sábado, 29 de maio de 2010

As Mulheres (Anônimas) da História da Igreja



Incrível como várias coisas, durante essa semana, acabaram me direcionando e ministrando na minha vida a respeito desse assunto.

Nesses últimos dias, voltei a ler um livro que trata da história da Igreja e da Reforma Protestante. Na verdade, já há algum tempo venho lendo, ouvindo mensagens e buscando aprender sobre as coisas que Deus tem feito no decorrer da história da igreja Cristã, através da Reforma, dos Avivamentos, e através de grandes homens de Deus e pregadores defensores da fé. Tem sido algo maravilhoso. Viver uma fé sobre a qual conhecemos a história, as lutas em sua defesa, os preços que foram e têm sido pagos, os altos padrões de vida cristã é algo essencial, uma fonte enorme de crescimento quando direcionada pelo Espírito Santo.

E, nesses dias, voltei a ler sobre os reformadores. Estive lendo sobre a vida de Lutero, Zuínglio e Calvino, em especial, e o preço que esses homens pagaram pra que vivêssemos, hoje, a fé cristã como vivemos. E, entre muitas e muitas coisas, fiquei pensando como é possível que uma pessoa se disponha a fazer o que eles fizeram. Eles eram homens que viviam em épocas totalmente fechadas a críticas, onde a igreja católica romana e o poder papal controlavam tudo, não apenas a vida religiosa, mas também estavam intimamente relacionadas aos poderes políticos, imperiais, sociais. Mas, mesmo assim, estes homens se levantaram contra o maior poder de sua época e o combateram. Lutaram pela Verdade da Palavra em detrimento de suas próprias vidas. Deram tudo que tinham. E eu fiquei pensando de onde vinha toda essa coragem.

E, então, me lembrei de cada pessoa usada por Deus para escrever a história da Sua Igreja no mundo. Os Profetas, Jesus, os Discípulos e Apóstolos, os Mártires, os primeiros Missionários e Evangelistas, os Avivalistas... tudo o que vivemos hoje em nossas igrejas cristãs, devemos a eles (em Deus) e seus sacrifícios.

No entanto, vocês já pararam pra observar e pensar como que essas pessoas que têm escrito a história da Igreja, desde o princípio, foram HOMENS? Noé, Abraão, Moisés, Davi, Isaias, Jeremias, Daniel, Jesus, Paulo, Pedro, João, Lutero, Zuinglio, Agostinho, Jonathan Edwards, John Wesley, e lá vamos nós...

E, de repente, durante minhas meditações sobre as vidas destes homens tão poderosamente usados por Deus para MUDAR A HISTÓRIA DO MUNDO, eu parei. Parei mesmo, e uma única questão explodiu no meu coração:

“Onde estavam as mulheres de Deus durante todo esse tempo?”

E comecei a pensar sobre isso. Pensei na Bíblia. Quão pouco se fala sobre as mulheres piedosas e cristãs da igreja primitiva na Bíblia, especialmente após a morte e ressurreição de Jesus. Onde estava Maria, a mãe de Jesus, onde estava Maria Madalena, Marta e sua irmã Maria, a mulher Samaritana e todas as mulheres que seguiam Jesus? O que houve com elas? O que elas estavam fazendo? Havia tanta coisa acontecendo naquele momento da história da Igreja e nós, simplesmente, não mais ouvimos falar sobre estas, sem dúvida, tão grandes mulheres...

Depois parei e pensei num fato alarmante (pra mim, pra essa reflexão): grande parte, pra não dizer a maioria, destes homens que construíram a história de Deus no mundo era CASADA! Eles eram homens CASADOS! Noé foi casado, Moisés foi casado, Davi foi casado, Pedro foi casado, João foi casado, Lutero, Zuinglio, Calvino, J. Edwards foram casados! E, então, mais uma vez, e de forma ainda mais intensa, meu coração gritou perguntando: “Onde estavam essas mulheres, Senhor?!”

Pare e pense: nós sequer sabemos o NOME da esposa de Noé, de Pedro, de João ou dos demais Apóstolos! Não sabemos quem foram suas MÃES. Dentre todas as mulheres de Deus que houve na história, de quantas nós sabemos os nomes? E, dentre essas cujos nomes são citados, de quantas nós conhecemos as histórias? Se a Bíblia nos fala de um ou outro acontecimento de suas vidas, com algumas poucas exceções, é muito. Até mesmo Maria, a mulher escolhida por Deus para ser a MÃE DO SALVADOR, quão poucas vezes ela é mencionada, ou sua vida cotidiana, ou sua colaboração para a difusão do Evangelho, após, e mesmo durante, a vida ministerial de seu Filho! Nós nem sabemos o que houve com ela depois que Jesus morreu, com raríssimas informações... e quantas outras mães, esposas, auxiliadoras que nunca chegaremos a conhecer? Quantas outras mulheres virtuosas, piedosas e verdadeiramente cristãs...

Eu olhei, e olho, pras vidas destes homens que ficaram tão conhecidos por participarem da Reforma, de novos conceitos e entendimentos para a Fé Cristã, de grandes Avivamentos mundiais, e fico pensando em como esses homens podem ter casado! Que mulheres eram essas?! Eu nem consigo imaginar a grandeza destas mulheres e quanto suas vidas deveriam ser devotadas a Deus! Mas ninguém sabe seus nomes. A maioria de nós nem sabemos que elas existiram nas vidas desses homens. Enquanto seus maridos estavam lá fora revolucionando o mundo... onde estavam essas mulheres?

