terça-feira, 21 de julho de 2020

Anseios pelo céu...


Vivendo um período de recomeços em minha caminhada cristã, tenho voltado a fazer as perguntas mais básicas: "Quem Deus é? Qual Seu grande propósito? O que Ele está tentando nos mostrar? O que Ele espera de nós?". Me pego pensando em como temos respondido essas perguntas até aqui. O que acreditamos sobre cada uma delas. 

E, um dia desses, ouvindo o Leonardo Gonçalves cantando "There" , me vi refletindo sobre nosso ensino a respeito do céu, ou da eternidade. O que nós ensinamos para as crianças sobre o céu - as primeiras coisas, o básico? Lá no fim do nosso evangelismo de 5 cores, qual representa a eternidade? O amarelo. E o que ele retrata? As ruas de ouro! As ruas de ouro! E isso me deixou estarrecida! De tudo que poderíamos escolher para ensinar uma criança sobre o céu, foi a imagem das "ruas de ouro" a escolhida!

Então, continuei pensando sobre o que costuma vir à nossa mente ou ser expresso quando falamos do céu? "O descanso tão esperado para nossas almas; o fim de toda dor e sofrimento; a vida feliz para sempre; o lugar para os que foram feitos livres do fogo do inferno; o nosso reinado do lado de Deus"... e como é tudo sobre nós! Coroa, descanso, paz, segurança... e quanto é de Jesus que nós lembramos quando pensamos a respeito do céu? Quanto podemos dizer, como na música, "Eu não me importo com a coroa ou com a cor das vestes, enquanto Jesus estiver na cidade, eu quero estar lá!"?

Qual tem sido a essência da nossa fé? Em que a temos construído? Em medo do inferno? Em benefícios próprios? Em interesses egoístas? Em resolver nossos problemas? Porque se tem sido só isso, estamos tão longe! É tão maior do que isso! Tão além! Tão mais profundo e belo! O que são as ruas de ouro perante a oportunidade de finalmente encontrar nosso Amado e desfrutar de Sua companhia e Seu amor plenos eternamente? Ah, como estamos longe de entender a grandeza do que nos está proposto se não conseguimos perceber isso!

Será que realmente compreendemos? Ou será que precisamos voltar ao começo e aprender tudo de novo? No fim, estou certa de que é muito, muito mais bonito do que costumamos imaginar. 

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Um Deus relacional. Uma relação de amor.


Nesse dia do amigo, me pego pensando na profundidade do significado de nossas relações humanas na vida. Se pararmos pra refletir com um pouco mais de calma, perceberemos que, no meio dos tantos tesouros oferecidos a nós nessa vida, no fim, são as nossas relações uns com os outros o que realmente tem valor. Uma amizade, um casamento, uma relação pais e filhos, família, até mesmo nossas relações com nossos bichinhos de estimação. No fim de tudo, a coisa mais bonita e valiosa que encontraremos nesta vida é encontrada nas relações. 

Isso me remete a um comentário do Pr Filipe Fontes, em uma reflexão sobre o casamento: costumamos pensar que Deus escolheu algumas imagens existentes no mundo para revelar a si mesmo em sua Palavra - escolheu a figura de um pai, de um filho, de um leão... a coisa criada para revelar Quem Ele é. Porém,a verdade é que Deus já era antes de tudo ser criado. A verdade é que ele CRIOU todas as coisas a fim de que elas pudessem revelar Quem Ele é. E que fantástico isso é! Porque ao invés de pensar que Deus achou a ideia de "família" ou "amizade" suficientemente boas para explicar a Si mesmo, Ele intencionou criar essas coisas, na profundidade de sua beleza e significado, para nos ajudar a compreender a profundidade da Sua beleza e significado. E isso muda drasticamente a forma como devemos olhar para um noivo e uma noiva, um pai e um filho, dois irmãos, dois amigos, pois essas coisas foram criadas para expressar a relação que Deus tem para viver conosco!

E tudo isso nos chama a pensar de onde surgiu todo esse significado das relações para que elas sejam tão importantes, tão marcantes e determinantes em nossas histórias. Por que Deus se revela primordialmente por meio de relacionamentos? E é quando somos chamados a olhar para a Trindade. No princípio, era Deus. E Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. No princípio, era o relacionamento mais pleno, bonito, gracioso, amoroso, verdadeiro, profundo, íntimo, perfeito de todos: o relacionamento de Pai, Filho e Espírito Santo. É a partir desta relação que todas as coisas são criadas. E é para expressar e partilhar essa relação que todas as coisas são criadas. 

Que diferença faz pensar em um Deus individual criando todas as coisas, e pensar em um Deus Triuno criando todas as coisas. Pai, Filho e Espírito Santo, juntos, criando. Revelando não somente ao Pai, mas revelando a perfeita unidade da Trindade. Porque isso muda como enxergamos o propósito de todas as coisas. O propósito da criação. Não um propósito pragmático, focado em metas a serem alcançadas, em um trabalho ou função a ser cumprida, definidas por um chefe trabalhador que tem um importante projeto a cumprir. Um propósito relacional: um novo estilo de vida, o estilo de vida que a Trindade vive e deseja partilhar com toda a criação. Não é totalmente diferente?

Talvez toda essa sensação maravilhosa que sentimos quando nos encontramos em verdadeiros e íntimos relacionamentos de amor seja uma gota do que Deus deseja nos revelar sobre si mesmo e Seu propósito eterno: é parecido com isso o que Ele é e o que Ele nos chama a ser e a viver com Ele nessa vida! Um relacionamento de amor. Não é isso o que Ele está construindo? Uma festa de casamento? Não é assim que a história vai acabar: com as Bodas do Cordeiro? Ah, que imagem maravilhosa! A imagem do fim da história não é a coroação de um Rei, é um casamento! Talvez o momento mais incrível vivido por um ser humano nessa terra: o noivo apaixonado que, finalmente, receberá sua amada para uma vida de unidade e intimidade plena, a maior intimidade que se pode viver nessa terra! Lágrimas nos olhos, coração palpitando, sorrisos que não cabem no rosto, e toda a alegria das pessoas que amam aquele casal e torcem para sua mais plena felicidade... Que quadro maravilhoso de se pensar para o fim da história do Deus Eterno! 

Essa é uma história de amor. Que começa com a mais bela relação de amor. Que se desenvolve com um chamado para participação nesta linda relação. Que termina com a celebração da unidade plena, final e eterna desta relação de amor. Não é lindo pensar em um Deus assim? Tenho para mim que, quando O encontrarmos face a face, veremos nEle um olhar apaixonado muito mais apaixonado do que podemos imaginar! O olhar do Noivo que, finalmente, recebe Sua Noiva no altar. Que isso mude nosso jeito de pensar nEle, em nós, na história que está sendo escrita nesse mundo e na vida que estamos sendo chamados a viver. 

Um Deus relacional. Um chamado relacional. Uma vida relacional. Um relacionamento de amor.