sábado, 5 de abril de 2014

Desacelerar...

 
Coisa boa na vida é mesmo desacelerar. Boa e necessária. Que ritmo frenético nos impomos, a tal ponto que vamos perdendo aquele doce dom de contemplar. Deitar numa rede, olhar as estrelas - ou mesmo o céu escuro - ouvir o silêncio da noite. Não falar, não precisar pensar em nada especial, só parar e contemplar. Talvez, até mesmo em nosso caminhar com Deus, tenhamos sido infectados pelo utilitarismo e pragmatismo de uma maneira tão sutil e gradual que fomos nos tornando ativistas sem perceber. Sempre preocupados, sempre com tanto a fazer que, como Marta, pelo muito zelo, tendo o Mestre ao seu lado, não conseguiu entregar o coração: quase perde a melhor parte. Como precisamos aprender com Maria, que sentou e adorou: e foi o Mestre quem falou que ela havia escolhido a melhor parte. Fazer silêncio, aquietar, cobrar menos, fazer menos. Só ouvir, sem precisar falar. Sem saber a coisa certa a falar. Se deixar amar e cuidar. Receber. Estar. Eis um dom que preciso aperfeiçoar. Desacelerar. Simplificar. Viver o que é essencial. Viver o que vale a pena. Concede-me, Senhor.

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