sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Modéstia: Deus, meu coração e roupas!!! (by C.J. Mahaney) - Parte 1



"Quando se trata de moda, fico deliberadamente por fora. Eu não me preocupo se o que estou usando é moderno ou não. Aliás, meu objetivo é resistir à influência de outros (de Paris, Hollywood ou qualquer outro lugar) sobre o meu guarda-roupa. Como qualquer homem, eu aprecio estar fora de moda.

Eu quero me sentir confortável no que estou usando, motivo por que minha "Camiseta de Hambúrguer" manchada e minha velha calça de moletom cinza são as peças mais usadas no meu armário, perdendo somente para o meu único par de calças jeans, que eu uso em qualquer lugar onde uma camiseta e calça de moletom seriam trajes impróprios.

Se você me vir impecavelmente vestido em público, é somente porque minha esposa e filhas, pela grande preocupação com a minha aparência, compram roupas pra mim no meu aniversário e no Natal.

"...'não há um centímetro quadrado' de nossas vidas, incluindo nosso guarda-roupa, com o qual Deus não esteja preocupado."

Minha esposa e filhas, ao contrário de mim, se preocupam com o que usam. Elas são mulheres adoráveis com um gosto impecável. Cada uma tem seu próprio estilo de vestir e eu me divirto tentando achar presentes que se ajustem ao estilo individual delas.

George Knight2 (que deve ter tido filhas adolescentes) escreve: "Adorno e roupas é uma área com que as mulheres estão freqüentemente preocupadas". Isto é uma coisa boa. Deus criou as mulheres com uma percepção para tornarem a si mesmas e tudo ao seu redor bonito e atraente. Mas, como o Sr. Knight continua observando, vestimenta também é uma área "na qual há perigos de falta de modéstia ou indiscrição".

Muitas mulheres jovens, entretanto, não estão conscientes destes perigos mundanos. Vários anos atrás preguei uma mensagem na nossa igreja em 1 Timoteo 2:9 intitulada "A Alma da Modéstia." Um dia, essa mensagem chegou às mãos de uma jovem chamada Jenni. Antes de ouvir meu sermão, Jenni não tinha nenhuma idéia sobre o que a Palavra de Deus dizia sobre as roupas que ela usava, se é que dizia alguma coisa. "Modéstia era uma palavra estranha pra mim", Jenni admitiu depois em um testemunho à nossa congregação:

"Meus amigos me apelidaram apropriadamente de “pouco pano”. Ao escolher o que vestir eu pensava somente no que me traria elogios, o que atrairia mais atenção pra mim e o que mais se assemelhava às roupas que eu via em modelos ou outras mulheres elegantes. Eu queria ser aceita e admirada pelo que eu vestia. Eu curtia minhas roupas, a atenção indevida que eu recebia, e o modo como isso estimulava meus sentimentos."

"Eu escrevo como um pastor com uma preocupação crescente pela decadência da modéstia entre mulheres cristãs hoje."

Talvez você se identifique com a Jenni. Talvez modéstia pareça sem graça pra você. Se fizéssemos um jogo de associação de palavras você diria “fora de moda" e "legalista”. Talvez você pense que Deus é indiferente sobre as roupas que você usa. O que isso importa pra Ele?

Mas, como Jenni descobriu no final das contas, "não há um centímetro quadrado" de nossas vidas, incluindo nosso guarda-roupa, com o qual Deus não esteja preocupado. Além do mais, ele se preocupa com o coração que está por trás do que você usa, sobre se seu guarda-roupa revela a presença de mundanismo ou santidade.

A evidência vem de 1 Timóteo 2:9 onde Paulo exorta “que as mulheres em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com cabeleira frisada e com ouro ,ou pérolas, ou vestuário dispendioso." Como 1 João 2:15 este é um versículo que nós somos inclinados a ignorar ou reinterpretar para escapar do seu imperativo. Mas nós não devemos cortar 1 Timóteo 2:9 de nossas Bíblias. Ao contrário, nós temos que buscar entender cuidadosamente como se aplica à nossas vidas, nossos hábitos de compra e ao conteúdo de nossos armários.

Veja que, este capítulo foi escrito principalmente para mulheres, não só porque é a elas que 1 Timóteo 2:9 é endereçado, mas também porque este é um tópico de preocupação especial para mulheres. George Knight está certo e a experiência de uma mulher tenderá a confirmar a relevância e importância deste tópico. Mas, modéstia tem aplicação para os homens cada vez mais em nossa cultura. E especialmente para pais cuja responsabilidade primária é criar filhas modestas.

