quarta-feira, 30 de março de 2011

A loucura do Evangelho

É espantoso como as verdades do Evangelho são contrárias às verdades deste mundo.

Humilhar-se ao invés de exaltar-se; servir ao invés de ser servido; ser o último ao invés de ser o primeiro; não buscar seus próprios interesses, mas os dos outros; perder a vida ao invés de querer ganha-la; perdoar sempre e a todos; ser os simples ao invés dos sábios deste mundo.

De fato, Cristo veio destruir toda a sabedoria humana e mostrar que a sabedoria verdadeira encontra-se exatamente no caminho oposto.

Realmente, para seguir a Cristo é necessário nascer de novo. De outra maneira, não haveria como abarcar, compreender e desejar os ensinos de Jesus. Todos estes mandamentos que são, muito adequadamente, chamados de “a loucura do Evangelho”. Somente tornando-nos “as coisas loucas deste mundo”, que Deus escolheu, é possível sofrer mudanças tão drásticas.

 
“Em resposta, Jesus declarou: "Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo”.” (João 3.3)


Um novo nascimento, uma nova natureza e, somente assim, novos olhos para ver este mundo, nova mente para compreender a verdade, novo coração para desejar vive-la e nova vida para ser capaz de seguir a Cristo e à loucura da Sua pregação.

 
“Naquela ocasião Jesus disse: "Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado.” (Mateus 11. 25-26)

terça-feira, 29 de março de 2011

Carta à bispa Evônia (Augustus Nicodemus Lopes)

Augustus Nicodemus Lopes

[Nota – é mais uma carta ficticia, gênero que uso como maneira de tornar as minhas idéias mais interessantes para o leitor. Minha esposa não tem (ainda) nenhuma amiga que virou bispa.]


"Minha cara Evônia,

Minha esposa me falou do encontro casual que vocês duas tiveram no shopping semana passada. Ela estava muito feliz em rever você e relembrar os tempos do ginásio e da igreja que vocês frequentavam. Aí ela me contou que você foi consagrada pastora e depois bispa desta outra denominação que você tinha começado a frequentar.

Ela também me mostrou os e-mails que vocês trocaram sobre este assunto, em que você tenta justificar o fato de ser uma pastora e bispa, já que minha esposa tinha estranhado isto na conversa que vocês tiveram. Ela me pediu para ler e comentar seus argumentos e contra-argumentos. Não pretendo ofendê-la de maneira nenhuma – nem mesmo conheço você pessoalmente. Mas faço estes comentários para ver se de alguma forma posso ser útil na sua reflexão sobre o ter aceitado o cargo de pastora e de bispa.

Acho, para começar, que você ser bispa vem de uma atitude de sua comunidade para com as Escrituras, que equivale a considerá-la condicionada à visão patriarcal e machista da época. Ou seja, ela é nossa regra, mas não para todas as coisas. Ao rejeitar o ensinamento da Bíblia sobre liderança, adota-se outro parâmetro, que geralmente é o pensamento e o espírito da época.

E é claro, Evônia, que na nossa cultura a mulher – especialmente as inteligentes e dedicadas como você – ocupa todas as posições de liderança disponíveis, desde CEO de empresas a presidência da República – se a Dilma ganhar. Portanto, sem o ensinamento bíblico como âncora, nada mais natural que as igrejas também coloquem em sua liderança presbíteras, pastoras, bispas e apóstolas.

Mas, a pergunta que você tem que fazer, Evônia, é o que a Bíblia ensina sobre mulheres assumirem a liderança da igreja e se este ensino se aplica aos nossos dias. Não escondo a minha opinião. Para mim, a liderança da igreja foi entregue pelo Senhor Jesus e por seus apóstolos a homens cristãos qualificados. E este padrão, claramente encontrado na Bíblia, vale como norma para nossos dias, pois se baseia em princípios teológicos e não culturais. Reflita no seguinte.

1. Embora mulheres tenham sido juízas e profetisas (Jz 4.4; 2Re 22.14) em Israel nunca foram ungidas, consagradas e ordenadas como sacerdotisas, para cuidar do serviço sagrado, das coisas de Deus, conduzir o culto no templo e ensinar o povo de Deus, que eram as funções do sacerdote (Ml 2.7). Encontramos profetisas no Novo Testamento, como as filhas de Felipe (At 21.9; 1Co 11.5), mas não encontramos sacerdotisas, isto é, presbíteras, pastoras, bispas, apóstolas. Apelar à Débora e Hulda, como você fez em seu e-mail, prova somente que Deus pode usar mulheres para falar ao seu povo. Não prova que elas tenham que ser ordenadas.

2. Você disse à minha esposa que Jesus não escolheu mulheres para apóstolas porque ele não queria escandalizar a sociedade machista de sua época. Será, Evônia? O Senhor Jesus rompeu com vários paradigmas culturais de sua época. Ele falou com mulheres (Jo 8.10-11), inclusive com samaritanas (Jo 4.7), quebrou o sábado (Jo 5.18), as leis da dieta religiosa dos judeus (Mt 7.2), relacionou-se com gentios (Mt 4.15). Se ele achasse que era a coisa certa a fazer, certamente teria escolhido mulheres para constar entre os doze apóstolos que nomeou. Mas, não o fez, apesar de ter em sua companhia mulheres que o seguiam e serviam, como Maria Madalena, Marta e Maria sua irmã (Lc 8.1-2).

3. Por falar nisto, lembre também que os apóstolos, por sua vez, quando tiveram a chance de incluir uma mulher no círculo apostólico em lugar de Judas, escolheram um homem, Matias (At 1.26), mesmo que houvesse mulheres proeminentes na assembléia, como a própria Maria, mãe de Jesus (At 1.14-15) – que escolha mais lógica do que ela? E mais tarde, quando resolveram criar um grupo que cuidasse das viúvas da igreja, determinaram que fossem escolhidos sete homens, quando o natural e cultural seria supor que as viúvas seriam mais bem atendidas por outras mulheres (Atos 6.1-7).

4. Tem mais. Nas instruções que deram às igrejas sobre presbíteros e diáconos, os apóstolos determinaram que eles deveriam ser marido de uma só mulher e deveriam governar bem a casa deles – obviamente eles tinham em mente homens cristãos (1Tm 3.2,12; Tt 1.6) e não mulheres, ainda que capazes, piedosas e dedicadas, como você. E mesmo que reconhecessem o importante e crucial papel da mulher cristã no bom andamento das igrejas, não as colocaram na liderança das comunidades, proibindo que elas ensinassem com a autoridade que era própria do homem (1Tm 2.12), que participassem na inquirição dos profetas, o que poderia levar à aparência de que estavam exercendo autoridade sobre o homem (1Co 14.29-35). Eles também estabeleceram que o homem é o cabeça da mulher (1Co 11.3; Ef 5.23), uma analogia que claramente atribui ao homem o papel de liderança.

5. Você retrucou à minha esposa na troca de e-mails que nenhuma destas passagens se aplica hoje, pois são culturais. Mas, será, Evônia, que estas orientações foram resultado da influência da cultura patriarcalista e machista daquela época nos autores bíblicos? Tomemos Paulo, por exemplo. Será que ele era mesmo um machista, que tinha problemas com as mulheres e suspeitava que elas viviam constantemente tramando para assumir a liderança das igrejas que ele fundou, como você argumentou? Será que um machista deste tipo diria que as mulheres têm direito ao seu próprio marido, que elas têm direitos sexuais iguais ao homem, bem como o direito de separar-se quando o marido resolve abandoná-la? (1Co 7.2-4,15) Um machista determinaria que os homens deveriam amar a própria esposa como amavam a si mesmos? (Ef 5.28,33). Um machista se referiria a uma mulher admitindo que ela tinha sido sua protetora, como Paulo o faz com Febe (Rm 16.1-2)?

6. Agora, se Paulo foi realmente influenciado pela cultura de sua época ao proibir as mulheres de assumir a liderança das igrejas, o que me impede de pensar que a mesma coisa aconteceu quando ele ensinou, por exemplo, que o homossexualismo é uma distorção da natureza acarretada pelo abandono de Deus (Rm 1.24-28) e que os sodomitas e efeminados não herdarão o Reino de Deus (1Co 6.9-11)? Você defende também, Evônia, que estas passagens são culturais e que se Paulo vivesse hoje teria outra opinião sobre a homossexualidade? Pergunto isto pois em outras igrejas este argumento está sendo usado.