E eu simplesmente parei. Porque eu sabia onde elas estavam. Meu coração sabia disso. Elas estavam no ANONIMATO, nos “bastidores”, “por trás das cortinas”, lá onde ninguém as podia ver... e era lá que elas estavam lutando pelo Reino! Talvez elas soubessem, ou não, que, um dia, os nomes de seus maridos seriam mundialmente reconhecidos, de geração a geração, mas que seus nomes comumente sequer seriam mencionados. Mas elas estavam lá. Ninguém falou das dores que elas sentiam ao ver seus maridos, ou seus filhos, sendo perseguidos, maltratados, injustiçados e assassinados por defender o Evangelho. Ninguém falou da batalha que elas precisavam lutar todos os dias pra criar seus filhos, pra apoiar seus maridos em suas lutas, pra ser o conforto, o refúgio no meio da guerra. Ninguém falou dos momentos de solidão que elas viveram, do quanto elas sentiram falta da presença ou do afeto de seus esposos, do quanto elas ficaram sós. Mas... elas estavam lá. E essas eram apenas algumas de suas lutas. Seus maridos e filhos estavam lá fora, lutando. E elas estavam lá dentro, mas também lutando.

Li, hoje, pela primeira vez, um texto de Noel Piper, a esposa de John Piper, um dos maiores pregadores cristãos de nosso século. Que grande e admirável homem! Mas quantos dos cristãos que conhecem tão bem os textos de John Piper nunca conheceram a vida de Noel? ... Penso na vida de Liza Fromholz, a esposa do Jeff Fromholz, um grande e admirável homem de Deus no Brasil... quão pouco Liza aparece! Não ouvimos falar sobre ela, não a ouvimos pregar ou escrever grandes reflexões, não vemos suas fotos ou comentários sobre qualquer coisa... E como eu admiro essas mulheres!

E eu fico pensando em quanta sabedoria eu mesma preciso receber de Deus pra aprender a ser assim. Quantas vezes, ao ler todas essas histórias, eu sinto um desejo tão grande de ser como esses HOMENS – quero ir pra frente de batalha, empunhar a espada e lutar ardentemente! Eu quero fazer parte desses “heróis” cujos nomes todo mundo conhece, cujas ações todos estarão vendo e sobre os quais todos se lembrarão! Mas... e se Deus me chamar para ser uma dessas mulheres ANÔNIMAS? Será que eu aceito? Será mesmo que eu quero? Será que, se o chamado de Deus pra mim for este, eu aceito de coração nunca ser reconhecida por ninguém, nunca ter o meu nome lembrado e ser, aos olhos do mundo, apenas uma “sombra do meu esposo”?

Isso não é romântico, não é lindo e maravilhoso como nossos sonhos femininos de esposas super amadas e valorizadas e vistas em todos os aspectos. Mas é real. Houve, na Bíblia, UMA Sara, UMA Raquel, UMA Rebeca, UMA Ester, UMA Rute, UMA Débora. Mas quantas centenas e milhares de grandes mulheres cujas histórias nós jamais conheceremos? Sem dúvida, foram GRANDES mulheres! Mulheres que suportaram toda a dor de ver seus maridos morrendo por amor ao Evangelho de Cristo. As “Mulheres dos Heróis”. Mas elas estavam lá. E não é diferente hoje...

Portanto, eu pergunto a mim mesma, e pergunto a cada uma das Mulheres Virtuosas que o Senhor tem levantado nessa geração: estamos dispostas a sermos as Mulheres ANÔNIMAS da História da Igreja?

Eu quero muito, em Cristo e Sua soberana Graça, aprender com estas mulheres que nunca conheci. Aprender a regozijar-me no silêncio, na sombra, no anonimato, onde ninguém me vê. Aprender a deixar a honra ao herói que o Senhor escolher para que eu apóie e ajude, assim como a Igreja deve deixar toda a honra para Cristo. Mas sei que isso não é fácil. Não, nem um pouco! Não é utópico e romântico como eu costumo imaginar... mas é, sim, sem dúvida, lindo, como foi linda a atitude de Jesus em lavar os pés de seus discípulos e, assim, nos ensinar a servir e não a sermos servidos.

Buscando aprender...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pedalando juntos numa bicicleta para dois...


Palavras sábias para mulheres - Parte 3 - Pedalando Juntos numa Bicicleta para Dois (1)

As palavras sábias de hoje são da Noel Piper(2) e são endereçadas particularmente a mulheres casadas, mas não exclusivamente. Como eu disse a uma amiga outro dia: “Gostaria que alguém tivesse compartilhado comigo estas coisas quando eu era solteira e estava pensando sobre casamento.”

Noel descreve suas reflexões como "lições aleatórias". Elas são intelectualmente instigantes e cheias de sabedoria à medida que buscamos viajar na “bicicleta para dois” do matrimônio.

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John & Noel numa bicicleta para dois (3)

 
"Protetor solar, capacetes afivelados, pedais em sincronia e nós estávamos a caminho. Depois de alguns minutos, Johnny chamou por cima do ombro, "Você está indo muito bem para sua primeira vez em uma bicicleta para dois." Sem nem pensar eu respondi: "Eu acho que todos estes anos de casamento foram um bom treinamento."