Eu escrevo este capítulo como o pai de três filhas, já crescidas. Eu escrevo como um pastor com uma preocupação crescente pela decadência da modéstia entre mulheres cristãs hoje. Eu escrevo porque a glória de Deus está em jogo pelo modo como as mulheres se vestem. Eu escrevo sobre modéstia porque Deus escreveu primeiro sobre isto na Sua Palavra eterna.

Portanto, levemos Deus às compras."

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(1) Este é o primeiro de sete trechos extraídos do capítulo sobre modéstia do livro Worldliness: Resisting the Seduction of a Fallen World (Mundanismo: Resistindo à Sedução de um Mundo Caído) - Ed. Crossway, 2008 - de C.J.Mahaney. O termo "modéstia" é usado aqui no sentido bíblico, significando "conformidade com os padrões morais e éticos do grupo social; pudor, decência".

(2) George W. Knight, The Pastoral Epistles: A Commentary on the Greek Text, New International Greek Testament Commentary (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1992), 133

 

Pureza: Ferrari ou Fusca? (by Jeff Fromholz)

É muito fácil esperar Deus mandar a "Pessoa Perfeita" para a nossa vida. Difícil é compreender a responsabilidade de, se esperamos a "Pessoa Ideal", também precisamos SER a "Pessoa Ideal". Na medida em que semearmos, também colheremos. Na medida em que cultivarmos a pureza e a santidade em nossas próprias vidas, para louvor e glória de Deus acima de todas as coisas, assim também colheremos um relacionamento de pureza e santidade com a pessoa que o Senhor tem para nós. Assumir a NOSSA responsabilidade é o primeiro passo para a construção e vivência de um futuro amoroso pleno em Deus.

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"No meio de todas essas conversas de sexo antes de casar e preservar a sua virgindade, eu decidi pegar uma carona e falar também do assunto.

Imagine se esse fosse um daqueles sites no qual você pode ganhar um carro e... de repente, você entrou e ganhou. Agora, você tem que escolher o seu prêmio. Você pode receber um Fusca, ano de 1976, amanhã ou você pode esperar um tempo indeterminado, mas garantido, para receber uma Ferrari zerada. Qual você vai escolher? Para mim, a escolha é fácil. Eu estou disposto a esperar pela Ferrari. Um carro que eu, pessoalmente, acho lindo demais. Fusca ou Ferrari, qual você quer?

Agora, quantos de vocês pretendem se casar um dia? Eu sei que a maioria de vocês está sorrindo e balançando as suas cabeças no afirmativo. Mas, qual tipo de esposa ou esposo você quer? Ferrari ou Fusca? Existem muitas pessoas que infelizmente caíram na categoria de Fusca; pessoas um pouco “usadas” ou pouco “rodadas”. Pessoas que não acharam importante esperar pelo seu marido ou sua esposa para terem relações sexuais. O mundo está cheio de “Fuscas”. Mas, existem "Ferraris"; existem pessoas “zeradas”. Só que você tem que esperar para Deus trazer a sua Ferrari. Ele traz se você puder esperar. E, de certeza, vale a pena esperar.

Existe uma coisa que tem que ser falada aqui. Nós sabemos que todo mundo quer casar com uma “Ferrari”, uma pessoa zerada que esperou até o seu casamento para ter relações sexuais (até o beijo). Então, você tem que pensar no que tem que ser feito para ganhar aquela pessoa. E a verdade dura é “Para ganhar uma Ferrari, você tem que ser uma Ferrari”. Jamais uma Ferrari vai desejar um Fusca. E uma pessoa que se preservou até o seu casamento não está procurando alguém experiente, alguém muito provado. Eu lembro do meu primeiro carro. Eu estava com 17 anos e tinha R$ 700 e precisava de um carro. O único carro que eu podia comprar já estava com 25 anos de uso e fazia um barulho horrível. Minha mãe sabia quando eu estava de volta para casa cinco minutos antes de chegar porque ela podia me ouvir. Muitos riram por causa do meu carro e a verdade era que aquele carro não era o carro dos meus sonhos, mas era o único que eu podia comprar com a grana que tinha. Então, é o seguinte: “o que você tem para oferecer ao seu marido ou esposa futuramente?” Quanto de você está sobrando? Quanto você já gastou? Você vai receber em relação ao que você tem para oferecer. Ferrari ou Fusca, qual você quer? Ferrari ou Fusca, qual você é?

