Chega uma hora que o amor deixa
ir. Ainda que ele queira prender, que queira guardar, reter, manter, chega
aquela hora em que ele deve deixar ir. Ainda que deixar ir seja deixar tirar um
pedaço de si mesmo, uma parte de seu próprio coração, ainda que lhe seja dor e
incômodo, tem uma hora que é preciso deixar ir. Libertar. É aquela hora em que
se entende que sua busca por alegria própria sufoca a alegria do outro. Seu
conforto torna o mundo do outro desconfortável. Sua felicidade compromete a do
outro. Então, se você ama, você abre mão. Deixa sua própria felicidade pela
felicidade do ser amado. É a sua dor, pelo bem dele. É a sua lágrima, pelo
sorriso dele. É o doar, ao invés da procura pelo receber. Esse é o verdadeiro
amor. Não se sabe, de fato, o valor de um amor até que se passe por essa
experiência: você de fato abrirá mão do que você tanto deseja pelo bem daquele que
você ama? Então é que se prova quanto realmente se ama. Pois amar não é apenas
risos, também é dor. O verdadeiro amor liberta.
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