 
Aqui estão algumas lições casuais que eu aprendi na semana passada enquanto pedalava pela trilha do Cannon Valley com meu marido em uma bicicleta feita para dois:

 
• Se eu jogasse meu peso pra todo lado, nós cambaleávamos e saíamos da trilha.

 
• O enjôo inicial aliviou quando eu deixei de resistir e deixei Johnny inclinar a bicicleta nas curvas e voltas do caminho.

 
• Freqüentemente eu sentia como se realmente não estivesse ajudando muito. Mas eu tinha que fazer minha parte, porque se eu erguesse meus pés, Johnny sentia e perguntava: “Você ainda está aí?"


• Meu instinto era pedalar mais forte pra ter certeza de que estava contribuindo com a minha parte do esforço. Mas quando eu fazia isso, Johnny dizia: "Mais devagar. Não me empurre tão rápido."

 
• Olhando sobre os ombros dele, eu podia ver muito do que ele via, mas não o que estava imediatamente à nossa frente. Era bom que ele fosse a pessoa dirigindo, freando e trocando as marchas. Por outro lado, eu estava mais livre para olhar em volta e mostrar as placas que marcavam as distâncias e as tartarugas tomando banho de sol num tronco.


• Eu não podia frear ou guiar, mas eu tinha o poder para parar a bicicleta e arruinar o passeio. Se eu ficasse parada nos pedais e me recusasse a movê-los, ele não podia fazê-los girar.

 
• Eu amava quando estávamos em solo plano e usando uma marcha fixa e um pedalar lento e firme que nos empurrava adiante. Mas eu precisava de um aviso quando Johnny tomava um rumo que requeria pedaladas rápidas. Quando eu era pega de surpresa, meus pés soltavam dos pedais e era difícil colocá-los de volta no lugar sem complicar a subida numa colina íngreme.

 
• Quando percebia que estava agarrando o guidão, eu tinha que me lembrar: "Largue isso! Você sempre quis pedalar com 'nenhuma mão'. Agora você pode!"

 
• Quando eu estava pronta para voltar, Johnny estava querendo ir mais uma milha. Quando eu estava pronta para parar com tranqüilidade, ele dizia: ”Vamos ver se conseguimos bater o nosso recorde." Com este tipo de incentivo, eu faço o que nunca teria feito se estivesse sozinha.

 
• Perto do fim, quando vi mais uma colina e abri minha boca para dizer, "Deixe-me descer. Eu subo à pé." Então eu percebi como nós pareceríamos tolos: eu lenta e sozinha e ele tentando pedalar por dois. Portanto, me calei e continuei pedalando.

 
• E descobri que quando pedalamos juntos, declives impossíveis tornam-se possíveis.

 
Talvez o compositor do século 19 fosse mais sábio do que imaginava quando criou a proposta de casamento que dizia, "Você parecerá doce no assento de uma bicicleta feita para dois.”(4) Me faz pensar no que Paulo escreveu em Efésios 5:22-24:

 
"As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido."

 
Palavras como estas em nosso mundo de hoje são consideradas tudo menos sábias; mais como tolas. Por que motivo nós iríamos querer nos submeter a qualquer um, muito menos a nossos maridos? 'Submissão' é quase uma 'palavra obscena'. Significa que uma pessoa tem menos valor que a outra, é inferior. Ainda assim, quando fechamos nossos ouvidos ao que o mundo nos diz e abrimos nossos olhos e lemos a palavra de Deus, o conceito de submissão na providência de Deus está longe de negativo.


A palavra de Deus nos instrui em Gênesis 1:26 que Deus fez macho e fêmea à sua própria imagem. Então, homens e mulheres desfrutam igualmente de humanidade, dignidade e valor. Com respeito à nossa posição diante de Deus não há nenhum traço de superioridade ou inferioridade.

 
Isto não quer dizer que homens e mulheres são exatamente iguais. Uma das maneiras em que Deus concebeu as mulheres é para refletirem aquela igualdade de humanidade de um modo diferente dos homens. Deus nos fez para sermos "auxiliadoras idôneas" (Gênesis 2:20) e os homens para assumirem um papel de liderança. Quando homens e mulheres se levantam e assumem sua verdadeira masculinidade e feminilidade, como planejada por Deus, "eles estarão verdadeiramente satisfeitos e a sabedoria de Deus na criação será plenamente revelada e exaltada." (John Piper)


Quando o mundo nos diz que igualdade não pode ser sustentada com uma ordem de liderança e submissão, nós temos que considerar novamente não só o que a palavra de Deus diz, mas como o Pai, o Filho e o Espírito Santo refletem esta verdade perfeitamente. Bruce Ware escreve:

 
"A estrutura de autoridade e obediência não somente é estabelecida por Deus, mas, mais do que isso, existe na própria vida trinitária interna de Deus, como o Pai estabelece sua vontade e o Filho alegremente obedece. Por isso, nós não deveríamos menosprezar, mas deveríamos abraçar linhas de autoridade e obediência apropriadas. No lar, na comunidade dos crentes e na sociedade, linhas legítimas de autoridade são boas, sábias e lindas reflexões da realidade que é o próprio Deus... nós precisamos enxergar não só a autoridade, mas também a submissão como divinas."