Se você se acha fora da categoria da Ferrari, não preocupe. Eu também, infelizmente, não era tudo o que eu podia e devia ser (talvez eu era um Gol...). Mas, Deus trabalha muito bem nessa área de consertar vidas erradas ou quebradas. Porém, você tem que pedir perdão de Deus pelas relações que você já teve e pedir para Ele te purificar. Peça a Ele para te dar forças pra falar não para aqueles que estão querendo provar do seu carro (corpo). Espere pela sua Ferrari. Deus vai trazer ele/ela.

1Timóteo 4:12: "Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que crêem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza.” •

Deus está levantando uma geração pura, uma geração de Ferraris, e você pode fazer parte desta geração. Faça uma decisão de ser puro, de esperar até o seu casamento para ter relações sexuais. Este é o plano de Deus para a sua vida e o que Ele quer.

A decisão é sua. Ferrari ou Fusca?"


[Pr. Jeff Fromholz - Equipe GB]

domingo, 22 de agosto de 2010

A Mulher de Deus: Tornando-se Ester (by Charo e Paul Washer)

Estava dando uma olhada em meus arquivos do blog e encontrei esse texto. Posso dizer sem dúvida que é um dos melhores textos voltados para mulheres cristãs que já li. Simplesmente incrível. Por isso gostaria de compartilhar com vocês. Que edifique suas vidas como edificou a minha.

A graça e a paz do Senhor Jesus!

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Tornando-se Ester
 [por Charo & Paul Washer]


“Em chegando o prazo de cada moça vir ao rei Assuero, depois de tratada segundo as prescrições para as mulheres, por doze meses (porque assim se cumpriam os dias de seu embelezamento, seis meses com óleo de mirra e seis meses com especiarias e com perfumes e ungüentos em uso entre as mulheres), então, é que vinha a jovem ao rei...” (Ester 2:12-13)


Eu sempre fico abismada com o tipo de preparação que a futura rainha Ester teve que passar antes que fosse apta para se apresentar ao rei Assuero. Alguma de nós estaria disposta a passar por doze meses de tratamento de beleza antes de conhecer o homem dos nossos sonhos? É provável que não, mas imagine a possibilidade. Um ano separado para apenas um único propósito: Se tornar tudo o que você for capaz de ser para aquele a quem você mais ama. Tempo precioso para cultivar beleza, fazer investimentos em educação e etiqueta, fortalecer virtudes e construir caráter.

A preparação de Ester me lembra daquele precioso tempo entre o despertar do desejo no coração de uma jovem mulher de compartilhar sua vida com um companheiro, e o momento em sobe ao altar. Para muitas, esse tempo de preparação é visto como nada mais que um tempo de espera. Mulheres solteiras freqüentemente vêem a si mesmas como sentadas na prateleira enquanto a vida passa por elas, ou sentadas no banco enquanto outras jogam. Não percebem que estão desperdiçando o período mais importante de suas vidas, estão privando a si mesmas de grande alegria e recompensa, estão privando seus futuros maridos de uma mulher mais virtuosa e estão privando a Deus de uma serva através da qual Ele deseja fazer coisas grandiosas.

Assim como Ester teve que estar preparada antes que pudesse ser rainha de um reino inteiro, a mulher também deve estar preparada antes que possa embarcar em um dos mais importantes e difíceis chamados na vida: O matrimônio e a maternidade. Ester teve que aprender os costumes do reino em que vivia, teve que aprender as práticas da vida na corte e os desafios intelectuais, emocionais e espirituais da posição superior. Para simplificar, Ester tinha que ser convertida de uma jovem moça a uma rainha costumes do reino em que vivia, teve que aprender as práticas da vida na corte e os desafios antes mesmo que ela pudesse ter o título e cumprir com o papel de uma rainha. Da mesma forma, a mulher cristã solteira deve aprender os costumes do Reino dos Céus antes mesmo que se uma àquele que Deus está preparando para ela. Ela deve estar preparada intelectualmente, emocionalmente e espiritualmente, não para um representante da corte em algum templo pagão, mas para o próprio Deus, sua Palavra e outras mulheres de Deus que foram preparadas antes dela.