7. Tem mais, se você ainda tiver um tempinho para me ouvir. As alegações apostólicas não me soam culturais. Paulo argumenta que o homem é o cabeça da mulher a partir de um encadeamento hierárquico que tem início em Deus Pai, descendo pelo Filho, pelo homem e chegando até a mulher (1Co 11.3).[1] Este argumento me parece bem teológico, como aquele que faz uma analogia entre marido e mulher e Cristo e a igreja, “o marido é o cabeça da mulher como Cristo é o cabeça da igreja” (Ef 5.23). Não consigo imaginar uma analogia mais teológica do que esta para estabelecer a liderança masculina. E quando Paulo restringe a participação da mulher no ensino autoritativo –que é próprio do homem – argumenta a partir do relato da criação e da queda (1Tm 2.12-14).[2]

8. Você já deve ter percebido que para legitimar sua posição como bispa você teve que dar um jeito neste padrão de liderança exclusiva masculina que é claramente ensinado na Bíblia e na ausência de evidências de que mulheres assumiram esta liderança. Não tem como aceitar ser bispa e ao mesmo tempo manter que a Bíblia toda é a Palavra de Deus para nossos dias. E foi assim que você adotou esta postura de dizer que a liderança exclusiva masculina é resultado da cosmovisão patriarcal e machista dos autores do Antigo e Novo Testamentos, e que portanto não pode ser mais usada em nossos dias, quando os tempos mudaram, e as mulheres se emanciparam e passaram a assumir a liderança em todas as áreas da vida. Em outras palavras, como você mesmo confirmou em seu e-mail, a Bíblia é para você um livro culturalmente condicionado e só devemos aplicar dele aquelas partes que estão em harmonia e consenso com nossa própria cultura. Eu sei que você não disse isto com estas exatas palavras, mas a impressão que fica é que você considera a Bíblia como retrógrada e ultrapassada e que o modelo de liderança que ela ensina não serve de paradigma para a liderança moderna da Igreja de Cristo.

Quando se chega a este nível, então, para mim, a porta está aberta para a entrada de qualquer coisa que seja aceitável em nossa cultura, mesmo que seja condenada nas Escrituras. Como você poderá, como bispa, responder biblicamente aos jovens de sua igreja que disserem que o casamento está ultrapassado e que sexo antes do casamento é normal e mesmo o relacionamento homossexual? Como você vai orientar biblicamente aquele casal que acha normal terem casos fora do casamento, desde que estejam de acordo entre eles, e que acham que adultério é alguma coisa do passado?

Sabe Evônia, você e a sua comunidade não estão sozinhas nessa distorção. Na realidade esse pensamento é também popularizado por seminários de denominações tradicionais e professores de Bíblia que passaram a questionar a infalibilidade das Escrituras, utilizando o método histórico crítico, ensinando em sala de aula que Paulo e os demais autores do Novo Testamento foram influenciados pela visão patriarcal e machista do mundo da época deles. Só podia dar nisso… na hora que os pastores, presbíteros e as próprias igrejas relativizam o ensino das Escrituras, considerando-o preso ao séc. I e irremediavelmente condicionado à visão de mundo antiga, a igreja perde o referencial, o parâmetro, o norte, o prumo – e como ninguém vive sem estas coisas, elege a cultura como guia.

Termino reiterando meu apreço e respeito por você como mulher cristã e pedindo desculpas se não posso me dirigir a você, em nossa correspondência pessoal, como “bispa” Evônia. Espero que meus motivos tenham ficado claros.

Um abraço,

Augustus"

_____________

NOTAS

[1] Esse encadeamento hierárquico se refere à economia da Trindade e trata das diferentes funções assumidas pelas Pessoas da Trindade na salvação do homem. Ontologicamente, Pai, Filho e Espírito Santo são iguais em honra, glória, poder, majestade, como afirmam nossas confissões reformadas.

[2] Veja minha interpretação desta passagem e de outras no artigo da Fides Reformata “Ordenação Feminina”.

Por Augustus Nicodemus Lopes. Website: tempora-mores.blogspot.com


domingo, 27 de março de 2011

Hora de Avaliar - Parte I: o Outro


“Um homem pode herdar dos seus pais casa e dinheiro, mas só Deus pode dar uma esposa sensata.” (Pv. 19.14)


A escolha de um cônjuge, sem dúvida, é um dos passos mais importantes na vida de uma pessoa. Pastores e líderes dos mais confiáveis têm declarado isso e, ainda que não tivessem, não é difícil de chegar a essa conclusão. A Bíblia está cheia de avisos quanto à escolha de um bom cônjuge ou quanto aos malefícios que se pode sofrer em decorrência de uma má escolha (Pv. 12.4; 14.1; 18.22; 19.13; 21.9, 19; 25.24; 27.15; 31. 10-31; etc). Esta é uma decisão que poderá vir para somar forças em sua caminhada rumo aos propósitos e chamado de Deus para sua vida, ou para ser uma constante pedra de tropeço – e por um tempo indeterminado de sua vida terrena. Portanto, é preciso muito cuidado quando se vai fazer essa escolha.

Como falamos no post “Convicções”, o difícil não é falar sobre características que uma pessoa deve ter para fazer parte de um casamento cristão fundamentado na Bíblia. Não faltam textos e pessoas falando sobre esse assunto. O difícil é lembrar de todos estes conselhos quando nossa carne e nosso espírito batalham para tomar esta decisão. Tenho visto pessoas que tinham convicções muito claras enquanto solteiras e sem interesse particular em ninguém mas, quando se depararam com partidos que agradaram aos olhos (mas não tanto ao espírito), acabaram abrindo mão de suas convicções e tornando seus critérios de avaliação negligentes.

Por esse motivo decidi retomar o assunto e voltar a falar um pouco sobre isso. Penso que, visto que a maioria de nós terá que passar por esse momento de decisão tão importante, nunca é demais relembrar certos aspectos e, assim, fortalecer as convicções que o Senhor tem nos dado. Se é difícil fazer a coisa certa quando temos convicções bem formadas, quanto mais se não houver convicção nenhuma! Como escrevi no último post: é preciso treinar as táticas de sobrevivência quando a situação está tranquila e estável (solteiros e sem partidos em vista) para poder saber o que fazer quando a hora das provações surgir (solteiros e com partidos e interesses em vista).

No post de hoje, então, gostaria de abordar algumas questões que acho serem vitais quando avaliamos se uma pessoa pode ou não ser o cônjuge que esperamos. Nossa “Parte I”, então, será: Hora de Avaliar o Outro!

1) Vida Espiritual

Sem dúvida, o primeiro passo. A coisa mais importante. Nenhum traço de caráter, personalidade, responsabilidade ou qualquer outra coisa boa será suficiente se a pessoa não estiver com sua vida diante de Cristo. É preciso avaliar, então:

- É um cristão genuíno? Teve uma conversão real ou apenas aparente? É religioso ou realmente cristão?

- Qual o nível de maturidade na fé? Já enfrentou momentos de deserto espiritual? Como reagiu a eles? Tem estabilidade na fé?

- Tem buscado crescimento contínuo em seu relacionamento com o Senhor ou tem se acomodado?

2) Teologia

Há pouco tempo atrás, esse item não fazia parte de “minha lista” (rs). Por quê? Eu simplesmente não sabia nada de teologia e sua importância. Hoje, vejo a enorme importância que isso tem. Quando falo de “teologia”, falo das coisas nas quais a pessoa acredita no que diz respeito à fé, de maneira especial, a maneira com que ela se relaciona com a Bíblia. Teologia é a forma como a pessoa enxerga tudo o que está relacionado com Deus, e isso afetará todas as áreas da vida. Digo isso, principalmente, em função de todos os desvios e enganos doutrinários que se tem pregado em nossos dias, sem falar da falta de ensino teológico-doutrinário da maioria das igrejas, o que forma cristãos sem base para compreender e viver uma fé correta. Aqui entram os perigos do liberalismo e relativismo religiosos, do neopentecostalismo e outras correntes evangélicas, e a necessidade de retornar a uma fé centrada nas Escrituras. Dentro disso, então, poderíamos perguntar:

- A pessoa tem se preocupado em buscar conhecimento a respeito da fé, de forma a compreender a verdade bíblica e viver apenas esta verdade?

- Em que a pessoa baseia suas crenças e seus discursos: em seu próprio entendimento, em outras pessoas ou nas Escrituras?

- A teologia defendida por ele(a) é compatível com a sua? Vocês concordam? Se não concordam, como andarão no mesmo caminho durante a vida de casados? Dará certo um cristão de fé reformada casado com uma cristã de fé pentecostal? Quais aspectos podem interferir no que será defendido após o casamento?

3) Convicções

Tanto quanto elas são importantes para nós, elas o são para a pessoa com quem nos casaremos. Algumas perguntas são:

- Ele(a) tem convicções bem formadas, colocadas e trabalhadas diante de Deus?

- Essas convicções já foram colocadas à prova: por circunstâncias, amigos, família, igreja? Elas têm sobrevivido ao tempo e às situações contrárias?

- São convicções baseadas em quê? Em honrar a Deus, viver os Seus padrões e agradá-Lo em todas as coisas, ou em busca por admiração e reconhecimento dos outros?