Isto não é refletido somente na vida de Deus; o próprio Cristo nos dá exemplos de como são a verdadeira liderança e submissão. Jesus Cristo nos mostra o jeito certo de liderar e o modo correto de submeter-se.

 
Assim, a Bíblia nos instrui claramente de três maneiras. Aqui eu estou resumindo do livro de Wayne Grudem, Evangelical Feminism and Biblical Truth (Feminismo Evangélico e Verdade Bíblica):


1. Corrige os erros de domínio masculino e superioridade masculina que vêm como resultado do pecado.

 
2. Como homens e mulheres, que são iguais aos olhos de Deus, ninguém deveria se sentir orgulhoso ou superior por ser homem, e ninguém deveria se sentir desapontada ou inferior por ser mulher.


3. Quando homens e mulheres não escutam um ao outro com consideração e respeito, não valorizam a sabedoria que pode vir de outra forma e ser expressa diferentemente do outro ou não valorizam os diferentes dons e preferências do outro tanto quanto seus próprios, eles negligenciam o ensino de igualdade na imagem de Deus.

 
Ponderemos estas verdades novamente, levando-as para nossas vidas e casamentos para que possamos refletir o propósito de Deus para nós como os homens e mulheres, aceitando o Seu plano como "muito bom."


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(1) Este é o terceiro de uma série de 7 posts publicados no blog titus2talk todas as quartas feiras no período entre 10/01/07 a 07/03/07

(2) Noel Piper é esposa de John Piper

(3) John & Noel Riding in Tandem

(4) Frase de uma música popular escrita por um compositor inglês (Harry Dacre) no século 19

 

Indicação: Site "Bom Caminho Mulher"

Pessoal, acabei de descobrir um site maravilhoso voltado para nós, mulheres cristãs!! Acho mesmo que este é um dos melhores espaços voltados para a edificação da Mulher Bíblica que encontrei até aqui. Portanto, gostaria de indicar esse site a vocês com muito entusiasmo e felicidade, para que continuemos a crescer e aprender a viver todos os planos que Deus tem para nossa feminilidade.

Com vocês, Bom Caminho - Mulher:



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Côrte e Pureza: O que você está guardando?



É incrível como esse assunto de “Côrte” se disseminou no meio “cristão” brasileiro. Há seis anos atrás, quando me converti, a gente nem ouvia falar sobre isso. Nada de beijo antes do casamento? Não mesmo. Eu mesma só comecei a pensar, considerar e/ou entender sobre os conceitos do relacionamento do tipo “Côrte” (ou “Namoro santo”, ou “Amizade especial” ou “Romance ideal” ou o que quer que seja), há uns 2 anos e meio atrás, se não me engano. Antes disso, essa idéia nem passava pela minha cabeça.

Mas então se começou a falar sobre isso. Lembro que a primeira pessoa que ouvi defender um relacionamento romântico sem beijo foi o Pr. Jeff Fromholz, numa conferência de jovens aqui na cidade. Até aquele ponto, eu tinha ouvido alguma coisa meio distorcida, pensado em alguma possibilidade do tipo, mas nada muito sério. A partir dali, vi esse assunto se multiplicar no meio cristão em que convivo, bem como em todo canto. Parece que houve um “Bum!” na temática. Chegou a tão famosa “Visão Celular”, o “G12” e os seus similares, e com eles seus cursos sobre “Romance Ideal”, ou sei lá quais os títulos usados. E, agora, todas as igrejas em modelo celular (ou seja, 99% do total, pelo menos aqui em Macapá) falavam sobre isso aos seus jovens.

Foi quando as coisas começaram a ruir. Côrte, ou um relacionamento com vista a casamento construído em Pureza e Santidade, virou MODA. E toda vez que alguma visão de Deus, algum direcionamento de Deus vira MODA, eles começam a sofrer distorções e perder o seu sentido original. Veja o exemplo da “Adoração Extravagante” ou demais manifestações “Super-Pentecostais”. E, infelizmente, com MUITA tristeza no meu coração, tenho visto a mesma coisa acontecendo com o padrão de relacionamento que começou a ser proposto, em pureza, há alguns anos. Estamos caminhando no mesmo rumo.

A meu ver, o grande problema causador de tudo isso foi um: LEGALISMO. Criaram-se REGRAS, sem tratar os corações. Encheram as mentes dos jovens com modelos prontos de “o que fazer e o que não fazer” para prevenir os pecados sexuais que estavam (e estão) tão presentes nos namoros, mas esqueceram de tratar toda a lascívia que havia no coração. E ela permaneceu lá. E podemos estar certos de uma coisa: ainda que essa lascívia interior deixe de se manifestar através de um certo tipo de contato sexual (mais especificamente o BEIJO NA BOCA), ela acabará encontrando outras formas de fazê-lo. Não duvidemos disso!

E aqui quero fazer uma pausa pra uma declaração que precisa urgentemente ser feita nos nossos dias: CÔRTE (ou qualquer nome que você queira dar pra esse tipo de relacionamento que estamos discutindo) NÃO É A MESMA COISA QUE “NAMORO SEM BEIJO NA BOCA”! Por favor, POR FAVOR, vamos acabar com essa visão tão pequena, superficial e enganadora a respeito da PUREZA que o Senhor está tentando restaurar nesta geração! Não é possível que tantos jovens, líderes e tudo mais não vejam quantas coisas existem (e devem existir) além disso!