O celibato não é um desperdício de tempo ou uma condenação a ficar sentada no banco, mas um tempo que Deus separou especialmente para fazer da mulher o que Ele quer que ela seja, e usá-la de formas que poderiam ser impossíveis após o casamento. O celibato é um tempo no qual uma mulher deve cultivar as virtudes que pertencem a uma mulher de Deus, para assim poder oferecer ao seu futuro marido e ao mundo algo mais do que apenas um rosto bonito.

Lembre-se no seu celibato que você não é a única solteira, mas seu futuro marido está passando pelo mesmo estágio que você. Não seria terrível finalmente conhecer o homem que irá se tornar seu marido só para descobrir que ele usou seu próprio celibato para servir a Deus e preparar-se para ser um marido melhor para você, enquanto que você não usou a liberdade de seu celibato para servir ao Senhor, nem tirou vantagem alguma do treinamento que Deus lhe ofereceu? Também não seria terrível perceber que seu marido passou seus dias como homem solteiro orando diariamente por suas necessidades e pela obra de Deus na sua vida, enquanto você sequer orou por ele, nem respondeu à graça de Deus que lhe foi dada como um resultado das orações dele?

É algo maravilhoso quando Deus abençoa a uma mulher com um marido. Aquele alguém especial é “simplesmente perfeito” para ela ao que foi, de forma cuidadosa e pensativa, desenhado por Deus para ser um em união com ela. É tamanho o prazer para a mulher olhar para trás e lembrar como Deus a capacitou para esperar n’Ele e que Ele foi fiel em abençoá-la. É ainda maior o prazer para ela saber que seu tempo como uma mulher solteira foi também um tempo de buscar a Deus e ser fiel a Ele em seu propósito. Que não quis nem por um momento fugir daquele estado, mas desejou apenas confiar em Deus e esperar em sua graciosa soberania.

De nenhuma maneira é uma tragédia ser uma mulher cristã solteira, mas o caminho do mundo mais uma vez se infiltrou na Cristandade com a falsa idéia de que é. Uma das maiores mentiras é se você não “tem alguém” ou não está “procurando alguém”, há algo de errado com você. Outra mentira é que a mulher solteira deveria estar namorando por aí como se procurar um marido fosse como fazer compras num shopping. Uma mentira ainda mais forte é que a mulher solteira deveria estar dando seu carinho indiscriminadamente para que se torne “mais experiente” e saiba como fazer quando finalmente encontrar o homem de sua escolha. Minha cara cristã, é uma mentira e uma afronta a Deus dizer que a experiência é a melhor professora, e apesar do lema do mundo ser “vivendo e aprendendo”, o conselho da Bíblia é “aprendendo e vivendo”. Você não precisa ter experiência, você só precisa ser conhecedora do que Deus disse e obediente a isso. Você não deveria estar procurando pelo homem de sua escolha, mas deveria estar esperando pelo homem da escolha de Deus. E quando ele vier, não serão passadas experiências que farão seu casamento funcionar, mas as passadas castidade, pureza e santidade. Deveríamos esconder nossos rostos dos caminhos e experiências desse mundo perverso e buscar apenas aquilo que Deus colocou no caminho que Ele preparou para nós.

Deus sabe exatamente o que você precisa e até mesmo sabe os desejos de seu coração melhor do que você mesma. Deus ama surpresas. Ele não quer que você procure por seu marido. Ele quer trazê-lo até você, e provavelmente quando você menos esperar. Se você desobedece a esse conselho, como tantas outras mulheres antes de você, e passa a procurar por si mesma um parceiro, você pode encontrar alguém, mas as chances são de o alguém que você encontrar, não ser o certo.

Como mulheres, nossa natureza deseja a companhia e o companheirismo de um homem. Isso vem de Deus e, portanto é bom. Mas ao mesmo tempo, estamos erradas em pensar que a morte será o resultado se essa necessidade não for suprida. Necessitar de outro como companheiro não é como a necessidade de respirar. Ou seja, você pode sobreviver sem um companheiro pelo menos até que Deus tenha feito sua perfeita obra em você. Lembre-se das Escrituras: “Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além de vossas forças.” 1 Coríntios 10:13