- Essas convicções são compatíveis com aquelas que o Senhor tem colocado em seu coração? Exemplo: você tem convicção de que deve guardar o beijo para o dia do casamento, porém encontra uma pessoa que acha isso a maior bobagem. O que você fará? Abrirá mão de sua convicção ou avaliará com mais critério ainda essa pessoa?

- Importante avaliar convicções a respeito de: como deve ser um relacionamento pré-matrimonial; como deve ser a relação conjugal (papel do marido e da esposa); como deve ser a criação de filhos; entendimento sobre chamado e ministério e outros.

4) Relacionamentos

Muitíssimo importante. É a hora de ver se o que a pessoa fala confere com o que ela vive. Observar como são os relacionamentos desta pessoa com os outros. Isso inclui:

a) Família: é uma das coisas mais importantes. Quem ele(a) é quando está dentro de casa, convivendo com seus pais e irmãos? Exatamente porque é lá que nós mais demonstramos nossa verdadeira identidade. Um ditado popular, que me soa muito sábio, diz que da forma como um rapaz trata sua mãe ele tratará sua esposa (o mesmo com a moça e seu pai). Dentro da convivência familiar, muitas coisas devem ser observadas:

- Como lida com os pais? Respeita a autoridade dos pais ou se rebela contra eles? Sabe abrir mão de sua vontade em detrimento de ordens superiores? Como se relaciona com os irmãos: respeita-os e vive pacificamente com eles, ou vivem brigando? Se preocupa com os outros ou é individualista? Vive bem em grupo, procurando o bem-estar geral? Sabe pedir perdão? Sabe perdoar? E lá vamos nós numa lista sem fim.

b) Amigos: Como diz o ditado popular: “Diga-me com quem andas e te direi quem és”, ou, segundo I Coríntios 15:33, “As más companhias corrompem os bons costumes”. As pessoas que consideramos nossos AMIGOS mostram muito de quem somos.

- Quem são os amigos dessa pessoa? São pessoas que você gostaria de ter como amigos? São pessoas que você pode admirar como servos de Deus? São amizades que edificam ou apenas para “entretenimento”? São amizades estáveis ou que duram pouco e logo se desfazem?

c) Pessoas em geral: o que as pessoas em geral dizem dele(a)? Seus colegas de trabalho ou escola, aqueles que não têm a oportunidade de conviver mais intimamente com ele(a), as pessoas da vizinhança... qual a opinião geral a respeito desta pessoa? É boa ou é ruim? Ele(a) sabe se relacionar cordialmente com as pessoas fora do círculo de intimidade, ou só se relaciona com seu grupinho seleto? Ajuda e se importa com os outros? É uma pessoa de muitos relacionamentos desfeitos ou “inimigos”? Tem muitos problemas ou situações pendentes com outras pessoas?

d) Autoridades: Como essa pessoa lida com autoridades? Seu pastor, seus pais, seu chefe de trabalho ou superior... Sabe respeitar e se submeter a eles? Ou só sabe fazer sua própria vontade? Quando uma autoridade pensa diferente dela ou a disciplina, qual sua reação? Sabe ser humilde e obedecer? Mantem relações de autoridade saudáveis e duradouras, ou vive quebrando-as por não conseguir se submeter?

5) Visão alheia:

Para finalizar, algo que pode fazer TODA a diferença na hora de avaliar um “cônjuge em potencial”: o que as outras pessoas pensam a respeito dele como seu futuro cônjuge. O que as pessoas que estão de fora dizem sobre o relacionamento entre vocês? Seus amigos mais íntimos, verdadeiros cristãos comprometidos com seu crescimento e pureza em Deus, sua família, as pessoas que pensam como você... O que eles acham? Essa é uma pergunta que SEMPRE deve ser feita! Por quê? Porque é muito evidente como ficamos meio incapazes de raciocinar direito quando acreditamos que encontramos “a pessoa certa”. Tudo nos parece muito perfeito e todo erro, por maior que seja, parece pequeno demais. Portanto, é hora de OUVIR OS OUTROS! E, mais do que isso: prestar atenção e levar em consideração o que as pessoas nos dizem. Se um amigo íntimo, que lhe conhece e pensa como você, chega para questionar algum comportamento duvidoso daquele “partidão”, se lhe pede pra prestar atenção ou se posiciona contra a relação, NO MÍNIMO, é preciso parar e considerar isso uma, duas, três, quatro vezes. Se uma pessoa em quem confiamos como servo de Deus está com um pé atrás acerca do indivíduo, precisamos ficar com um pé atrás também, afinal, é uma pessoa confiável e que se preocupa com nosso bem. A mesma coisa nossos pais. Portanto, NUNCA podemos negligenciar as opiniões de outras pessoas em quem confiamos e que são tementes a Deus, especialmente se for uma opinião negativa. A melhor postura, na minha opinião, é não dar mais nem um passo, deixar que o tempo mostre quem tem razão ou não. Esperar.

É claro que isso não é tudo, porém termino, finalmente, com alguns conselhos dos sábios da Bíblia, expostos no livro de Provérbios:


“Procure bons conselhos e você terá sucesso; não entre na batalha sem antes fazer planos.” (Pv. 20.18)

“Antes de entrar numa batalha, é preciso planejar bem, e, quando há muitos conselheiros, é mais fácil vencer.” (Pv. 24.6)



Deus lhe abençoe quando sua “Hora de Avaliar” chegar! ;)

sábado, 26 de março de 2011

Reagindo às catástrofes


Diante de todas estas catástrofes naturais que têm acontecido ao redor do mundo, tive algumas conversas bem interessantes com meu irmão sobre o assunto, as quais me vieram à mente agora.

Conversávamos sobre como a maneira das pessoas reagirem a estes momentos de tragédia pode alterar drasticamente os resultados finais da situação. O paralelo realizado era entre o Brasil, e suas enchentes e desmoronamentos, e outros países como Austrália e o próprio Japão.

Lembro bem que, no período das últimas enchentes do Rio de Janeiro, com aquele índice tão grande de mortes, assisti uma reportagem sobre uma situação muitíssimo semelhante acontecendo na Austrália. Era a mesma coisa. Havia uma só diferença principal: a forma como cada país, ou cada cidadão destes países, reagiu ao momento. A reportagem mostrava os australianos todos unidos e mobilizados, preparando-se para as enchentes que ocorreriam. As autoridades públicas avisaram do que ia acontecer e, então, a população, toda previamente treinada sobre como reagir nestes momentos (que se repetiam com frequência), já sabia exatamente o que fazer. E não perdiam tempo se desesperando, ao invés disso, colocavam em prática o que haviam treinado, protegendo suas casas de todas as maneiras que podiam, para que, depois que as enchentes passassem, tudo pudesse voltar ao normal.

Eu achei isso inacreditável! Incrível! Quanta sabedoria! Era inspirador mesmo ver todas aquelas pessoas, em conjunto, lutando para fazer o correto, ao invés de simplesmente reclamar. Afinal, elas sabiam que não podiam impedir aquele fenômeno. O melhor, então, era mesmo se prevenir e esperar. Iria passar.

E no Brasil, o que vimos? Pessoas desesperadas, insistindo em permanecer em suas casas localizadas em áreas de risco, sem nenhuma idéia do que deveriam fazer e, por isso, expondo-se tanto quanto podiam aos riscos que corriam em decorrência das enchentes. Qual foi o resultado final? Milhares de mortos no Brasil, e apenas algumas centenas na Austrália, em fenômenos de intensidade muito semelhantes.

Uma coisa interessante é que, tanto em um país quanto no outro, estes fenômenos naturais eram esperados, porque se repetiam todos os anos, nos mesmos períodos. Quando chega o inverno no Brasil, período das chuvas, já sabemos que haverá problemas grandes em todos os cantos. É como no Japão. Os terremotos lá já são tão frequentes, que todos são treinados para reagir da forma correta e se proteger adequadamente quando acontecer. E é o que eles fazem quando as catástrofes chegam. Meu irmão me dizia de imagens que havia visto de um Shopping Center no momento dos últimos tremores que afetaram o Japão. Ele ficou abismado porque não havia desordem, desespero, pessoas querendo atropelar as outras, como vemos aqui no Brasil. Ao invés disso, as pessoas se organizavam para passar pelas portas de saída do shopping, uns ajudando aos outros. Porque já estavam acostumados com aquela situação e sabiam que não adiantava se desesperar.

E percebi o quanto isso tem TUDO a ver com nossas vidas espirituais. A verdade é que vivemos esta mesma realidade vivida por Brasil ou Japão: catástrofes ou momentos de perigo, dor, provação são constantes em nossas vidas. Nós sabemos que eles irão acontecer! Não sabemos quando ou como, mas sabemos que eles virão. A questão é: quando as tragédias ocorrerem, como reagiremos? Qual tem sido nossa postura nos momentos de paz e estabilidade: temos sido treinados ou nos dedicado a preparar para os momentos ruins, ou sequer paramos para pensar no assunto? E nos momentos de crise: sabemos o que fazer para sobreviver ou nos desesperamos e insistimos em permanecer em nossas áreas de risco, mesmo já tendo sido avisados?