Sim. Há alguns anos atrás, falar de “namoro sem beijo na boca” era algo meio monstruoso e totalmente incompreensível. Tudo bem, ainda é. No entanto, se compararmos o momento atual com alguns anos anteriores, veremos a massificação (relativa, tá bom!) desse entendimento. Eu sei que ainda existem muitos cristãos que ainda não entenderam nem mesmo essa questão mais óbvia. Mas não é pra esses que estou escrevendo. Escrevo praqueles que dizem (pelo menos) estar buscando o padrão de pureza DE DEUS para seu relacionamento, ou defendem esse discurso.

Falo isso porque, infelizmente, tenho visto muitas dessas pessoas que afirmam isso, que têm lido obras de referência sobre o assunto, mas que, querendo ou não, tem acabado por resumir seu padrão de pureza à regra “sem beijo na boca”. Se pararmos pra olhar a relação e o contato entre o casal, exceto pela falta de beijo (na boca, é claro!), não há nada que o diferencie de um casal de NAMORADOS (com isso digo “relacionamento comum, em essência oposto à corte”)! Eu não sei se o problema está comigo e sou eu que estou ficando “puritana” demais, mas se eu vejo um rapaz e uma moça que andam todo tempo abraçados um com o outro, com o cara mantendo suas mãos delicadamente sobre o abdômen da moça (pra ser bem delicada), dando beijinhos no rosto, na testa, no nariz, na nuca, em todo canto exceto na boca, sussurrando segredinhos aos seus ouvidos, com o rostinho bem coladinho um no outro, chamando de “meu amor”, “meu nenên”, “meu bebezinho” e etc, enquanto a moça está toda derretida, fazendo altas declarações de amor em todo tempo, fazendo todas as coisas juntos... será mesmo que devo deixar de chamar isso de NAMORO pra chamar de CÔRTE só porque não tem “beijo na boca”? Não sei pra vocês, mas, na minha opinião, Côrte é muito mais do que isso!

Vamos pensar numa coisa: quantos de nós saímos por aí fazendo todas essas coisas com nossos AMIGOS do sexo oposto? Bem, acho que se fizéssemos isso acabaríamos com uma fama não muito boa entre os verdadeiros cristãos! Esses não são comportamentos que seriam aceitos com amigos do sexo oposto, exatamente porque sabemos de quão sexuais eles são e podem ser. Nós podemos até abraçar uma pessoa do sexo oposto uma vez ou outra e tal, cumprimentando-a, dar um beijinho no rosto como cumprimento, mas ninguém vai sair por aí ficando agarradinho com seu amigo todo tempo e dando risadinhas melosas com ele que todos nós já vamos, no mínimo, suspeitar de alguma coisa errada acontecendo. Pode não estar acontecendo nada sexual, ou sensual, ou lascivo externamente, mas e nos pensamentos e emoções? E as expectativas românticas muito comuns de acontecerem quando temos esse tipo de contato com uma pessoa do sexo oposto? Os pensamentos vão longe! (e as emoções, então!)... Falo isso porque, antes de compreender que havia um Padrão de Pureza de DEUS pra minha vida, eu me relacionava dessa forma com amigos rapazes... nunca os “beijei”, nem muito menos nada além disso, mas sei o quão “não-puras”, o quão sensuais essas coisas eram, ainda que ninguém assumisse isso! Tanto é que hoje me envergonho disso, porque sei que era errado, não era o tipo de contato que eu deveria ter com uma pessoa do sexo oposto, para me manter pura, e de forma nenhuma é o tipo de comportamento que eu teria com qualquer rapaz hoje.

E aí entramos na questão de PUREZA. Um relacionamento de PUREZA, seguindo os padrões de Deus, não está relacionado apenas ao âmbito físico. Na verdade, especialmente para nós mulheres, acho mesmo que esse é o âmbito mais fácil de guardar. De alguma forma, essa é a área em que qualquer atitude de impureza pode ser vista e, assim, as pessoas podem nos exortar, nos confrontar, e isso acaba limitando nossa “liberdade” nesse aspecto. Mas e o que está acontecendo em nossas MENTES e CORAÇÕES? Lá ninguém pode ver! Lá temos toda a liberdade para alimentar todo tipo de sentimento ou pensamento “romântico” (pra não dizer lascivo!). É lá, em nossos pensamentos e emoções, que está a grande luta contra a IMPUREZA. É por isso que Jesus falou que o adultério que era pregado no Antigo Testamento, que consistia apenas em um ato físico, não era o verdadeiro padrão de adultério, e complementou dizendo que o simples pensar em uma pessoa de forma impura já era ADULTÉRIO. Esse é o padrão de Deus! Um padrão que nos manda guardar em pureza não apenas o nosso corpo, ou os contatos físicos com a pessoa com quem nos relacionamos “romanticamente”, mas também, e de forma muito especial, lutar para manter puros nossas MENTES E CORAÇÕES. Com toda sinceridade, para nós mulheres é muito mais difícil guardar nossos pensamentos, nossos “sonhos românticos” e nossas expectativas que facilmente podem se transformar em lascívia, do que guardar nossos corpos. A maioria das mulheres cristãs tem muita convicção de que quer manter seu corpo puro. Mas nossas batalhas são mais profundas: são na mente e no coração. Para os rapazes, acho que acontece de uma forma meio oposta. Suas lutas normalmente são mais físicas e visuais, o que acaba atingindo seus pensamentos.