Descobri que há duas razões primárias do porque alguém precisa “desesperadamente” de outra pessoa. Em primeiro lugar, é porque não conhecem a Deus como deveriam. Deus não é o Deus de todo o conforto? Cristo não é exaltado o Senhor que completa tudo em todo lugar? Então porque reclamamos sobre o quão vazias e sozinhas nos sentimos? Não pode ser que Deus aumente nosso tempo de celibato para que possamos encontrar vida n’Ele e aprendamos a ser completas n’Ele? Se buscamos nos casar porque sentimos que um marido irá satisfazer nossas vidas ou irá de alguma forma nos fazer completas, seremos severamente desapontadas em nosso casamento. Nenhum homem, não importa o quão parecido com Cristo, poderia de alguma forma tomar o lugar de Deus em nossas vidas, e pensar tal coisa é pura idolatria. Se não somos satisfeitas por Deus agora e completas em Cristo no presente, então nem sequer um casamento feito no nos céus será capaz de mudar nosso vazio.

A segunda razão para a desesperada necessidade de alguém em nossas vidas é o pleno egoísmo. Quando precisamos de alguém para que nos sintamos amadas, ou quando precisamos de alguém para que nossos sentimentos de solidão sejam dissipados, então estamos querendo o casamento pelas razões erradas. O matrimônio não deveria ser encarado como uma oportunidade de ter nossas necessidades conhecidas, mas de conhecer as necessidades de outro. Se não aprendemos a levar nossas necessidades a Deus, então provavelmente vamos oprimir nossos maridos com nossas próprias necessidades e sequer ter conhecimento das dele. Conheci cristãs que desperdiçaram seus dias consumidas com suas próprias necessidades e constantemente lamentando sobre o motivo de Deus não ter trazido alguém em sua vida. Mas por que Deus deveria confiar um homem de Deus a uma mulher que está absorvida em si mesma e suas próprias necessidades, e não usa a liberdade de seu celibato para servir a Deus e preparar-se para os propósitos d’Ele? Tal mulher teria pouco para oferecer a um homem de Deus!

Minha querida amiga, ser solteira, assim como ser casada, deveria ser considerado um tempo muito especial e desfrutável tempo na providência de Deus. Não deveria ser considerada uma mera circunstância ou maldição da qual deva tentar desesperadamente fugir. Ser solteira é um tempo para aprender sobre Deus e sobre nós mesmas, um tempo para descobrir quem nós somos em Cristo, e como crescer na “aparência de Cristo”. É um tempo para ser zelosa por boas obras e envolvida em ministrar para outros. Ser solteira tem uma magia própria que deve ser aproveitada, pois uma vez passado, não deve nunca mais retornar. Não há nada tão triste quanto uma mulher já casada que se arrepende por não ter feito o suficiente com sua vida enquanto era solteira. Tudo foi perdido pelo intento de se apressar em casar sem consideração pelo plano ou pela obra de Deus.
Toda fase da vida tem sua beleza e maravilha por si própria. Minha oração para todas as cristãs solteiras é que elas possam aproveitar seu tempo apesar das mentiras do mundo. Que elas possam ser exigentes e não ajustadas por nada menos que a perfeita vontade de Deus. Que elas possam esperar pacientemente em Deus que é o provedor de todo bom e perfeito presente. Que elas possam ser como Ester, usando qualquer tempo que Deus julgue necessário para torná-las lindas por dentro e por fora.


Artigo publicado originalmente na revista HeartCry Volume 3. Janeiro de 1998.
Tradução: Alan Cristie

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Comendo biscoitos... e estragando o apetite!


Há algum tempo, eu estava pensando sobre a questão do contato físico antes do casamento. São tantos os posicionamentos diferentes apoiando ou condenando as limitações no contato físico durante o período pré-matrimonial, que esse continua sendo um assunto importante de discutir – seja para não se cair e caminhar em legalismo, seja para não se cair e caminhar em desculpas para continuar no pecado.

Mas, durante um desses momentos de reflexão sobre o assunto, meu pensamento acabou sendo direcionado pra outra área extremamente relacionada, mas muitíssimo pouco comentada ou, sequer, lembrada: o contato físico PÓS casamento!

O que isso tem a ver com o assunto? Queria começar com a metáfora utilizada pelo Pr.Jeff Fromholz para embasar seu livro “Namoro,biscoitos e um grande problema”:

Quem de nós nunca ouviu sua mãe soltando a célebre frase (ou uma de suas similares): “Se comer biscoito antes do almoço, vai estragar seu apetite e você não vai mais querer almoçar!”? Acho que ninguém. E,foi em cima desse quase “Provérbio materno” que aconteceu a associação entre as duas questões acima mencionadas: o contato físico pré-casamento e o contato físico pós-casamento. Vamos tentar estabelecer um paralelo entre elas, analisando a sociedade moderna em que vivemos.

