Fascina-me tremendamente parar
para pensar em como as verdades de Cristo e da genuína fé cristã têm, não
apenas sobrevivido mas, se mantido fortes e muito vivas através dos séculos. Quase
não paramos para pensar nisso, mas que extraordinário pensar que nosso Mestre
esteve neste mundo, pregando a mensagem que guia nossas vidas, há mais de 20
séculos!!! Que Ele viveu em um mundo absolutamente diferente do nosso ocidente
brasileiro, um mundo que a maioria de nós sequer imagina como seja de fato. Que
Ele não foi um pregador exaltado por Seu povo, mas condenado e perseguido por
ele. No entanto, aqui estamos nós dedicando nossas vidas para entendermos e
vivermos verdadeiramente aquilo que Ele veio ensinar.
O mesmo fascínio me sobrevém
quando penso nos grandes heróis da história da fé cristã. Talvez, um deslumbre
ainda maior, visto que, ainda que em forma de homem, nosso Mestre era também o
próprio Deus. Mas, então, lemos as histórias de meros mortais, exatamente como
nós, que seguiram os passos de Jesus até ao último suspiro e ao último preço, e
deixaram suas vidas como exemplos para nós. Homens, pecadores e fracos, assim
como eu.
Tenho estudado, nos últimos dias,
as vidas de homens de Deus que viveram nos séculos 16 e 17 (entre 1500 e 1700),
principalmente na Inglaterra, e acabaram conhecidos como Puritanos. Que grandes
homens! Ler sobre suas formas de viver tão consagradas e comprometidas a Cristo
é, ao mesmo tempo, uma inspiração e um confronto! Gera a esperança de voltar a
ver vidas assim acontecendo. De ser uma vida assim, um dia.
Mas, minha reflexão sobre eles,
nessa noite, é se eles poderiam supor, em algum momento de suas vidas, que suas
histórias atravessariam continentes, atravessariam 400 anos ou mais, e
chegariam neste Brasil que ainda estava sendo descoberto quando eles passaram
por esta terra, aos lugares mais distantes deste mundo, numa época tão
diferente (mas tão parecida) com aquela na qual viveram, e causariam um impacto
tão grande assim!
Fico imaginando aqueles homens,
num mundo que não tinha todas as facilidades de acesso, comunicação, saúde,
transporte, vida em geral que temos hoje, lutando para manterem sua fé.
Imagino-os enfrentando dificuldades diárias para manterem a própria fé viva e
firme, cuidando das batalhas pessoais, familiares, comunitárias e até
nacionais, e como tudo isso deveria ser uma luta imensa em suas vidas. E quando
eles poderiam pensar que, ao perseverarem e permanecerem firmes na batalha,
eles permaneceriam vivos através dos séculos para ensinar, estimular e
fortalecer aos cristãos de hoje? Historicamente falando, estes homens não
alcançaram os objetivos a que se propunham: uma reforma religiosa na Inglaterra
em que viviam. Isso não aconteceu. O cristianismo inglês morreu. Suas batalhas,
aos olhos humanos e instantâneos, pareceram infrutíferas. Mas, cá está a
comunidade cristã brasileira, mais de 400 anos depois, aprendendo a amadurecer
e viver a verdadeira vida cristã através dos exemplos que estes homens deixaram.
Num tempo em que a fé cristã está tão comprometida e sendo negociada por um
preço tão baixo, em que precisamos resgatar sua essência tão perdida, nosso
socorro vem de tempos e lugares tão distantes, de homens que provavelmente
nunca imaginaram que seriam exemplos para nós, mas que foram feitos isso por
Deus.
Este é o milagre do Evangelho de
Cristo: suas sementes são imortais e suas verdades foram criadas para transpor
exatamente as barreiras mais impossíveis e inimagináveis! Não existe distância
geográfica, não existe tempo, não existem barreiras culturais e sociais que
sejam suficientes para deter a Mensagem da Cruz. Ela é eterna. Bem disse nosso
Mestre: os céus e a terra passarão, mas as Suas Palavras jamais irão passar! Isso
tem se cumprido a cada dia. Nossos olhos não podem, de forma alguma, contemplar
a dimensão com que isso continua se cumprindo a cada dia! E essa é a grandeza
de nossa fé: a certeza de que ela irá permanecer, não importa o que aconteça,
não importa o que venha pela frente.
Que possamos viver vidas cristãs
tão dedicadas e entregues a Cristo de maneira que, talvez, um dia, nossas
histórias também possam ser contadas para reviver a fé das futuras gerações. E
que nossas vidas também sejam sementes que conseguirão se manter vivas...
através dos séculos.
Para a Glória de nosso Deus e
Pai, em Cristo Jesus.
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