Precisamos encarar a verdade de que nossos dias não são e não serão sempre ensolarados, e isso em nossas vidas espirituais, emocionais, relacionais. Haverá chuvas, e isso é óbvio. O problema é qual será nossa postura quando elas chegarem.

Tenho visto pessoas em todos os cantos que se desesperam, desanimam e têm vontade de desistir quando as lutas aparecem. Estavam tão acostumadas com os "tempos bons" que passaram a achar que Deus só age quando eles estão assim. Fecham os olhos pra realidade de que Ele é o Deus que dá o sol, mas que também dá a chuva. E não aceitam a chuva. Fazem birra, como crianças, pisando forte o pé contra o Senhor e apontando o dedo contra "aquele que os permitiu passar por momentos ruins". Foram negligentes durante o clima estável e, tão envolvidas que ficaram com a tranquilidade da qual dispunham, esqueceram de se preparar para o inverno. Quando ele chegou, se espantaram e não sabiam o que fazer. Não estabeleceram alicerces e, quando o vento bateu mais forte, a casa ruiu.

Não tenho muitos anos de vida cristã, mas já passei por muitos momentos ruins. Já estive no meio de muita batalha dura. E confesso que, no início, minha postura também era pisar forte o pé e fazer birra. Porém, com o tempo a gente vai entendendo que esses momentos se repetirão, que eles fazem parte do plano todo e, portanto, não adianta nos revoltarmos contra eles. Afinal, o Senhor permanece no controle. Precisei entender que havia "técnicas de sobrevivência para tempos ruins", e que me era vital aprendê-las e colocá-las em prática.

Hoje, os dias difíceis não terminaram. O oleiro continua quebrando o vaso para aprimorar a obra. O ouro continua tendo que ser lançado ao fogo para ser purificado. A diferença é a forma de reagir a isso. Não mais espernear, murmurar e perder as esperanças. Ao invés disso, entendi que nessas horas é que precisamos confiar. Ter calma, em vez de se desesperar. Ficar quieto e esperar, quando só o que conseguimos é isso. Porque a nuvem negra vai passar. Ela sempre passa! Uma enchente não dura para sempre. As águas abaixarão uma hora e, então, os resultados que elas deixaram dependerá da preparação e prevenção que tivemos antes delas subirem.

Ignorar tragédias não as impedirá de acontecer. Alimentar ilusões de que os dias serão sempre maravilhosos, não diminuirá o fato de que eles não serão. Todos teremos que enfrentar o fogo, e mais de uma vez nesta vida. Então, muito melhor é lidarmos com este fato e nos prepararmos, da melhor maneira que pudermos, dedicando-nos a um treinamento eficaz contra tempestades. Isso sim poderá nos ajudar quando as fortes chuvas começarem a cair.

Uma coisa eu aprendi depois de todas as tempestades que já enfrentei: elas são bençãos de Deus! Aliás, ouso dizer que são os momentos de maior amadurecimento e fortalecimento. É nesses momentos que a realidade sobre nossa fé é, de fato, revelada. As crises são o termômetro de nosso andar com Deus: como reagimos a elas. É nestas horas que precisamos ter "certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se vêem". Fé.

Como você tem reagido às suas crises?

"Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado."
(I Coríntios 9: 25-27)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Vivendo em dois mundos...



É como, comumente, me sinto. Cada dia que estou em minha igreja, ouvindo meu pastor ensinar as verdades do Evangelho, olhando para meus irmãos e reconhecendo neles o corpo de Cristo, me unindo a eles para louvar o Senhor e render glórias a Ele, meu espírito se maravilha e fica em êxtase. As realidades espirituais são tão claras e tudo fica tão evidente que a gratidão aflora em meu coração.

Mas, então, o culto acaba e é preciso voltar pra casa. Voltar para “o mundo”. E a sensação é de estar saindo de um mundo para entrar em outro. Não poucas vezes, na própria saída da igreja, ao entrar o carro, surgem os motivos de briga, as pequenas discussões, uma música que desonra ao Senhor, um comentário contra a santidade de Deus. Saímos do meio da Igreja de Cristo para entrar em um mundo que despreza a Cristo. Que abismo profundo!

E assim é dia após dia de nossas vidas. É como se, repetidamente, entrássemos em uma geleira e, ao sairmos dela, caíssemos diretamente em um vulcão. Choque térmico! É a sensação que tenho em muitos e muitos momentos de minha vida, nessa transição constante entre a revelação tão clara das verdades bíblicas e este mundo completamente indiferente a elas.

Algumas vezes, nem é preciso sair da igreja. Estamos em nosso quarto, orando, lendo a Palavra, tendo nossos olhos abertos por Deus e, de repente, abrimos a porta do quarto e saímos. E lá está o outro mundo nos esperando, um mundo que não quer saber de absolutamente nada disso.

Eis uma grande batalha. Se vivemos em um lar cristão, com pessoas que buscam compreender e viver a vontade de Deus, que estão crescendo junto conosco, as coisas são mais fáceis. Somos igreja juntos em cada momento do dia. Porém, se vivemos em um lar sem essas características, quão difícil é. A confusão que se cria entre cada dia de nossa semana longe de nossos irmãos em Cristo, e os momentos em que podemos estar junto deles, é imensa. Passamos a maior parte do nosso tempo em um mundo ao qual não pertencemos – e que quer nos convencer que pertencemos a ele.

Jesus já sabia que seria assim. Aliás, Ele mesmo viveu isso. Saiu de Seu mundo, do lado do Pai, da suprema santidade, para vir viver aqui nesta terra, no meio da suprema depravação. E Ele também soube que viveríamos assim, pois orou ao Pai: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; [...] Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para ti. [...] Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” (João 17: 9,11,15-17).

Mas, ainda assim, Jesus conseguiu AMAR. Ele se irou com este mundo, com a falta de fé de seus próprios seguidores, com a cegueira espiritual deles, com a imaturidade, a ponto de dizer: “Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los?” (Mateus 17:17). Mas, ainda assim, foi capaz de amar. A oração de João 17 é uma expressão clara de quanto Jesus amou aqueles homens, e amou a nós, que ainda viríamos a crer nEle. Ele não era deste mundo caído, mas da santidade plena. Mas, mesmo assim, escolheu viver neste mundo, suportando-o e indo infinitamente além disto: sendo capaz de amá-lo.

Não foi fácil para Jesus. Ele chorou, se irritou, se irou com este mundo, e com seus próprios discípulos. Da mesma forma como não é nenhum pouco fácil para nós. Não é fácil, a cada dia, em nossos trabalhos, escolas, vizinhanças, muitas vezes em nossas próprias famílias nos depararmos com um mundo totalmente indiferente a Deus e inimigo dEle. Nos iramos, nos decepcionamos, nos revoltamos e queremos uma chance de fugir deste mundo, pois não somos dele. Mas não foi isso que Jesus fez. Ele ficou aqui e cumpriu a vontade do Pai, até o tempo que o Pai havia determinado que assim fosse. Não fugiu ao ver todo o pecado que se contrapunha à santidade do Pai. Ao invés disso, enfrentou as dores e foi capaz de amar.

É por isso que o amor é, no final das contas, o maior desafio de nossas vidas cristãs. Porque não é nem um pouco fácil. Minha vontade era poder me isolar com meus irmãos que vivem como eu, pensam como eu e, juntos, passarmos a vida inteira somente apreciando a glória de Deus, nos alegrando nela e rendendo louvores a Ele. No entanto, não é para isso que Deus tem me dado fôlego de vida dia após dia neste mundo. Ele o tem feito para que eu siga o exemplo de Seu Filho e aprenda a cumprir a vontade dEle aqui, em amor. Não sou deste mundo, mas estou nele, porque o Senhor o quer assim. Haverá o tempo de sair dele, mas ainda é aqui que devo estar. Que se cumpra o propósito para este mundo, então.

Não, ainda não aprendi a viver assim como Cristo viveu. Ainda sinto vontade de fugir muitas vezes, sim! Ainda é difícil ter de suportar a incredulidade e cegueira deste mundo muitas vezes. Mas quero muito aprender a ser como Jesus. Viver o amor a Deus sobre todas as coisas e o amor ao meu próximo como o de Cristo por mim. Como disse Paulo: “Não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Filipenses 3:14).

Que o Senhor me ensine!


“Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé”
(Filipenses 1: 23-25)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Moderna... mas sempre mulher!


“Ela conquistou o mundo, o poder político e o mercado de trabalho. Está mais estudada e dispõe de recursos financeiros, mas ainda é insegura quanto ao próprio corpo, sonha com o príncipe encantado e sofre com o drama da maternidade.”


