chamam cristãos! Mas, talvez do meio de uma família pior ou não tão ruim quanto o descrito acima, Deus levanta um, dois, três, quatro jovens, e resolve nos ensinar quais são os Padrões DELE! Que doido! Às vezes fico pensando em como podemos ter pensamentos que são tão contrários à nossa sociedade, à realidade que vivemos e vemos ao redor, em todo canto, como podemos desejar algo diferente disso, como podemos acreditar que ainda existe algo a fazer, uma batalha para lutar. Somente Deus mesmo! E aí está o CHAMADO DA NOSSA GERAÇÃO.
Craig Hill, no livro Veredas Antigas, conta a história de uma cidade, nas sociedades antigas, que era cercada por uma muralha. A muralha era a proteção daquela cidade e do povo que ali habitava. Em função dela, aquele povo vivia em paz, protegido dos ladrões e salteadores que andavam ao redor. Depois de algumas gerações terem vivido dentro de uma cidade rodeada por uma muralha, tão poucos inimigos foram vistos que muitos dos habitantes não tinham mais consciência do propósito da muralha. No entanto, existe um problema com as muralhas: apesar delas manterem os inimigos do lado de fora, elas também aprisionam os moradores do lado de dentro. Um certo dia, um pescador que morava na cidade, descobriu que o maior peixe só poderia ser pecado fora da cidade, além da muralha. Como os portões da muralha se mantém trancados, o pescador resolve fazer um pequeno buraco na porção da muralha que fica próximo à sua casa, para passar somente para fazer a pesca e voltar. Que mal um buraco tão pequeno como aquele pode fazer à cidade? Contudo, uma certa noite, um de seus amigos pergunta como ele conseguiu um peixe tão grande, e ele revela o seu segredo. Entusiasmado com aquela grande idéia, seu amigo também resolve fazer um pequeno buraco na muralha próxima de sua casa para pescar.
Craig Hill termina a história com as seguintes palavras:
“Você pode imaginar a cena daqui por diante. Logo, todos que moram próximos à muralha cavam seus próprios buracos através dos quais possam sair e voltar, cada um em diferentes direções. Se isso continuar por algumas gerações, tudo o que restará serão alguns pilares estendidos no lugar da muralha. Porém, é muito conveniente para todos os habitantes saírem e entrarem quando bem quiserem, mas as notícias logo soam nos ouvidos dos inimigos, e estes começam a saquear e roubar outra vez. Então, sob essas circunstâncias, cada cidadão torna-se novamente um soldado. As crianças não podem mais brincar do lado de fora sozinhas. Cada pequena tarefa torna-se uma experiência de alto risco à vida. É perigoso andar na rua para buscar um pão ou mesmo sair na varanda devido aos inimigos que estão de tocaia. A vida desses habitantes é agora consumida pela preocupação quanto à segurança de suas famílias e não mais quanto à busca do chamado e do propósito de vida. Esse é um exemplo físico do padrão espiritual de nossa sociedade atual. É como se vivêssemos em uma cidade sem muralhas onde a maioria de nós estivesse tão preocupada em desempenhar as tarefas que não tem tempo ou energia para buscar ou mesmo para descobrir o propósito e o chamado de sua vida. Suponhamos, então, que o conselho da cidade naqueles tempos antigos decida reerguer as muralhas. Agora os netos daquele primeiro pescador que cavou o primeiro buraco através da muralha são donos de um negócio de pesca e possuem 100 empregados que dependem da pesca durante a noite. Quando o conselho da cidade anuncia que a nova muralha vai ser reerguida bem no meio da área de pesca, os 100 empregados e suas famílias se levantam contra a idéia. O problema com a reconstrução das muralhas é que isso sempre custa muito para a geração na qual as muralhas são reconstruídas. Elas são forçadas a tomar uma decisão tanto para seu próprio benefício imediato quanto para o benefício de toda uma cidade e das futuras gerações.”
Essa é, de fato, a história da nossa geração. O Senhor tem nos mostrado as muralhas sendo derrubadas, tem aberto nossos olhos pra ver todos os danos que temos sofrido em função da destruição das muralhas, e tem nos chamado para fazer algo. Temos sido chamados exatamente para REPARAR AS BRECHAS que foram feitas, para RESTAURAR AS VEREDAS, os caminhos de Deus, para que o país se torne habitável novamente.
Quem nunca parou pra pensar sobre como será o mundo na época de nossos filhos? Às vezes paro pra pensar sobre isso e fico arrasada! Penso mesmo se será bom ter filhos, porque o mundo já tá tão bagunçado hoje, e já é tão duro tentar seguir os Padrões de Deus hoje, que nem consigo pensar no que meus filhos irão viver! E a verdade é que, se não houver REPARADORES DE BRECHAS e RESTAURADORES DE VEREDAS hoje, em nossa geração, “o país” se tornará realmente inabitável para nossos filhos! E é aqui que temos recebido nosso chamado! Nós seremos aqueles que iremos reparar as brechas e restaurar os caminhos exatamente para LEVANTAR OS FUNDAMENTOS DE MUITAS GERAÇÕES. Os fundamentos das gerações que estão por vir serão construídos através de nós. E estas gerações, nossos filhos, poderão viver novamente protegidos pelas muralhas que nunca deveriam ter sido destruídas. Nós iremos reparar as brechas, nossos filhos serão os CONSTRUTORES DAS ANTIGAS RUÍNAS.