Quando tratamos de contato físico durante o namoro, as reações são as mais vívidas e decididas possíveis: “É impossível viver sem isso! Não dá pra namorar sem contato físico! É simplesmente impossível!”. É assim que a maioria dos jovens e adolescentes responde. A simples idéia de “namorar” alguém sem as demonstrações físicas de afeto é um absurdo. “Nós precisamos disso para demonstrar nosso amor!”. Nesse ponto, gostaria que pensássemos nos mais diversos tipos de contato físico, desde o mais simples, como o “andar de mãos dadas”, os abraços, até o beijo ou, mesmo, o sexo.

Agora vamos olhar para o outro lado da moeda em questão – o contato físico APÓS o casamento. Aqui que minha atenção foi realmente despertada. O que acontece com toda essa avidez dos jovens e adolescentes quando comparada com o nível de intimidade física observada nos casais APÓS o casamento? Não precisamos ir muito longe pra verificar a realidade existente dentro dos casamentos no que diz respeito ao contato físico. É incrível parar para observar como os beijos tão indispensáveis e ardentes antes do casamento se tornam raros e superficiais após o casamento na maioria dos casais. Quantos casais você conhece que andam de mãos dadas ou abraçados na maior parte de seu tempo juntos? Isso sem mencionar o próprio sexo – aquilo que no namoro era tão difícil de ser controlado, de repente se torna um dos maiores geradores de conflitos dentro do casamento, fonte de brigas ou um mero ato quase automático ou obrigatório.

Que paradoxo. Como é possível que coisas que, alguns anos antes, eram consideradas tão importantes dentro de um relacionamento romântico se tornem tão dispensáveis e vazias pouco tempo depois? Eu fiquei pensando se isso era algo isolado, mas basta darmos uma breve olhada ao redor pra ver que a maioria dos casais de hoje tem vivido essa realidade. Fico pensando em quão tristes e, infelizmente, quão freqüentes, são cenas como um casal que chega em um lugar e um dos cônjuges vai embora na frente sozinho, deixando o outro para trás; cônjuges que já não sabem se tratar com intimidade e amor; cônjuges que já não sabem demonstrar intimidade física. Acho tão lindo ver o casal, depois de anos e anos de casados, ainda andando de mãos dadas, ainda ficando abraçados, ainda trocando olhares e beijos apaixonados – mesmo com os cabelos brancos ou as carecas surgindo. Mas como essas cenas são difíceis de serem vivenciadas atualmente.

E a conclusão a que pude chegar, creio eu, direcionada pelo Espírito Santo, é que realmente nossas mães estavam certas: os biscoitos antes do almoço tiram o apetite.

“Ah, quanta fome havia antes do almoço ficar pronto! Um apetite insaciável – tudo aquilo que você pudesse imaginar comer parecia insuficiente!”. Não parecem boas frases pra descrever o período de namoro dos jovens e adolescentes? E isso não é uma realidade apenas dos jovens “do mundo”, dentro de nossas igrejas isso também acontece, e muito. O, talvez, engraçado, ou o mais triste, é que todos nós, que já roubamos biscoitos ou uma balinha ou qualquer outro doce antes do almoço, sabíamos o que estávamos fazendo – nós sabíamos que não era hora pra comer aquelas coisas! E, não fosse suficiente sermos entregues por nossas próprias consciências, nossas mães ainda soltavam o “Próverbio do Apetite”. É, não havia desculpas mesmo. Mas, ainda assim, lá íamos nós comprovar na prática o que já sabíamos. O resultado, no meu caso, era: eu perdia mesmo o apetite (mamãe estava certa, veja só!), mas tinha que comer o almoço mesmo assim, com fome ou sem fome – “Quem mandou comer quando não era hora pra comer?”. E lá ia eu, obrigada a engolir toda aquela comida à força.