[parte do texto “Sempre mulher”, da revista Vida e Saúde, edição de Março de 2011, pags. 10-17]


“É a hora de dizer que a independência feminina custou muito caro. Sim, para as mulheres. É claro que ela tem inúmeros benefícios com a independência que conquistou, mas é preciso olhar também para os prejuízos que são muitos, a começar pela jornada que era uma, antes de trabalhar fora, virou duas, e agora já se fala em tripla jornada. Afinal, continuam sendo das mulheres os deveres com os filhos, o marido e a casa, mesmo que tenha empregados. Vinda do trabalho com uma grande carga de pressão, é natural que, ao chegar em casa, ela não tenha a mesma candura e paciência para lidar com os filhos. Até que se desligue do ambiente de trabalho, os filhos já foram dormir sem conseguir a mãe suave de que precisavam.

“É bom considerar que filhos de mães que trabalham fora tiveram que aprender na marra a se virar mais sozinhos, ser independentes e, por conta da renda extra dos pais, têm mais possibilidades financeiras. Contudo, isso tem um custo. Acredito que essa independência financeira da mulher é diretamente ligada ao aumento assustador no número de divórcios, já que, com a possibilidade de se virar bem sozinha, ela não se prende a relacionamentos que não a satisfazem”, analisa a psicóloga Telma Vitzig, que enxerga um fenômeno curioso: “Filhos de pais separados, quando convivem com a guarda compartilhada, ao sair da casa de um dos pais, ficam algumas horas sem pertencer a ninguém, para que a própria mente se ajuste a quem é a autoridade naquele momento. Daí as revoltas, incompreensões. É muito duro para a criança”, explica a especialista. Sim, pois a independência da mulher alterou a configuração social.

Telma argumenta que “trabalhar fora faz com que a mulher gaste uma energia muito grande e desnecessária para se adaptar aos papéis. O natural da mulher é ser flexível e gerar harmonia no lar. Ela é talhada pra isso. No mercado de trabalho, essas características precisam sumir para dar lugar à rigidez, austeridade e se assemelhar ao homem. Mandar e ditar ordens aos filhos como aos subordinados não funciona, então ela tem todo um trabalho de desconstruir aquela personagem do trabalho e assumir outro papel em casa. Isso desgasta e confunde a mulher”.

O curioso é que, por mais independente que seja, a mulher moderna ainda sonha com coisas simples e gentilezas que eram típicas de suas avós, como ter um homem que lhe abra a porta, traga flores e dê segurança e proteção. Entretanto, não ter mais isso é o preço que ela paga pelo feminismo. Uma revisão dos livros de história vai explicar pra você, leitora, que a pretensão feminista lá no século 19 ainda era por condições salubres de trabalho e direitos básicos.
Todavia, com o passar do tempo e algumas conquistas, o feminismo que se colheu em meados do século 20 acabou virando uma guerra dos sexos sem sentido e pregação de igualdade de gêneros. Igualdade improvável, a começar pelo fato de que homens e mulheres são diferentes na essência. E ponto.

O homem também sofre com essa realidade, pois ele também não foi preparado para esse tipo de mulher. Se estava acostumado com o padrão da mãe e da avó, será mesmo um choque para ele conviver com os novos moldes que sua mulher terá. [...]

Não se pode negar a pressão da sociedade para que a mulher trabalhe fora e alcance sucesso em sua profissão. Mesmo sem se dar conta, muitas assumem esse posto contra sua própria vontade, mais para não serem excluídas do grupo e das expectativas sociais. Junto com isso vem a culpa por não dar conta de tudo com perfeição, como se espera e se alardeia. [...]

Levando em conta o estilo de vida da mulher atual, temos a chamada janela estrogênica, ou seja, a produção hormonal muito maior, já que menstruam cedo e têm filhos bem mais tarde, além de ter poucos, ficando à mercê dos hormônios que, sim, são o gatilho para câncer de mama e de endométrio. Segundo o Dr. Fernandes, “a amamentação precoce, antes dos 30 anos, aumenta os fatores de proteção contra o câncer de mama. Efeito contrário acontece quando a gestação e amamentação acontecem depois dos 30”, orienta.”


[Por Fabiana Nertotti, colaboradora especial da revista Vida e Saúde. Trecho das páginas 13, 14 e 16]

terça-feira, 22 de março de 2011

O que eles pensam...

Um texto muito bom, de um blog muito bom. Indico a todos! 

Entendendo o que se passa "do lado de lá"... ;)

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"Não sou machista, mas se tem uma coisa que me incomoda é a independência excessiva de algumas mulheres. Isso é algo que me espanta, que me faz correr e, infelizmente, esta mais comum do que imaginava.

As vezes parece que tem mulher que se orgulha em não depender de um homem. E eu, na minha inferior capacidade intelectual masculina em relação a constante mudança de temperamento feminino, tento entender qual é a graça que as mulheres vêem nisso. Se você for olhar na bíblia, o homem tem tantas responsabilidades. Imagina, a menina esta lá, na casa do pai dela, toda protegidinha, bem tratada e diante de um amor incondicional. O homem que casar com ela e, conseqüentemente, tirá-a de lá terá que ser melhor do que tudo isso que ela viveu até então. Ele vai ter que amar, cuidar, proteger, dar carinho, atenção, compreensão e, além de tudo, dar segurança emocional e financeira. E, levando em conta a sociedade em que vivemos, isso esta cada vez mais difícil. Já a mulher, só precisa amar o marido. Super fácil!

A sociedade de hoje esta conturbada com essa idéia de feminismo e independência da mulher. É o que eu chamo de “Sindrome do Só Pega o Buquê e Não Casa”, isso mesmo, pega o buquê e nada de noivo. Mulheres, se existe uma coisa que espanta um homem é a independência excessiva da mulher. O Homem precisa se sentir o controlador da situação. Não digo isso porque ele quer mandar em tudo, mas sim pelo fato de ser bom para a auto-estima do homem ser o protetor. É a natureza, Deus fez assim. Quando a bíblia diz que o homem é o sacerdote do lar, em outras palavras, ela quer dizer que o homem é quem cuida do lar, da familia, da esposa. 

A mulher é um ser misterioso, algo parecido com um tesouro lendário guardado a sete chaves na ilha mais distante da costa e é um prazer para o homem desvendá-lo. É um prazer para nós, homens, tentar entender a mulher, cuidá-la e protege-la, porém, quando nos vemos pisando em um território em que não somos bem-vindos, partimos em disparada. 

Mulheres, por mais que vocês já tenham vivido muitas situações em que vocês precisaram se virarem sozinhas, entendam que sempre existirá um homem ansioso para fazer com que você não passe por isso novamente. Guarde sua independência, ou melhor, a transforme em sabedoria e façam aquilo que só você sabem fazer muito bem: aconselhar um homem!"

Por Bruno Felipe



sexta-feira, 18 de março de 2011

Apenas seres humanos


Domingo passado estava participando da classe de jovens da EBD (Escola Bíblica Dominical) de minha igreja e iniciou-se um estudo sobre o livro de Salmos. Já no finalzinho da classe, um jovem pastor que a estava visitando fez alguns comentários sobre os Salmos, que os mesmos eram, na verdade, manifestações pessoais de indivíduos a respeito de momentos que eles estavam passando. Não era sobre ou para os outros, era sobre eles mesmos. 

E, então, começamos a conversar sobre como estes escritos, ainda que de cunho pessoal de seus compositores, se aplicavam às nossas vidas e às da maioria das pessoas. Como é fácil nos identificarmos com os Salmos. E isso, principalmente, porque eles refletem os mais diversos momentos pelos quais passamos: os bons e também os ruins. 

E falamos sobre Davi, o escritor de grande parte destes livros. Davi era rei de Israel, tinha um alto posto e era conhecido por todos. Mas, mesmo assim, permitiu-se ser tão honesto e transparente consigo mesmo, com Deus e com os outros, que foi capaz de compor Salmos que expressavam extrema tristeza e pedidos de ajuda desesperados. Ele não tentou fingir que estava tudo bem todo tempo, porque ele era o rei e por isso não podia mostrar-se fraco para com seus súditos. Davi foi real. Apenas um ser humano.

E ele foi Davi, o homem segundo o coração de Deus. Aquele a quem tantos de nós querem imitar. Um grande homem. E essa é uma das belezas do livro de Salmos: nos identificarmos com estes homens, pessoas como Davi, e vermos quantas semelhanças existem entre nossas realidades pessoais.

O jovem pastor que estava conosco comentou que sua maior dificuldade enquanto pastor era exatamente o fato de as pessoas sempre o enxergarem como “o pastor fulano”, e não como uma pessoa normal, que tem momentos bons e maus, de força e de fraqueza, que tem momentos nos quais pode oferecer algo bom e outros nos quais não pode. Falou do trabalho, de dias em que não estava bem, não queria falar com as pessoas e, então, as pessoas vinham perguntar a ele se estava com raiva delas, e ele tinha que inventar desculpas para justificar o seu dia ruim. E essa é a realidade que a maioria de nós vivemos. De ambos os lados da situação.