Então, se nós não permitimos que qualquer rapaz se aproxime de nós com qualquer tipo de contato físico mais profundo ou prolongado, como ficar dando beijinho toda hora, abraçando, pegando na barriga ou o que quer que seja, quando se é amigo ou apenas conhecido, exatamente porque sabemos que isso não é algo puro, e também sabemos do quanto isso pode influenciar nossas emoções, por que seria certo ou adequado deixar o seu NAMORADO fazer isso? Será que você está menos predisposta a desenvolver pensamentos e emoções menos sexuais ou lascivas em resposta a isso pelo fato dele ser seu namorado, ou pretendente, ou noivo ou o que quer que seja? Basta parar para pensar um pouquinho pra ver que a verdade é exatamente o oposto! Com o seu “noivo”, a quem você já está romanticamente envolvida, com quem você já se permite ter sonhos mais românticos, a probabilidade disso se transformar em algo sexual e lascivo é ainda maior! Não estou falando do risco de chegar a FAZER SEXO! Não! Estou falando do que acontece dentro de sua mente e do seu coração. Aquilo que ninguém vê. Aquilo que ninguém julga. Exceto DEUS.

Pra terminar, gostaria de deixar meu registro de revolta contra mais uma coisa nessa “onda de corte” da igreja moderna brasileira: que parada é essa de todo mundo andar NOIVANDO por aí a torto e a direita? Alguém mais já percebeu como que, agora, quando alguém quer viver esse namoro mascarado de “corte”, pra não ficar com o peso na consciência de “pedir a moça em namoro”, vai lá e diz logo que “quer ficar noivo dela”? Quê que é isso? Agora virou moda os jovens namoradinhos, de 15, 16 anos andando de “anel de noivado”, ou compromisso, sei lá. Outro dia, uma adolescente conhecida minha, de 14 ANOS, com quem eu conversava muito sobre pureza no relacionamento e tudo, que lia o blog com suas amiguinhas e tal, arrumou um “pretendente”. E, ao invés deles assumirem o “namoro”, eles ficaram NOIVOS! Olha que coisa linda! Acho que, assim, com uma palavra tão FORTE, eles estão “firmando um compromisso muito sério, pra casamento mesmo!” – e, dessa forma, tudo se torna muito mais permissível! “Nós vamos nos casar!”... É, quem sabe olhando por esse prisma, todas aquelas coisas acima citadas não possam ser consideradas normais mesmo? Eles vão se casar mesmo! Já estão até noivos, de anel de ouro e tudo!!! Aff... A coisa ficou bagunçada mesmo! Quem foi que ensinou pra esse pessoal que Noivado é isso? Aliás, pergunta pra eles quando vai ser o casamento, e você vai ver quanta pretensão eles têm de se casar! “Ah, um dia desses, ainda precisamos nos preparar muito mais, né?”... Se precisam se preparar mais, posso saber por quê ficaram NOIVOS, então? Será que esse não seria o momento de serem AMIGOS, e continuarem deixando DEUS prepará-los, amadurecê-los, moldá-los mais, antes de firmar o compromisso de casamento? Se você ainda não está pronto para casar, por que mesmo está firmando compromisso de casamento com alguém? Supõe-se que, ao firmar um compromisso desses, você esteja planejando em se casar em breve... ou isso era o noivado até um tempo desses, né! Vai ver mudou e eu me perdi no meio do caminho!

Espero que essa galera, e quem sabe nós mesmos possamos acordar e lutar contra todos esses enganos, que têm sido massificados no meio dos adolescentes e jovens, ensinando um padrão de conduta, de vida, de sexualidade rendida a Deus, de uma forma tão superficial e sem sentido! Que possamos entender que temos sido chamados a viver um padrão de pureza que vai muito além de “não beijar até o casamento”, mas que tem a ver com honrar a Deus com um relacionamento totalmente PURO, SÉRIO, MADURO com a pessoa com quem Ele quer que nos casemos.

Confesso que, ao ver muitos desses casais dentro das igrejas hoje, me sinto constrangida, sinto minha própria pureza sendo confrontada, atacada, e preciso protegê-la fortemente. Pense nisso: se o tipo de relação que você está tendo com a pessoa com quem está “comprometido” pode gerar algum constrangimento a alguém, se qualquer pessoa (inclusive SEUS PAIS) precisa desviar os olhos de vocês devido ao grau de intimidade que vocês apresentam um com o outro, se pecadores reagem dessa forma ao que vêem, de que forma será que o SANTO DEUS, TOTALMENTE SANTO E PURO, reagirá?

Quanta pureza há em seu relacionamento?

O que você está guardando?

Que nossos padrões sejam o melhor que pudermos oferecer como honra e glória ao nosso Rei!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Mulher Virtuosa - por Paul Washer

Mulher Virtuosa – por Paul Washer

Deixe-me dizer algo antes de começarmos, pois eu tenho falado primariamente sobre rapazes.
Deixe-me dizer algo sobre moças.