Sem dúvida, nossa geração tem sofrido e ainda continuará sofrendo muitos danos em função dos erros e desvios das gerações passadas. Sim, o Senhor irá começar a mudar a história através de nós, eu acredito muito nisso. Mas, quão doloroso isso tem sido e ainda será para nós! O preço que nós, a geração que tem sido chamada e que irá resolver voltar atrás e reconstruir as muralhas, vamos pagar é muito grande. Nós iremos lutar contra a “liberdade” com a qual estão todos acostumados, vamos falar de coisas que parecerão “escravizar” ou “impor limites”, e as pessoas não querem isso. Mas nós sabemos que isso é necessário. É necessário para nós, mas é especialmente necessário para as próximas gerações. Nós iremos construir os FUNDAMENTOS, o alicerce, a base para que eles possam completar a obra. Nossos filhos terão a oportunidade de viver em lares, em famílias segundo o Padrão Divino, seguindo os preceitos Bíblicos, e através disso eles serão capacitados a RECONSTRUIR, a LEVANTAR de novo as paredes da muralha, onde estava apenas o alicerce.
Não será fácil. Não é fácil. Nunca foi e nunca será fácil ou “confortável” destruir coisas, para reconstruí-las. Provavelmente seremos mal entendidos, até mesmo perseguidos, por nossas próprias famílias, nossos pais, tios, irmãos, amigos, tão acostumados com a vida sem muralhas ao redor da cidade. Mas nós sabemos da importância delas, e precisamos pagar o preço. Precisamos pagar o preço se sermos chamados de extremistas por entendermos que Deus tem propósitos e papéis diferentes para o homem e para a mulher, que existe uma forma correta de conduzir a família, existe um líder determinado POR DEUS, existem proibições sim, existe um foco diferente, uma necessidade de guardar nossos filhos das investidas desse mundo e prepará-los para o Reino. Existe muito trabalho para fazer! E não será uma obra bonita! Não
seremos nós que vamos comprar as tintas para pintar a casa, não seremos nós que vamos comprar os artefatos de decoração, tão lindos e agradáveis. Nós seremos aqueles que se sujarão com areia, cimento, seixo, que mexerão com ferros e tijolos, para construir o alicerce, aquela parte da casa da qual ninguém lembra, que ninguém vê. Ninguém acha bonito construir alicerces. Mas eles são a base de todo o restante da construção. Um dia, sim, se Deus quiser, nós e os outros veremos a casa sendo levantada, e quão lindos serão os frutos que nossos filhos darão! Nós poderemos ver os frutos nas famílias de uma geração que resolveu se guardar em pureza, ao invés de ficar se contaminando com os prazeres passageiros desse mundo. Poderemos ver famílias novamente estruturadas, realizadas em Deus, com identidades e destinos muito bem definidos, com maridos, esposas e filhos realizados por estarem desenvolvendo os papéis que Deus designou a eles para o bem andar do lar. Poderemos mostrar ao mundo os frutos de todas as nossas renúncias e todo o tempo perdido com cimento, tijolo e areia.
Há muitas brechas a serem reparadas. Muitos caminhos a serem restaurados. Muitos fundamentos a serem reconstruídos. As futuras gerações contam conosco! Não paremos de lutar!
Um comentário:
Do ponto de vista humano, reconstruir as muralhas parece tão utópico, idealista, impossível de realizar!! Ao ler os últimos parágrafos questionei-me: será possível que este mundo seja restaurado? Que diferença fará um punhado de pessoas que pensam desta forma, no meio de milhares que pensam de forma diferente? Parece tão irrealista!!
Mas logo a seguir penso:"Se não forem estes poucos a fazer a diferença quem será? Se baixarmos os braços e optarmos por não fazer nada, é ainda mais provável que nada aconteça!". Depois lembro-me de Neemias que apesar de ver os muros em ruínas, levantou-se e propôs no seu coração ir a Jerusalém reconstruir os muros. Imagina agora no nosso tempo...quem é que se levantaria para reconstruir os muros? Isso envolve trabalho, muito trabalho, noites sem dormir para que a obra avance!!
E agora, falamos dos muros que têm sido derrubados na nossa geração. Como restaurar esses muros?? Muita oração, muitas lágrimas, muita consagração, muita sabedoria, paciência, amor, temor, serviço...Mas haja alguém que se disponha!!! Tomar o primeiro passo é dificílimo, mas é necessário! Se não formos nós, povo de YHWH quem será?
Quando as roturas começam a ficar tapadas, os inimigos aparecem para retardar a edificação dos muros. Mas olhemos,levantemos e lembremo-nos do Senhor, grande e terrível, e pelejemos pelos nossos irmãos, nossos filhos, nossas mulheres e nossas casas" (Neemias 3:14)Se não formos nós quem será?! E declaremos: "Estou a fazer uma brande obra, de modo que não poderei descer" (Neemias 6:3)
"Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar" (Neemias 4:6)
"Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco de elul, em cinquenta e dois dias" (Neemias 6:15)
AVANCEMOS!!
UNIDOS SOMOS + FORTES!!
HalleluYah!
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