*imagem do livro "Conte Comigo" de Wanda de Assumpção - super indicação!
Quanto tempo que não escrevo por aqui, não é mesmo? Infelizmente! Como sinto falta de poder estar compartilhando das coisas de Deus com os amigos e irmãos em Cristo que por aqui passam. Mas o tempo tem estado meio corrido e, infelizmente mesmo, não tenho conseguido fazê-lo com a freqüência que gostaria.
Mas, nessa manhã, acordei com este tema em mente. “Mulher e a Liderança do Homem”. Eu não estava estudando nada direcionado a isso na noite anterior ou mesmo ontem durante o dia. Não sei por que acordei pensando nisso, mas, já que há muito tempo não tenho tido um direcionamento ou chamado específico de Deus para escrever algo, achei melhor seguir este e vir escrever.
Sei que esse é um tema que temos abordado muito aqui no blog ultimamente. Pode parecer até meio forçado, meio querer impor essa idéia de submissão da mulher à liderança do homem, porque, basicamente, é sobre isso que a maioria dos últimos posts tem tratado, seja na relação entre homem e mulher no lar e família, seja na igreja. Mas, com toda sinceridade, acho que no entendimento completo e verdadeiro dessa relação está baseado a maior parte de nossos chamados enquanto mulheres – e também do chamado dos homens.
O estabelecimento do chamado de homem e mulher, na Bíblia, acontece no próprio Gênesis, na criação de homem e mulher. Primeiro Deus cria o homem e dá a ele a responsabilidade de cultivar e guardar o jardim do Éden. Deus coloca todo o jardim sob a guarda de Adão, e cada animal que foi criado lhe é submetido para receber o seu devido nome. E, só então, após observar o árduo trabalho ao qual Adão havia sido chamado, Deus declara que não havia para o homem uma auxiliadora que lhe fosse idônea, e que não é bom que o homem esteja só. E lá surgimos nós na história! Fomos criadas para sermos essas auxiliadoras. E, aqui mesmo, nossos papéis enquanto homens e mulheres são definidos.
“Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. [...] Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.
Havendo, pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles. Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea.
Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma de suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o SENHOR Deus tomara do homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.” (Gênesis 2:15-22)
Por tudo o que já conversamos, discutimos, compartilhamos sobre o papel de submissão da mulher e de liderança do homem dentro do casamento e da família, tenho percebido que já existe uma certa abertura de muitas moças a esse respeito. Tenho tido a alegria de conhecer mulheres de Deus que tem dito Sim a esse chamado para serem submissas a seus esposos, e tem até mesmo se regozijado nisso. Agradeço muito a Deus por estar nos ensinando isso. Mas também acho que ainda há muito mais para aprendermos.
Nesse âmbito do lar, a liderança masculina deve abranger os mais diversos aspectos. John Piper, numa pregação na 10ª edição da Conferência para Pastores e Líderes da Editora Fiel, em ............, fez uma abordagem incrível sobre essa temática ¹. Falando sobre o papel de cabeça do homem, ele citava algumas responsabilidades do homem como liderar a vida espiritual da família, tomar a iniciativa de realizar as devocionais em família, reunir todos para isso, dividir tarefas, estar atento e certo da direção da educação integral dos filhos, entre outras coisas.
E, aí, nestas responsabilidades esperadas do homem dentro da família, como o líder, eu gostaria de parar um pouco mais.
Nós sabemos que Deus tem chamado os homens para serem os líderes das famílias. No entanto, nenhum homem já nasce indo para um casamento. O tempo para assumir esse papel de líder dentro de um lar chega após anos e anos, 20 e poucos anos de vida. E estes 20 e poucos anos de vida que antecedem o assumir de sua liderança marital e paternal são anos essenciais para o correto desempenhar dessas funções. São os anos de treinamento. E, durante esse tempo, onde estão esses homens? Eles estão NAS IGREJAS. Estão nos seus lares também? Sim. Serão treinados lá também? Sim, é claro. Mas lá, dentro dos lares, já deve haver um líder – o seu pai. O papel de liderar a família não é do filho, mas do pai, e isso limita um pouco o treinamento de liderança prática dentro do lar. Mas nós temos a Igreja. E eu acredito que este deve (ou deveria) ser o ambiente principal para que essa liderança masculina fosse estimulada e direcionada.
Lendo livros que tratam sobre casamento, ouvindo mensagens sobre esse assunto, pude perceber que existe uma queixa feminina que se repete consecutivamente: “Meu marido não toma a iniciativa em nossa vida espiritual!”. Como esse comentário frustrado é comum. E, então, vemos mulheres fazendo de tudo para fazer que seus maridos se tornem “mais espirituais”, na esperança de que eles tomem a iniciativa de orar, de ler a Bíblia com elas, de fazer um momento devocional no lar. Normalmente, são as mulheres que estão fazendo isso nas famílias atuais. E chega um momento em que isso as frustra, porque elas esperavam que seus esposos fizessem isso. Porque essa não é a função designada primariamente a elas, mas aos homens, que deveriam ser os líderes.
