Havia uma trilha antiga, já bastante esquecida e abandonada, mas cuja beleza e claridade jamais se apagavam. A singularidade daquele caminho, por mais difícil de ser encontrada, ainda atraia andarilhos. É verdade que não eram muitos. De fato, era bem escasso encontrar alguém por lá. Mas, certamente, ainda havia alguns.
Dentre estes, havia um rapaz, caminhando só, meditando em belas preces e se comprazendo no fim ao qual aquela trilha levava, aprendendo a amar a trilha e cuidar dela tanto quanto pudesse, até alcançar o fim.
Em um trecho um pouco distante, sem jamais imaginar haver outro caminhante por ali, havia também uma jovem. Seus passos também eram sós, mas ela andava e cantarolava a alegria de ter encontrado aquela vereda de vida, de flores e montes, e também ansiava profundamente alcançar os tesouros que estavam preparados no fim daquele caminho.
O caminho era a alegria daqueles dois corações. Mas, após um longo peregrinar, o Senhor do caminho, Aquele que a tudo via e a todos guardava, olhou e viu aqueles dois corações alegres, porém sós. E Sua voz ressoou, dizendo: “Não é bom que o homem esteja só... melhor é serem dois do que um, porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro... se dois dormirem juntos, eles se aquentarão... e, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se quebra tão depressa”.
A voz alcançou o coração dele, cujos passos foram se tornando mais lentos e permitindo-o atrasar-se mais no prosseguir. A voz também alcançou o coração dela, que passou a andar mais dedicada e apressadamente, acelerando a caminhada. Foi assim que, sem que um ou outro pudesse imaginar encontrar companhia para seus passos solitários, aqueles dois jovens se encontraram.
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É assim que vejo o casamento hoje: um caminho para trilhar juntos. Encontrar aquela pessoa que está indo aonde você está indo, que, assim como você, ama o caminho e deseja fervorosamente seu desfecho glorioso, mas que, assim como você, caminhava só. Até que a voz do Senhor do caminho ressoa e os une. E o caminhar que antes se fazia sozinho, passa-se a fazer junto. As alegrias da caminhada, antes explodindo apenas dentro de seu próprio coração, agora podem ser compartilhadas. Os sonhos agora podem ser divididos e sonhados, alimentados e vividos também por outra pessoa. O cansaço e as dificuldades agora contarão com uma companhia, uma conversa, um conselho, uma mão cruzada à sua para não lhe deixar desistir. O que antes era individual, passa a ser comunhão – e, então, o que se deseja é andar juntos até o cumprimento da jornada.
É assim que vejo a escolha de um cônjuge hoje: alguém que escolheu o mesmo caminho, procura chegar ao mesmo glorioso lugar, se alegra com a jornada na qual se está empenhando e deseja compartilhar essa caminhada com você. Alguém com quem você deseja compartilhar a sua caminhada. Alguém pra sonhar seus sonhos e cujos sonhos também se tornarão os seus. Alguém para dar as mãos, abraçar e caminhar – até o fim. Alguém para lhe ajudar a amar ainda mais o Senhor do caminho, a não desviar os seus passos das veredas de vida, a manter os olhos no fim que se espera, e a quem você também poderá ajudar em todas essas coisas.
Talvez, e muito provavelmente, meu entendimento sobre o casamento ainda tenha muito o que mudar e amadurecer, como tem sido até aqui. Mas hoje há mais paz, mais segurança de que um dia a voz do Senhor, que tudo vê e a todos os caminhantes ama, irá ressoar dizendo: “Não é bom que o homem esteja só...”. E unirá os andarilhos, para peregrinar juntos. E é essa consciência, de que se está junto para algo muito maior do que nós mesmos, para compartilhar propósitos e alegrias muito superiores, que manterá essa união até o fim – juntos para completar a jornada, rumo Àquele que une e ama.
Por isso, a importância de quem se escolhe para estar ao lado – vocês realmente estão caminhando para o mesmo Lugar? Vocês realmente amam o caminho e desejam cuidar dele e alcançar o seu ápice com semelhante sinceridade? Você realmente poderá compartilhar sua vida, sonhos, propósitos, tribulações, dúvidas com o outro, e receber como suas a vida, sonhos, propósitos, tribulações dele?
Mas, acima de tudo: foi realmente a voz do Senhor que ressoou em seus corações e os uniu, e é o amor a esse Senhor que os faz querer andar juntos – até o fim. É esta a convicção que precisamos para, quando o sol se por e a trilha se fizer escura, quando o canto dos pássaros silenciar e o cansaço seu e do outro chegar, lembrar para quê se está junto e para onde se vai – e permanecer.
Um caminho para trilhar juntos – até o fim.
6 comentários:
Lindooooo...
Ninguém pôde descrever tão bem o propósito do casamento como esse texto, vou até publicar no blog com os devidos créditos é claro...
depois dá uma visitada lá ok...
princesadapureza.blogspot.com
bjão e fique na paz....
graça e paz! q lindo seu blog!!!
Obrigada, Bruna! Pode postar sim! Fique sempre à vontade. Que tudo seja para a glória de nosso Senhor e a edificação de Sua Noiva!
Lys, fico feliz que tenha gostado! Está um pouquinho parado, mas espero voltar a escrever em breve! Deus abençoe sua vida!
Beijos, meninas! ;D
Olá Aline!
Gosto muito de como você escreve e de como é gentil e amável em suas respostas nos comentários do seu blog.
Gostaria muito de ser sua amiga, pois me identifico com o seu modo de pensar.
Como sou nova na fé, sinto falta de uma amizade cristã feminina, mas principalmente de uma amizade em que está sempre aberta ao conhecimento, que se esvazia do que não lhe serve mais quando percebe que a verdade liberta e somente o Espírito Santo pode testificá-la...
Continue nos edificando com o seus textos, pois acredito que Deus fará grandes feitos por meio deles, viu?! Mulher de Deus!
Beijinhos,
Valéria Reis.
Poetisa, penso que as nuances do amor vão mudando de tonalidade e se adequando às necessidades de cada ser humano nas fases mais avançadas da vida! Saudações poéticas!
Poetisa, penso que as nuances do amor vão mudando de tonalidade e se adequando às necessidades de cada ser humano nas fases mais avançadas da vida! Saudações poéticas!
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