terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O jovem cristão e o namoro (Pr. Clodoaldo Machado) – Parte 2


Transcrição da Palestra: O Jovem Cristão: A Vida Espiritual e o Namoro, Sete Vezes no Dia eu Te Louvo - Pr. Clodoaldo Machado (4 ª Edição da Conferência Fiel para Jovens - Ano 2006).


*Algumas modificações feitas por mim para melhorar a leitura.


Primeira coisa que quero abordar com vocês: Entendendo o Amor à luz da Bíblia.

Quê que é Amor? [...] Um poeta disse que “o amor é o mais nobre dos sentimentos”. Os jovens encontram, então, uns aos outros, e o rapaz diz pra moça: “Olha, foi amor à primeira vista!”. O outro quer ser mais criativo um pouco: “O meu não foi à vista, mas foi à prestação!”.

Então, o que é o amor? Amor é o mais nobre dos sentimentos? Quê que é amor? “Poxa, eu estou perdidamente apaixonado!”, será que esse é o amor que a Bíblia fala que é consistente o suficiente pra manter o relacionamento entre duas pessoas pelo resto da vida dos dois? Será que é isso?

Vamos ver primeiro o conceito do mundo, o que o mundo diz a respeito do amor.

O mundo diz assim: “É um sentimento sobre o qual não se tem controle”. Então, o mundo vê o amor como um sentimento, como “algo que surge de dentro, flamejante, que vai queimando, vai fazendo suar frio, é uma coisa assim que você não tem controle...”. O mundo diz que ele “acontece, um acidente, foi sem esperar!”. O camarada bateu o olho na moça e de repente: “Ahh!!! Acho que deu agora, aqui, acho que deu! Eu não esperava! Pai, mãe, vocês não sabem o que aconteceu na Conferência de Jovens da Fiel – eu fui atropelado pelo caminhão, pela escânia do amor! Aconteceu, pai! Mãe, eu estou apaixonado, é um sentimento muito forte! Eu encontrei aquela pessoa com a qual eu passaria o resto dos meus anos!”. É assim que o mundo vê o amor. “Você não espera, aconteceu, de uma hora pra outra”. [...]

Mas o mundo vai dizer mais: “Você deve lutar por ele a qualquer custo, porque o negócio é você ter o amor da sua vida! O negócio é você ser feliz!”. Esse é o conceito do mundo: corra atrás! Por isso é que você vê hoje na novela [...] o camarada briga com o mundo – briga com o pai, briga com a mãe, briga com o irmão, briga com a família da moça por causa da moça! E briga com o prefeito, com o delegado, com o presidente, briga... porque a filosofia é: “Corra atrás, porque você está apaixonado! Sem essa pessoa, que é o objeto da tua felicidade, você não vai conseguir ser feliz! Então, lute por ele a qualquer custo! E somente tendo é possível ser feliz”. Esse é o conceito mundano – sentimento. Sentimentalismo, é assim que o mundo vê essas coisas. Só que, será que tem que ser assim mesmo? Será que é assim? Aquilo que surge no meu sentimento, eu devo correr atrás a qualquer custo? Não há princípios, não há conceitos bíblicos sobre isso?

É assim que o mundo vê o amor: um sentimento. Agora, deixa eu dizer pra você: é por isso que acontece divórcio, sabia? Porque sentimento não é consistente, o sentimento varia. Então, era realmente uma paixão muito forte, flamejante, mas um dia ela acabou! Acabou, e agora, como é que faz? Aí fica um olhando pra cara do outro... parece que é uma pessoa estranha, já não tem mais aquela – como é que dizem aí? – aquela “química”! [...] . Isso é o que o mundo vive, o que o mundo pensa. Mas, então, o que a Bíblia tem a dizer?

Vamos dar uma olhada nas palavras gregas para o amor. [...]

Tem uma palavra grega para amor que é a palavra “STORGE”. [...] “Storge” significa afeição natural, ser fraterno. Ou seja, é um amor que surge por pessoas, por coisas, que é uma afeição natural.

A segunda palavra: “EROS”. Não aparece no Novo Testamento. É uma palavra grega que significa amor sexual, erótico – é de onde vem a palavra “erótico”, vem da palavra “Eros” que significa o amor expresso na intimidade entre duas pessoas.

Ainda, uma outra palavra, o amor “PHILEO”, que é o amor Amizade, envolve sentimento, envolve o gostar. Esse amor aqui, ele é acidental – ele acontece sem você esperar, você conheceu uma pessoa e falou “Puxa, gostei dessa pessoa! Uma pessoa simpática, uma pessoa agradável, ela me causou uma boa impressão!”. Então, você se sente atraído por aquela pessoa. Isso aqui pode acontecer entre homens, entre mulheres, ou de forma mista. Acontece, isso é simpatia. [...]

Mas a palavra grega usada para o amor de forma consistente, forte, repetitiva na Bíblia é a palavra “ÁGAPE”. Ágape é um amor altruísta, amor de Deus – não é sentimento! Ágape é a palavra grega para amor e [pessoal, coloca isso aqui na sua cabeça! Se você levar só isso aqui das minhas palavras aqui eu me darei por satisfeito] O AMOR QUE MANTEM DUAS PESSOAS JUNTAS NÃO É SENTIMENTO: É ÁGAPE, QUE NÃO TEM NADA A VER COM SENTIMENTO! É uma questão de atitude, pensando no bem-estar do outro. Ágape – uma notícia boa pra você – só o crente pode ter, o incrédulo não tem ágape. Ágape, só aquele que foi salvo pelo poder de Deus, transformado pelo poder de Deus é que pode exercer, que pode praticar esse amor, um amor altruísta, amor de Deus, que não é sentimento. [...]