Parecido com o resultado de muitos casais “modernos”? Eles resolveram desfrutar, antes da hora, das bênçãos que deveriam ter sido guardadas para o seu casamento, resolveram fazer umas “boquinhas” antes do almoço, mas “nada demais”. O problema é que a hora do almoço chegou – aquela hora que eles deveriam estar com todo o apetite para se saciarem completamente com o manjar que lhes seria servido – mas a fome e o apetite já haviam passado. E, agora, eles teriam que comer mesmo assim. E aquele momento que deveria ser somente de prazer, se torna em frustração e decepção. “O almoço estava parecendo tão bom. Por que agora não tenho vontade de comer?”. É tão claro.

O pior disso é que, todos comentam, os primeiros meses ou anos de um casamento são exatamente o tempo mais difícil e atribulado, o qual geralmente acaba resultando em divórcio, mesmo entre cristãos. É aquele tempo complicado no qual aquela pessoa incrível com quem você convivia apenas algumas horas durante o dia, e com quem você poderia não falar quando não quisesse, passa a morar junto com você e a estar ao seu lado 24 horas por dia. Então, vocês se passam a conhecer de fato, numa profundidade e totalidade normalmente muito pouco desenvolvida nos “namoros”, e todo o “amor” declarado um pelo outro passa a ser testado. É o momento em que o alicerce do relacionamento é testado. E, nesses momentos de tribulação, como uma real, verdadeira e profunda intimidade física poderia ajudar a manter os laços! Talvez esse tenha sido um dos motivos porque Deus fez nos fez seres sexuais e estipulou a vivência de nossa sexualidade dentro do casamento. A segurança que essa sexualidade, vivida da forma correta e direcionada por Deus, poderia gerar dentro de um relacionamento entre duas pessoas diferentes e em processo de conhecimento mútuo poderia e deveria ser algo muito bom! Mas, o que costuma acontecer é que toda essa intimidade já foi tão explorada antes deste momento que já não tem mais o poder de aproximação que deveria ter.

É claro que existe outra justificativa para a modificação na intensidade do contato físico dentro do casamento, dessa vez sadia e boa: a compreensão de que o verdadeiro amor e o verdadeiro alicerce de um relacionamento não está no contato físico, vai muito além disso. Só é pena que não sejam todos, e acredito que nem é a maioria, os casais que descobrem isso. Mas aqueles que descobrem o amor rotineiro, prático, vivo e real, muito além das manifestações físicas, esses tornam-se sábios e acabam sabendo também a forma correta de desfrutar da intimidade física. Ah, que diferença faria se os jovens e adolescentes pudessem olhar pra essa realidade, que acontece em todos os casamentos (seja ela percebida ou não) e pudessem compreender o indevido valor que dão às coisas mais superficiais dentro de um relacionamento. Quanta dor, decepção, feridas poderiam ser evitadas, e quanta sabedoria poderia ser desenvolvida antes de se chegar em um casamento.

O fato, afinal, é que este paralelo nos mostra, entre outras, duas coisas:

1) Como os jovens precisam olhar mais para as vidas que eles futuramente viverão – as vidas dos adultos que lhes cercam hoje. Precisamos aprender a ver em nossos pais, ou nos casais ao nosso redor, seja nos exemplos bons ou maus, o que encontraremos à frente, ou o que podemos evitar encontrar. Entender como aquilo em que acreditamos ou o que valorizamos pode estar errado e pode não ser o que realmente importa dentro de um relacionamento a longo prazo. Compreender que tendemos a fixar nossos olhos no que é menos importante e, na ânsia de antecipar o tempo das coisas, acabamos nos ferindo e perdendo as bênçãos que deveríamos viver.

2) Como precisamos aprender com as palavras do Pregador em Eclesiastes 3: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”. Se procurarmos viver essa verdade, poderemos encontrar a pureza e a sabedoria em nossa juventude, da mesma forma que poderemos ser um dentre aqueles casais que ainda tem tanto para desfrutar e apreciar dentro de seus casamentos. Poderemos ser um dentre aqueles casais que ainda têm mistérios a desvendar, prazeres a descobrir e que nunca irão se cansar ou ver-se simplesmente “obrigados” a vivenciar as bênçãos que um casamento em Deus pode lhes oferecer. Acredito que foi com um propósito, no mínimo, semelhante a este que Deus proporcionou aos seres humanos a benção do contato físico. Basta termos sabedoria para apreciá-la no tempo correto.

Guarde os biscoitos, e preserve o seu apetite. Os resultados podem ser muito melhores a longo prazo do que supõem nossas vãs mentes juvenis.

A graça e a paz do Senhor estejam conosco!