Tenho perguntado aos rapazes: “Você é um homem?”
Eu pergunto às moças: “Você é uma mulher?”. Você é uma mulher?

Existe uma grande honra, existe uma enorme honra em se tornar uma mulher virtuosa de Deus. E eu não vou me posicionar a favor do feminismo e de todos os outros canalhas que literalmente tentam... Você sabia que a maioria das mulheres que ensinam essas coisas, as feministas e tudo mais, elas odeiam as mulheres. Elas não amam as mulheres. Elas odeiam as mulheres e querem ser como homens.

A questão é que você nasceu para ser uma mulher, uma mulher de Deus, para ter conforto e alegria e definir a glória na plena manifestação do caráter feminino.

E quando você é despertada para amar, é para firmar a si mesma do lado de sua mãe, firmar a si mesma ao lado de outra mulher de Deus na igreja e descobrir o que significa ser uma mulher. A força disso, a feminilidade disso, a nobreza disso. Tudo sobre ser uma mulher.

Você compreende que por termos permitido que nossas meninas se envolvessem aos 14 ou 13 anos, a idade só continua diminuindo, nós as permitimos que se envolvam em relacionamentos, e o que estamos fazendo? Nós as mantemos distantes de toda ferramenta de aprendizado do caráter feminino!

Poderia ser tão bonito! Não deve ser tão sombrio!

Relacionamento com o sexo oposto é sempre iniciado pelo homem nas Escrituras. Eles são iniciados pelos homens...

Eu tenho visto que mulheres e meninas têm se tornado muito ousadas e descaradas e sem embaraço nessa área. Mas nas Escrituras – não é uma coisa cultural, é algo bíblico – os relacionamentos são sempre iniciados pelos rapazes. Diz: “Por esta razão, deixará o homem seu pai e sua mãe”. Não diz: “Por esta razão, deixará a mulher seu pai e sua mãe”. Mas o homem, não um garoto, um homem deixará seu pai e sua mãe. Além disso, nas Escrituras, toda vez que uma mulher persegue um homem ela é considerada imoral. Toda vez. Toda vez.

Você diz: “Bem isto vai totalmente contra nossa cultura”. Você não esperava isso? Se a nossa cultura odeia Deus e odeia a verdade, você não deveria esperar isso?

E, mulheres, olhem isto, as feministas irão dizer que vocês devem ter esse privilégio. Você percebe? Por que você deveria ter de assumir o papel do homem? Você é a rainha sentada lá no trono. Ele é quem deve vir rastejando até você! Ele é quem deve vir procurar você, achar você! Por que você quer correr pelas ruas fazendo a mesma coisa? Existe uma nobreza nisto!

Mas os inimigos da Escritura irão procurar tomar algo como isto e torcer e convencer você que estão tratando as mulheres como algo de menor qualidade. Não! Estão tratando a mulher como algo de maior nobreza e qualidade. Por sinal, uma das maneiras em que você vai saber se esta pessoa é a pessoa que Deus tem para você é esta: Eles irão estimular a sua caminhada espiritual, não tirá-la de você.

Eis aqui algumas importantes questões que sempre pergunto aos rapazes:

Número um: Você está atraído por ela por uma beleza bíblica ou está atraído por sua sensualidade? Sensualidade procede de um coração perverso. Marcos 7, 21-23: “Porque de dentro do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia*, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura”. Igualmente, a sensualidade é uma obra da carne, em Gálatas 5:19: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia*”. Uma mulher pode ser devidamente chamada bonita, uma mulher pode ser devidamente chamada elegante, mas uma mulher que é sensual possui um coração maligno... Tem um coração maligno! Eu sei pessoalmente. Minha esposa e eu temos discutido muito isso porque ela fala a jovens meninas e tal, e eu conheço muitas, muitas mulheres que quando você olha pra elas você pensaria consigo mesmo “Que bela e elegante dama”. E, honestamente, como um homem de Deus, é tudo o que você poderia pensar. Uma bonita, elegante, refinada... E existem outras mulheres, rapazes, que não carregam metade da beleza física, que se você é um homem de Deus, você olha e no momento em que você vê ela entrando na igreja , você tem de olhar para baixo por causa da sensualidade saindo de seu coração. Pessoal, isto é verdade! E todos aceitam isso do jeito que é. Rapazes, fujam da sensualidade! Fujam da sensualidade, pois a sensualidade é somente um anúncio público da condição do coração. Fujam disso!

E moças, fujam da sensualidade, fujam da sensualidade achada em rapazes, pois está lá também. Se qualquer um se veste ou age de modo a promover a moldura de seu corpo, é sensualidade. É, sim!

Beleza, sim! Nós deveríamos ser pessoas bonitas. A mulher de Provérbios 31, tudo indica que ela tinha uma nobreza real. Beleza na Escritura... Muitas das esposas dos patriarcas eram consideradas belas, e era considerada uma virtude a mais. Mas sensualidade... Se você é atraído por isso, rapaz, é além de tudo uma indicação do seu próprio coração. E você está mordendo um fruto que é proibido pra você, e terminará se tornando uma pedra em seu estômago.