De um lado, parece haver uma determinação absoluta de que ninguém pode ter dias ruins. Ninguém tem o direito de não ser legal, de não querer muito relacionamento, de querer ficar sozinho. Precisamos ser sempre os políticos da boa vizinhança. Todo tempo estamos sendo cobrados a estar sempre fortes, alegres e esbanjando felicidade e boas maneiras. Do outro lado, com mais freqüência do que percebemos, nós somos essas pessoas que cobram todas estas coisas dos outros.

Mas acontece que não é essa a realidade constante de nossos corações. Ninguém está sempre bem, sempre com tudo muito bem organizado em sua vida, naquela nuvem de paz e satisfação. Todos temos momentos difíceis, dolorosos, cheios de dúvidas, com medo, sem forças, com pouca disposição para se relacionar ou fazer qualquer outra coisa. E isso é normal! O livro de Salmos nos mostra isso. O capítulo 3 de Eclesiastes também fala sobre isso: tempo para chorar e tempo para se alegrar. Mas quão difícil é para o ser humano entender isso. Ou melhor, entendemos para nós, mas não para o outro.

Há um tempo, uma amiga muito querida estava passando por um desses momentos turbulentos em que parece que todas as dificuldades surgem ao mesmo tempo. E ela me mandou um e-mail pedindo desculpas porque não estava sendo “a amiga que deveria ser”. Ela se sentia culpada por não estar sendo forte como deveria, porque não sentia vontade de conversar com ninguém e, assim, achava que me devia desculpas, e a todo mundo. 

Onde nós chegamos? A ponto de um amigo ter que pedir desculpas a outro porque não consegue estar todo tempo bem, porque não tem sempre vontade de conversar, porque nem sempre pode rir e se alegrar junto com o outro, porque não pode ser perfeito? E, infelizmente, muitas vezes, mesmo sem percebermos, nós temos sido os amigos que cobram que os outros sejam assim. Esquecemos que eles são apenas seres humanos.

Queremos transformar os seres humanos em deuses: infalíveis, onipotentes. E esse é um dos maiores erros que cometemos. Vivemos nos frustrando com relacionamentos exatamente porque esperamos perfeição do outro. E o pior é que comumente somos rígidos ao extremo com o outro, e negligentes conosco mesmos. 

A vida não é assim. Não é um conto de fadas onde todos vivem “felizes para sempre”, o que não inclui nenhuma dificuldade, tristeza ou dor. 

Precisei dizer para a minha amiga que ela não precisava se sentir culpada por ter falhas e por estar fraca. Deus não espera que estejamos sempre fortes. Os salmistas nos mostram isso. Cada profeta, apóstolo ou discípulo de Cristo que deixou seus registros na Palavra nos mostra isso. Foram apenas seres humanos, capacitados pela graça de Deus, lutando um Bom Combate com risos e dores, mas sempre perseverantes. Nosso próprio Salvador teve momentos de aflição, de lágrimas e de medo. Por que deveríamos esperar que fosse diferente conosco ou com aqueles com quem nos relacionamos?

Não somos super-heróis, nem deuses. E os outros também não são. Precisamos nos lembrar sempre disso. Somos humanos alcançados pela graça de Deus, mas ainda apenas seres humanos.

Criei o vídeo dessa música num desses momentos em que o mundo nos cobra que sejamos super-heróis. E quando entendi que não preciso ser. "Se eu quiser chorar, não ter que fingir, sei que posso errar e é humano se ferir..."



sexta-feira, 11 de março de 2011

A arte de saber esperar

Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

“Um dia Sarai disse a Abrão: – Já que o Deus Eterno não me deixa ter filhos, tenha relações com a minha escrava; talvez assim, por meio dela, eu possa ter filhos…” (Gênesis 16.2).


Sarai e Abrão tinham recebido uma promessa da parte de Deus. Para que ela se cumprisse, eles deveriam ter um filho. Sarai era estéril e o tempo avançava. Um filho, só por milagre. Mas ela não conseguiu esperar e fez aquilo que muita gente ainda faz em nosso tempo: decidiu ajudar Deus. Decidiu “fazer o milagre”. Não sem antes culpar Deus: “Já que o Deus Eterno não me deixa ter filhos…”. Quando um crente começa a culpar Deus vai se envolver em enrascadas, sem dúvida alguma. A racionalização culpabilizante é indício de que a vida espiritual vai mal. E que mais problemas surgirão.

Sua solução foi fácil. O escravo era uma coisa, propriedade do dono. O filho que Agar tivesse com Abrão não seria filho de Agar, mas de Sarai. Ela era dona da escrava e o filho da escrava também seria sua propriedade. Simples, não? Nós temos algumas soluções tão simples que nos impressiona que Deus não veja como deve fazer as coisas.

Deu errado, como era de se esperar: “Quando descobriu que estava grávida, Agar começou a olhar com desprezo para Sarai, a sua dona” (v. 4). Logo Sarai precisou encontrar alguém para culpar. Desta vez culpou o coitado do marido: “Aí Sarai disse a Abrão: -Por sua culpa Agar está me desprezando. Eu mesma a entreguei nos seus braços; e, agora que sabe que está grávida, ela fica me tratando com desprezo. Que o Deus Eterno julgue quem é culpado, se é você ou se sou eu!” (v. 5). Mais uma vez ela envolve Deus na sua embrulhada. Antes ele era o culpado e agora é o juiz que deve decidir (mas ela já decidiu quem está errado). E foi em frente. Além de culpar Abrão, maltratou Sarai: “Abrão respondeu: – Está bem. Agar é sua escrava, você manda nela. Faça com ela o que quiser. Aí Sarai começou a maltratá-la tanto, que ela fugiu” (v. 6). E mais tarde ainda aumentou a carga sobre a escrava: “Certo dia Ismael, o filho de Abraão e da egípcia Agar, estava brincando com Isaque, o filho de Sara. Quando Sara viu isso, disse a Abraão: – Mande embora essa escrava e o filho dela, pois o filho dessa escrava não será herdeiro junto com Isaque, o meu filho” (Gênesis 21.9-10).

Sarai, mais tarde conhecida como Sara, não era uma pessoa fácil de se viver. Faz poucas intervenções, no relato bíblico, e sempre intervenções que não a elevam muito. Parece ter sido uma pessoa de temperamento difícil. Mesmo assim tornou-se uma das heroínas da fé. Na galeria dos heróis da fé, em Hebreus 11, só duas mulheres são mencionadas nominalmente. Ela e Raabe. Deus a usou e se agradou dela apesar daquilo que podemos julgar serem defeitos de temperamento. Longe de ser um estímulo a não procurarmos ser pessoas melhores, isto nos mostra o que é graça. Deus usa pecadores imperfeitos, cheios de falhas, e glorifica seu nome na vida delas.

O grande problema de Sarai, mais que seu temperamento, foi não saber esperar. É o problema de muitos crentes. Como um irmão que orava: “Ó Deus, dá-me paciência! Mas eu quero agora!”.

Jesus soube esperar. Satanás o tentou para pedir pão, quando ele teve fome: “Então o Diabo chegou perto dele e disse: -Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras virem pão” (Mateus 4.3). Sabemos como Jesus reagiu. Mas o mais enriquecedor é como a história terminou: “Então o Diabo foi embora, e vieram anjos e cuidaram de Jesus” (Mateus 4.11). O socorro já estava a caminho, quando Satanás se apresentou. Era saber esperar. Tivesse cedido à sua fome, o Salvador teria caído e com ele todo o propósito de Deus. Muitas vezes Satanás chega primeiro. É preciso prestar atenção.

Na cruz ele também soube esperar. Aqueles momentos de dor e de vergonha pareciam intermináveis. Mas a cruz era necessária. “Desça da cruz e creremos nele!”. Creriam nada! Não havia atalhos para o plano de Deus. O caminho da fé passa pela cruz. Este é o grande problema de muitos crentes. Eles querem atalhos, caminhos abreviados, têm pressa. Querem tudo sem sofrimento. O Salvador foi obediente, cumprindo tudo, e esperando a ação do Pai. O resultado é conhecido: “Por isso Deus deu a Jesus a mais alta honra e pôs nele o nome que é mais importante do que todos os outros nomes, para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai” (Filipenses 2.9-11).