No entanto, para descobrir o motivo disso estar acontecendo nas famílias de nossos tempos, não precisamos ir muito longe. Basta irmos às nossas igrejas. E veremos esse quadro se repetindo. Lá, onde a liderança masculina deveria ser incentivada, desenvolvida e fortalecida, onde eles deveriam estar sendo treinados, enquanto solteiros, para o papel que deveriam assumir dentro de suas famílias no futuro, o que vemos? As mulheres à frente da maioria das coisas! Eu tenho visto isso acontecer com muita freqüência, e com muita tristeza, nas igrejas ao meu redor. Quão imaturos são os rapazes, adolescentes e jovens, geralmente tão despreparados, quando não são extremamente tímidos e acanhados, com medo de ir à frente e dar uma palavra forte a respeito da Bíblia, assumindo cargos com irresponsabilidade e irreverência. Enquanto isso, olhamos as moças e lá estão elas: como parecem espirituais, sérias, empenhadas, sempre tem uma boa palavra, gostam de falar, de se expressar, de estar ativas...
Eu costumo dizer que nós, mulheres, gostamos de aparecer! Digo pros rapazes: não nos dêem corda senão a gente coloca vocês no banco! rsrs... Mas, ainda que brincando, isso é um pouco verdade. Enquanto existe uma forte tendência em nós, mulheres, de querermos assumir a liderança, resolver os problemas, enquanto somos tão disponíveis a trabalhar na igreja, receber responsabilidades, existe uma forte tendência nos homens de se acomodar, de se fechar e viver mais interiorizado, ao invés de viver responsabilidades coletivas. Quem nunca ouviu as célebres frases femininas: “Ele não se abre comigo!”, “Ele parece não se importar!”, “Ele nunca decide nada!”, “Eu sempre tenho que tomar a iniciativa!”, e etc. É claro que existem exceções e, na verdade, ambas as coisas são falhas que precisam ser corrigidas. Acredito mesmo que essa seja a razão porque Deus determinou a liderança como papel do homem e a submissão como o papel da mulher – para nos tirar de nossas tendências naturais e nos fazer ir além no desenvolvimento de nossos potenciais e dos potenciais do outro.
Assim, se nós, mulheres, esperamos que nossos maridos sejam os líderes que eles foram chamados a ser dentro de nossas famílias, precisamos nos perguntar de que forma temos contribuído pra isso HOJE. E minha opinião é que a forma de contribuirmos com isso hoje, ainda sem conhecer nossos futuros cônjuges, é ajudar nossos irmãos em Cristo, dentro de nossas igrejas, a desenvolverem suas capacidades de liderança. Nós, enquanto mulheres, deveríamos ansiar por ver os homens de nossas igrejas se tornando líderes cada vez melhores, tomando a frente, tendo as iniciativas, coordenando os trabalhos, tomando decisões, sendo ousados na pregação da Palavra, ou seja, saindo do ócio e da passividade – quando não, da imaturidade. Isso não quer dizer que devemos deixar de fazer tudo! Também existe um chamado para nós: sermos as auxiliadoras. Então, auxiliemos, o quanto pudermos, os trabalhos de nossos líderes, ajudemos nossos irmãos a chegarem ao máximo de seu potencial, trabalhemos junto com eles... e isso quer dizer: dar a prioridade a eles.
Sei que isso pode (e provavelmente vai) fazer surgir comentários ofendidos de algumas mulheres, mas ainda assim, vou falar. Já se tornou tão comum vermos sempre mulheres liderando o louvor nas igrejas evangélicas (pelo menos aqui no Brasil), que essa era uma coisa que eu praticamente nem notava (como a maioria, eu imagino). No entanto, há pouco tempo, tenho tido a oportunidade de conhecer algumas igrejas onde o louvor é liderado por rapazes. Aqui bem pertinho da minha casa tem uma igreja assim. E, de verdade, eu fiquei encantada e tão feliz ao ver aquilo. Não sei, mas é diferente! É tão bonito ver homens, que geralmente são tão fechados e com mais tendência à timidez, à frente de toda a igreja, dirigindo um momento tão íntimo como o louvor, com autoridade, com Bíblia, com fé! Eu tenho tido muita dificuldade com os “louvores” das igrejas em geral, mas nessa igreja é diferente. Não somente porque são rapazes dirigindo, porque também existem duas moças que cantam, mas elas estão lá nitidamente como “auxiliadoras” mesmo, mas porque é realmente diferente. E eu anseio ver isso acontecendo com mais freqüência. Até mesmo porque as mulheres tendem a ser um pouco “sentimentalistas” demais, apelando mais pro emocional, e isso não me agrada muito. Os homens, por alguma característica pessoal do gênero, tendem a ser mais sérios e centrados, e esse equilíbrio eu sinto faltar muito nos “louvores modernos”.
Existem muitas e muitas e muitas outras áreas dentro das igrejas nas quais vemos as mulheres liderando, as quais eu acredito mesmo que os rapazes deveriam ser estimulados e treinados a liderar: ministério de jovens e adolescentes, oração, grupos pequenos, ministração da Palavra, etc. Ainda tenho esperanças de ver isso acontecendo. Não com pesar da parte das mulheres, mas com alegria em saber que estão ajudando a treinar os futuros esposos e líderes de famílias que a Igreja de Cristo tanto precisa.
Finalizo com uma de minhas frases favoritas de Wanda de Assumpção, essa incrível autora que tem me ensinado muitíssimo a respeito de meu chamado enquanto mulher:
“Ao redescobrir e aceitar a profundidade, abrangência e transcendência do seu papel de ajudadora, a mulher se liberta e realiza. Ela vê oportunidade em lugar de obrigação. Deixa de competir para complementar. Ser mulher é um privilégio e uma nobre missão.”
Que a Graça e a Paz do Senhor estejam sempre conosco!
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