Nós, como seres humanos, estamos sempre à procura de conforto. Deus, em Sua sabedoria eterna de quem quer nos levar a ser algo além dessa nossa humanidade caída, está sempre nos levando ao desconforto. Pedro, antes tão presunçoso, teimando que nem mesmo Jesus sabia do tamanho de sua fidelidade, maior do que a de todos os discípulos, em sua presunção se vê traindo a Jesus de forma mais infiel do que todos discípulos. Jesus, após ressuscitar, poderia ter deixado o assunto quieto, esse amor jurado e não cumprido de Pedro. Ele já havia se arrependido, afinal. Mas não é o que Ele faz. Ele aguarda e aguarda, mas traz o assunto à tona. Abre o curativo que escondia a ferida. E é sobre aquele amor que Ele fala. Sobre esse amor que, em nossa presunção, juramos tão grande, mas que Ele quer nos fazer perceber o quão frágil é. Pedro, enfim, entristecido, precisando reafirmar por três vezes um amor que era sim verdadeiro, lembra que por três vezes se mostrou infiel; seu amor se mostrou também tão frágil. E, então, sua presunção é transformada em humildade. A tristeza faz isso com a gente. A dificuldade faz isso com a gente. Nossas quedas fazem isso com a gente. Podem nos destruir, ou podem nos transformar em uma versão melhor de nós mesmos. Uma versão que nem imaginávamos que precisávamos ou podíamos conhecer. Que esse tempo faça isso conosco, individualmente. Nos leve a reconhecer nossa fragilidade, a fragilidade dessa vida, nossa pequenez e nossa dependência de Deus. Que não nos destrua; antes, nos leve pra mais perto da verdadeira vida, a vida do Eterno.
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