Nossas soluções podem ser as mais fáceis (aos nossos olhos). Satanás pode chegar primeiro. Não que seja prestativo, mas porque é voraz. A ação de Deus vem no tempo certo. Saiba esperar. “Ponha a sua vida nas mãos do Deus Eterno, confie nele, e ele o ajudará” (Salmo 37.5). Deus faz as coisas certas no tempo certo.




quarta-feira, 9 de março de 2011

Cristãos Radicais (by Pedro Pamplona)

"Vamos ao dicionário. Radical: Inseparável; completo; invariável; que quer reformas absolutas; Que ou quem se encontra distante do que é considerado normal ou tradicional. Essas definições já bastam para entendermos o significado dessa palavra. E se juntássemos a ela outra? Cristão! Vamos ao dicionário de novo: Cristão: Que professa o cristianismo; seguidor de Cristo. Pronto, agora podemos entender melhor a expressão “cristão radical”. Tendo como exemplo somente as definições do dicionário e colocando ao pé da letra chego a esse significado: Cristão Radical: Inseparável de Cristo; se sente completo em Cristo sem precisar de mais nada; que quer reformas absolutas em sua vida e no mundo para sermos como Cristo; invariável na fé e no proceder, pois acredita em um único salvador, Cristo; Que se encontra distante do que é considerado normal ou tradicional pelo mundo, mas se encontra perto daquilo que Cristo é.

Sendo mais claro e detalhista. Cristãos radicais não são aquele grupo de crentes que praticam esportes. Não são aqueles que pulam em shows gospel. Não são aqueles que batem palma nos cultos. Não são aqueles que passam o sábado na igreja. Não são aqueles que vivem igreja 2 ou 3 vezes na semana. Não são aqueles que usam camisas com frases cristãs e muito menos os que têm adesivos cristãos no carro. Cristãos radicais não são aqueles que sentam sempre nas primeiras fileiras e nem aqueles que ficam em pé com as mãos levantadas durante o louvor. Não são aqueles que vão para acampamentos de carnaval. Não são nem de perto aqueles que se isolam dos não-cristãos. Cristãos radicais não são aqueles que oram em pé. Não são aqueles que falam em línguas. Não são aqueles legalistas que sempre dizem não e muito menos os liberais que sempre dizem sim. Não são aqueles que oraram uma vez pedindo para Jesus entrar em seus corações e nada mais. Não são aqueles que sempre levantam as mãos na hora do apelo. Cristãos Radicais não são aqueles que vivem dizendo amém e aleluia. Não são aqueles que sabem versículos decorados. Não são aqueles que saem gritando que Jesus é o senhor pelo meio da rua. Não são aqueles que dizem que o fim está próximo e muito menos aqueles que julgam os outros. Cristãos radicais não são aqueles que estudam em colégios cristãos ou estudam teologia. Não são aqueles que colocam frases cristãs ou versos da bíblia em suas páginas na internet. É preciso bem mais do que isso para ser um cristão radical.

Cristãos radicais são aqueles inseparáveis de Cristo. Inseparáveis do seu caráter, do seu pensamento, de seus ensinos e mandamentos. Inseparáveis da sua palavra. Cristãos radicais são aqueles completos em Cristo e só em Cristo. Que não precisam de mais nada que o mundo possa oferecer para serem felizes. São aqueles que não precisam de dinheiro, nem de carros, nem roupas de marca, nem reconhecimento, fama e poder. Não precisam de paixões mundanas e nem de prazeres deturpados. São aqueles que estão plenamente preenchidos de Cristo. Não precisam de máscaras e escape baratos como álcool, drogas, sexo e rebeldia.

Cristãos radicais são aqueles que se mantêm invariáveis diante de uma sociedade promíscua. São aqueles que estão com a casa firmada na rocha, pois ouvem, lêem, estudam e praticam a palavra de Deus. São aqueles que os ventos do diabo não derrubam. Que permanecem inabaláveis em meio às tentações do mundo. Que não cedem ao pecado. Não mudam de opinião, pois tem uma fé solida e racional em Cristo. São aqueles que influenciam e não deixam ser influenciados pela sociedade. São aqueles que obedecem a palavra de Deus e agem como cristão mesmo sobre a chacota do mundo. São aqueles que defendem seus valores mesmo que a sociedade os ache ultrapassados e caretas. São aqueles que não se envergonham do evangelho de Cristo.

Cristãos radicais são aqueles que não só querem uma reforma absoluta na igreja, mas são a própria reforma. Começam a mudança primeiro com um coração em arrependimento. São aqueles que servem a Deus onde estão e a quem seja. Que saem de dentro das paredes da igreja. São aqueles que vão onde não vão ser bem recebidos e lutam por justiça. São aqueles que se importam com quem não merece. São aqueles que promovem a paz por onde passam. Que amam o próximo como cristo ama a igreja.

Cristãos radicais são aqueles que se consideram longe do que o mundo considera normal ou tradicional. Que amam o que Deus ama e odeiam o que Deus odeia. São aqueles que não vivem com a normalidade do mundo. São aqueles que não praticam sexo antes do casamento. Que guardam seus corações e não se entregam a qualquer um. São aqueles que não enchem seus ouvidos de porcaria e sexualidade. Que não assistem programas e filmes que Deus abomina. Que não conversam sobre coisas que Deus não aprova. São aqueles que não querem ser como mundo. Que não criam ídolos mundanos. São aqueles que não freqüentam lugares podres de pecados. São aqueles que fogem da aparência do mal e da imoralidade. Que odeiam o pecado e fogem dele com todas as forças. Cristãos radicais são aqueles que se separam do mundo em santidade porque o deus deles é um Deus santo!

Na real, ou você é um cristão radical ou não é nada.

E só pra lembrar, O cara ai da foto foi o mais radical que já existiu!

Escrevi pensando no ministério de adolescente onde eu sirvo, o Geração Radical.

Paz!"


Pedro Pamplona.


terça-feira, 8 de março de 2011

Convicções...



“O caminho que você toma com os seus pés nunca deveria contradizer as convicções do seu coração”
(Joshua Harris – Eu disse adeus ao namoro)

Ter convicções é fácil. Ouvir a verdade e reconhecê-la como tal, na teoria, não requer tanto de nós. Criar teorias belas e impactantes não é tão difícil assim. Somos convencidos por palavras sábias e concordamos com elas e, assim, nos achamos bons demais.

O difícil é viver convicções, quando elas precisam ser vividas. Esse é que é o grande desafio. Não saber o que é certo, mas fazer o que é certo. Transformar teoria em prática. É neste ponto que caímos.

Porque escolher as palavras que parecem mais corretas e santas, usá-las e pregá-las aos outros é simples demais. O problema é quando nós mesmos nos deparamos com as situações reais em que devemos aplicá-las em nossas próprias vidas.

O momento em que precisa-se decidir quem comandará: os pés ou o coração.

São os pés que tomam o caminho. Aonde eles forem, todo o corpo será obrigado a ir. Eles são os guias. O coração? Ele deveria ser o mestre, aquele que dá as ordens aos pés. Afinal, por acaso têm os pés a capacidade de refletir para tomar decisões? Não. Portanto, Deus não poderia falar aos pés. Mas Ele fala aos nossos corações. E é lá que nascem, crescem e moram nossas convicções. É lá que Deus escreve Suas verdades.

Estamos parados, ou andando lentamente em uma paisagem rotineira, e Deus começa a falar sobre os caminhos perigosos que podem, e irão, surgir à frente e o que devemos fazer quando isso acontecer. Nossos caminhos, neste momento, estão tranquilos, e então é bastante fácil ir ouvindo os conselhos, anotando-os no coração e dizendo: “Sim, Senhor! Estou entendendo, sim! Poxa, Você tem toda a razão! Pode deixar que, quando isso acontecer, eu farei exatamente o que o Senhor está dizendo!”. Até achamos aqueles conselhos belíssimos, de tamanha sabedoria que nos fazem regozijar em ouví-los!

No entanto, um dia os caminhos perigosos aparecem. Ouvimos tanto falar sobre eles! Porém, quando nos deparamos com eles, eles parecem tão diferentes das descrições que ouvimos. Parecem-nos tão pouco perigosos, até mesmo agradáveis! E, então, vemos a bifurcação no caminho. Temos que tomar uma decisão. Há uma placa indicando “Perigo” apontando para a esquerda. E uma placa de “Siga por aqui” apontando para a direita. O Mestre já havia falado que seria assim.

Mas, o caminho à esquerda encontra-se cheio de luzes coloridas, vários bancos para descanso e todas as pessoas à sua frente parecem se dirigir para lá. E o caminho à direita parece tão estreito, difícil de trilhar e, o pior, não parece haver ninguém indo para lá. Como pode a placa de “Perigo” estar voltada para a esquerda e não para a direita?

Então, trava-se a guerra. O coração diz: “O Senhor falou sobre isso! Ele disse que haveria uma placa de perigo e que não deveríamos seguir por ela. Vamos pelo caminho da direita!”. Mas os pés se revoltam e protestam: “O quê? Por acaso você não está vendo a diferença entre estes dois caminhos? Veja só como o caminho da esquerda parece seguro e confortável! Todos estão indo por ele! Como pode haver perigo lá? Enquanto o caminho da direita... ele mete medo! Não há ninguém lá e ele é tão estreito! Nós vamos pela direita!”.