Ágape é o amor que tem Deus como fonte. Deus é a fonte desse amor. Você vai ler lá em I João, capitulo 4, versículo 16, que diz assim “Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele”. Vai ver ainda que Deus ama – versículo mais conhecido da Bíblia: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna”. Veja: Deus é amor, e Ele amou. Você vai perceber nesta palavra no Novo Testamento: todas as vezes que ela aparece, ou na maioria das vezes, ela vem acompanhada por uma atitude: Deus amou e DEU o Seu Filho. Veja, ele é DAR, ele não é receber, por isso ele é altruísta. Efésios, capítulo 5, versículo 1, vai dizer que nós devemos ser imitadores de Deus, e no versículo 2, “e andarmos em amor como Cristo nos amou e a Si mesmo se entregou por nós”. Veja, novamente acompanhado de uma atitude. Então não é aquele negócio “Ah, eu te amo!”. E daí? “Não, mas eu te amo imensamente!”. E daí? Se não tiver uma atitude que seja altruísta (não pode ser egoísta!) não existe esse amor.

Deus dá capacidade, porque Ele é a fonte desse amor, e Ele ama, então Ele nos capacita a amar também. Veja o que diz Romanos, capítulo 5, versículo 5: “Porque o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi outorgado”. Então Deus capacita você a amar com esse amor, que não é sentimento – é uma atitude consistente e que reflete aquilo que Deus quer que façamos, porque Ele tem nos dado essa capacidade.

Ágape, o amor Ágape, é a atitude que vai manter relacionamentos.

Deixa eu dizer pra você: você pode tá perdidamente apaixonado, sentimento lá em cima – quando você se casar esse sentimento vai sofrer alterações – isso é inevitável! Isso é mais certo do que 2 e 2 são 4, é mais velho do que andar pra frente! Vai sofrer alterações! “Não, mas não é possível, isso que eu sinto é tão forte, tão forte, que eu não consigo acreditar que um dia eu não vou ter esse mesmo sentimento por essa pessoa!”. Vai nessa tua força! Eu te espero lá na esquina que a gente conversa de novo! Quando eu namorava a minha esposa, o pessoal mais velho da igreja olhava: “Olha que belezinha, parecem dois pombinhos! Que pena que isso aí não vai durar 6 meses!”. Aí eu olhava torto assim: “Tá duvidando dos meus sentimentos por ela?”. Pessoal, 6 meses, 6 meses e o negócio tava feio! Mas aí eu me lembrava das palavras do pastor que nos aconselhava antes do casamento e ele tinha dito que isso ia acontecer e falou “Vocês deverão agir assim...”. [...]

Se o amor é sentimento então um dia tá bem, outro dia tá mal... mas o amor é atitude, e a Bíblia diz: o amor jamais acaba! A maioria dos casais que comparece diante do juiz pra se divorciarem, a razão é: acabou o amor. Mas o crente não precisa disso, pois o crente tem o amor ágape, e o amor ágape jamais acaba.

O amor ágape independe de sentimentos, ele é um amor que mantem o relacionamento entre irmãos. Veja o que João diz no capítulo 3, versículo 11: “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que amemos uns aos outros” [...] É um mandamento, que mantem o relacionamento entre marido e esposa. “Maridos, amai as vossas mulheres assim como Cristo amou a igreja”. Interessante, esse mandamento aqui, (...) tem um mandamento pra mulher lá no mesmo texto (...) Ele diz assim: “as mulheres sedes submissas aos seus maridos, e maridos amai as vossas mulheres”. Agora uma pergunta básica: submissão é sentimento ou atitude? “Ah, hoje eu acordei tão submissa!”... Então, Deus não é incoerente, nem o apóstolo Paulo. Ele não poderia pedir pras mulheres terem uma atitude para com os maridos e os maridos terem um sentimento para com as mulheres. Então, se Ele disse: a função sua como esposa é ser submissa ao seu marido, e a sua função como marido é amar a sua esposa – ambos tem atitudes de um para com o outro. Então, o amor não é sentimento. O que mantem um relacionamento entre um casal, e um casal começar um casamento dizendo “nós vamos até o fim porque Deus tem nos dado capacidade para isso” é o amor ágape, e esse amor definitivamente, ele é uma atitude consciente, racional. O amor ágape independe do que você tá sentindo. Por exemplo, Jesus disse: “Amarás os teus inimigos”. Quê que eu sinto pelo meu inimigo? Sentimento? Raiva, ódio, eu quero pegar pelo pescoço! Isso é o que eu sinto por ele, porque ele é meu inimigo, ele me causa males, ele me irrita e eu não quero estar junto dele! Aí Jesus diz assim: Ame-o. “Mas, Senhor, como é que eu posso amar essa pessoa tendo esse sentimento negativo por ela? Como é que eu posso?”. Parece ser incoerente, né? Diga isso pro mundo. [...] Então, ele não envolve sentimento, ele é sempre mandamento. O amor bíblico independe de sentimento, porque ele é sempre mandamento. Deus manda, é imperativo: “Ame! Porque eu tenho dado capacidade pra você amar!”.

[Continua...]

Um comentário:

Agata Larsen disse...

Esta parte do artigo falou muito comigo e ajudou-me a assimilar ainda mais aquilo que Deus tem me vindo a ensinar ao longo dos últimos meses. Como servos de Deus, somos chamados para amar incondicionalmente, ou seja, independentemente de como nos estamos a sentir no momento, pois o verdadeiro amor é acção! De facto só o Espírito poderá produzir esse amor nos cristãos, mas busca por esse amor não é opcional aos filhos de Deus!

Somos servos, a nossa missão é amar. Somos sopros produzidos pela boca de Deus...sopros enviados com a missão de abençoar vidas! Cumpramos a nossa missão, independentemente dos acontecimentos internos e/ou externos.