Neste momento, todas as pessoas que estavam trilhando o caminho da esquerda voltam-se para a situação e passam a opinar: “Ah, esse caminho aí do lado não dá em lugar nenhum, não! É impossível de trilhá-lo! Dizem que ele dará em um lugar muito bonito, o mais belo da região. Mas a verdade é que ele tem tantas pedras e espinhos que é simplesmente inviável andar por ele! Venha por aqui conosco. Ainda que haja essa placa de perigo aí, a verdade é que esse aqui é o único caminho possível de trilhar! Não se preocupe com isso!”.

E chega-se o momento da decisão. O momento pelo qual todos passaremos. E a decisão quem tem que tomar somos nós. No momento de colocar o corpo em movimento, o que poderá fazer o pobre coração? São os pés que tomarão o caminho, qualquer que seja ele. Ainda que o coração proteste e, depois de todas as convicções construídas durante o caminho que para trás ficou, saiba qual a resposta certa, ele pouco poderá fazer se os pés decidirem contrariá-lo.

Não haverá jeito, então, se os pés decidirem? Sim, haverá. Ainda há uma saída: um cérebro que controla o corpo inteiro – inclusive os pés teimosos. A verdade é que é nossa responsabilidade escolher o caminho.

A questão é: a quem daremos ouvidos, aos pés ou ao coração?


“Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mateus 7. 13,14)


A essência da Mulher Cristã

Pensei no que deveria escrever hoje, em homenagem ao Dia das Mulheres. E, como não podia deixar de ser (neste cérebro que sempre inventa mais coisas do que deveria), um monte de coisas diferentes surgiram. Eu poderia falar sobre o significado feminista desta data, sobre as características bíblicas da identidade feminina cristã ou sobre tantas questões que precisam ser resgatadas nesta nossa sociedade pós-moderna. Porém, compreendi que há algo muito superior do que tudo isso, e muito mais importante de ser falado ou refletido.

Antes de sermos chamadas à compreensão da verdadeira feminilidade, somos chamada à compreensão da verdadeira VIDA - em Jesus Cristo! Antes de sermos mulheres, somos Cristãs, e este é o centro de tudo! De nada adianta falar de dicas ou fórmulas para ser uma Mulher Virtuosa, do que se deve ou não fazer, dos modelos do mundo em contraste com os modelos de Deus, se nossa vida não está centrada no Senhor!

Nestes dias, compreendi (mais uma vez) uma verdade: o segredo de todas as coisas é muito mais simples do que comumente imaginamos. As coisas não são tão complexas quanto costumamos pensar. Nós é que complicamos tudo! Em nossas vidas, não precisamos de tantos caminhos e tantas respostas assim. Somente de uma.

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida." (João 14.6)

Tão simples. Tão conhecido. E tudo o que precisamos saber. É claro que precisamos buscar compreensão de todas as maneiras que nos forem possíveis, buscar a sabedoria e o conhecimento. Porém, tudo o que necessitamos resume-se nesta verdade: Cristo! Ele é a fonte de todas as coisas!

E esta é a mensagem que devemos relembrar continuamente em nossas vidas: só é possível ser uma verdadeira Mulher Virtuosa se nossos olhos estiverem em Cristo! Nenhuma outra forma. É Ele quem nos ensinará, quem nos moldará, quem nos livrará dos enganos deste século, quem renovará a nossa mente, quem mudará os nossos padrões. É o Senhor!

Nenhuma "Mulher-Modelo", nenhuma palavra sábia, nenhum conselho humano é suficiente para operar isso em nós. E nem é nestas coisas que devem estar nossas atenções. Elas não são capazes de gerar em nós a transformação que precisamos experimentar. Nenhum dos sonhos e ideais mais lindos, puros ou santos que pudermos ter jamais nos levarão ao padrão que Deus tem para nós. Somente Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida de que precisamos!

Portanto, neste dia, a mensagem que quero trazer, aquela que Deus mesmo tem trazido ao meu coração, é que um só é o nosso tesouro e deve ser o nosso desejo: Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador! Nosso Deus Triuno. Ele é tudo do que precisamos! Todas as demais coisas, por melhores que possam parecer, não são nada diante dEle! Nele está nossa satisfação e felicidade! Ele é a paz que precisamos e a realização de cada um de nossos sonhos! Nenhum "príncipe", nenhuma "família perfeita", nenhum "filho dos sonhos", nenhum "ministério perfeito" pode saciar nossa sede de felicidade: somente Cristo pode!

A essência da verdadeira Feminilidade está numa vida totalmente entregue aos pés de Jesus, num coração temente a Ele e cheio de satisfação em contemplar Seu tão maravilhoso amor e graça! Todo o restante virá como consequência.

"Considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor." (Fp. 3.8)

Que Ele seja louvado através de nossas vidas!

Feliz Dia das Mulheres!



segunda-feira, 7 de março de 2011

Anseios e lágrimas...


Resoluções Urgentes para um Novo Ano

[by Fabrício Cunha]

"Sinto-me um tanto quanto constrangido em apresentar-lhe tal relatório. Sei que conhece-nos melhor do que nós mesmos. Isso lhe é bem possível. Conhece-me e bem que poderias se divertir com tal. Contudo sei também que não se cansas de novos começos. Então, lá vou.

Quero sentir-me seguro em seu amor, ser todo seu, passar tempo contigo.

Quero amar as coisas simples que criou, percebê-las todas. Conversas, cheiros, gostos.

Quero sentir falta de Ti, saudade mesmo sabe… falta dos lugares, dos altares, de suas coisas, de sua gente.

Quero ser carinhoso contigo e não quero olhar o relógio quando estiver junto de Ti.

Quero desligar meu celular quando estiver ouvindo de seu amor, de seus desígnios, quando estiver em sua mesa.

Quero sentir a doce expectativa de encontrá-lo.

Quero viajar contigo, literalmente e imaginativamente. Fazer planos e não te consultar depois, fazê-los contigo, acertando e errando, vencendo e perdendo, mas sempre contigo.

Quero me indignar por Ti e contigo ao presenciar o que abominas. Ao ver a injustiça, a mentira, a opressão, a pobreza, a vida desregrada, ao ver aquilo que mata.

Não quero rir de piadas que te insultam diretamente ou pela indecência por detrás. Não quero falar palavrões, nem ver cenas que imprimem em minha mente o pecado.

Não quero flertar com a incredulidade que endurece o coração e mata a esperança. Nem com o que ofusca a beleza e a riqueza da herança vindoura, daquilo que é além.

Não quero ficar parado, nem esconder os presentes que me tem dado: os dons recebidos de suas próprias mãos. Quero usá-los com orgulho santo, sabedoria e intensidade, alegria e zêlo.

Quero servir-te servindo ao outro. Servir por servir e só, servir por amor, sem esperar recompensa nenhuma. Nenhuma não.

Quero olhar pra ti e ver seu contentamento e aprovação. Seu orgulho também. Na verdade já sei que está “agradado” de mim e que nada do que faça fará com que me ames mais, nem menos. Até porque não sou, nem conseguirei ser santo como gostaria. Mas quero morrer tentando.

Quero que meus pais se orgulhem do que sou. Que meus filhos te amem porque vêem que eu mesmo te amo. Que minha mulher seja cada dia mais uma só carne comigo.

E, finalmente, de meus amigos quero duas coisas. Uma que se divide em duas e a outra uma só mesmo…

A primeira (que se divide em duas) é que me amem: 1. Que me amem como sou: narigudo, chato, carente, falante e amante. 2. E que me amem com coragem de amar mais ao amigo do que a própria amizade. Que não tenham medo de colocá-la em risco por amor de mim. Que me cobrem, me exortem. Que sejam instrumentos Teus em minha vida.

A segunda é que queiram, a todo preço, se parecer mais com Teu filho, meu irmão e Senhor. Que não tenham a vida por preciosa e que sejam consumidos de tanto amor por Ti.

Termino com um compromisso. O de afixar esta carta em vários lugares onde, durante todo o ano, possa vê-la.

Obrigado por mais um ano e pela certeza da presença que acalenta e conduz."



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Ah, sim, Senhor! Como eu quero aprender a viver (e viver) cada uma destas coisas também. Ensina-me. A ser quem eu devo ser, e como eu devo ser. Anseios...

E lágrimas... todas as vezes que olho para meus irmãos, homens e mulheres que temem e amam ao Senhor com tanta força, vontade, dedicação. É tão lindo! Eu fico tão maravilhada todas as vezes que encontro verdadeiros filhos e servos de Deus! Apaixonados por Cristo e semeadores de tudo que Ele é: Seu amor, Sua graça, Suas verdades... Te glorifico mesmo, Senhor, porque fazes em nós, tão pequenos seres humanos, algo tão belo assim! Tu és mesmo lindo!