Ora, eu também disse “Você está atraído por ela por causa da beleza bíblica ou pela sensualidade?”. Segundo: Você está atraído pela virtude dela ou por sua personalidade? Mesmo boas personalidades podem ser enganadoras. Muito enganadoras... Você não deve procurar por personalidade. Você deve procurar por virtude! Por virtude... A Bíblia diz, em Provérbios 31:10: “Mulher Virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis”. Virtuosa! Conforme os anos passam, rapazes... Eu quero lhes dizer algo, me ouçam atentamente: Não será o físico que irá permanecer em sua mulher, será a virtude. Será a virtude! Quando você vir se Cristo realmente habita em seu coração, rapazes, então vocês serão atraídos pelo Cristo que é manifesto na vida dela.
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Palavra em áudio ministrada por Paul Washer, traduzida pelo site Voltemos ao Evangelho, transcrita por mim. Assista o belíssimo vídeo desta mensagem em: http://voltemosaoevangelho.blogspot.com/2010/05/estao-minhas-maos-limpas-paul-washer.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+VoltemosAoEvangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29

domingo, 16 de maio de 2010

Restauradores de Veredas: a Missão desta Geração!



“Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável” (Isaías 58:12)


Cara, como esse versículo fala sobre a nossa geração! Que tempos são esses que temos vivido? Tempos em que o Bom Caminho de Cristo está quase totalmente abandonado, em cada aspecto da sociedade. As famílias se encontram perdidas, sem rumo, desestruturadas, com papéis trocados, com os olhos vendados, atraídas pelo brilho deste mundo e tão distantes da Palavra de Deus. A igreja encontra-se tão enganada, cega, também perdida no meio do caminho, indo não se sabe pra onde, correndo atrás do vento, acreditando em falsas profecias e dançando e fazendo festa no meio da guerra, quando deveria estar se preparando pra última batalha. E toda a sociedade sofre as graves conseqüências disso – nem precisamos falar sobre como está a sociedade! Se Família e Igreja, que são os dois grandes fundamentos de Deus neste mundo, estão bagunçadas, como poderia ser diferente em todo o resto?


E aqui nos encontramos, a nossa geração. No meio de toda essa bagunça. Dentro de casa, ou nas famílias ao redor, vemos as pessoas falando de divórcio ou de “se amigar” (morar junto) como se fosse algo completamente aceitável; pregando tão enfaticamente a INDEPENDÊNCIA DA MULHER, evidenciando o quanto é inaceitável que nós, mulheres, sejamos submissas ou dependentes em qualquer aspectos de “um homem”, e o quanto “a mulher é quem manda na casa!”, e vendo mulheres vivem afirmando amar seus esposos mas não se preocupam nem um pouco em respeitá-los ou em ajudá-los; olhamos para os homens e ficamos ainda mais preocupados, porque os homens se tornaram apáticos, aqueles que antes eram os líderes, os guerreiros que lutavam pela segurança do lar, que disciplinavam e eram firmes, hoje são tão indiferentes, nunca se metem em nada, nunca querem assumir a responsabilidade, e nem mencione contrariar a esposa – porque eles não querem ter “conflitos”, então deixa ela mandar! Vemos pais que moldam seus filhos com objetivos voltados exclusivamente para si mesmos, individualistas e consumistas, preocupados com posição social, bons salários, conforto e bens materiais, mas tão perdidos em suas próprias identidades e destinos, sem saber o que estão fazendo nesse mundo, e principalmente sem se preocupar com o que Deus quer que eles façam nesse mundo!


E aí Deus entra na parada! Deus olha para a nossa geração e decide nos chamar. Deus resolve abrir os nossos olhos e nos fazer ver todas essas coisas, e entender que tá tudo errado! De verdade, não haveria outra forma de vermos como tudo isso é contrário a Deus se não fosse por Sua Graça e Misericórdia em nos mostrar isso, porque dentro de toda essa realidade familiar estão muitos e muitos que se chamam cristãos! Mas, talvez do meio de uma família pior ou não tão ruim quanto o descrito acima, Deus levanta um, dois, três, quatro jovens, e resolve nos ensinar quais são os Padrões DELE! Que doido! Às vezes fico pensando em como podemos ter pensamentos que são tão contrários à nossa sociedade, à realidade que vivemos e vemos ao redor, em todo canto, como podemos desejar algo diferente disso, como podemos acreditar que ainda existe algo a fazer, uma batalha para lutar. Somente Deus mesmo! E aí está o CHAMADO DA NOSSA GERAÇÃO.


Craig Hill, no livro Veredas Antigas, conta a história de uma cidade, nas sociedades antigas, que era cercada por uma muralha. A muralha era a proteção daquela cidade e do povo que ali habitava. Em função dela, aquele povo vivia em paz, protegido dos ladrões e salteadores que andavam ao redor. Depois de algumas gerações terem vivido dentro de uma cidade rodeada por uma muralha, tão poucos inimigos foram vistos que muitos dos habitantes não tinham mais consciência do propósito da muralha. No entanto, existe um problema com as muralhas: apesar delas manterem os inimigos do lado de fora, elas também aprisionam os moradores do lado de dentro. Um certo dia, um pescador que morava na cidade, descobriu que o maior peixe só poderia ser pecado fora da cidade, além da muralha. Como os portões da muralha se mantém trancados, o pescador resolve fazer um pequeno buraco na porção da muralha que fica próximo à sua casa, para passar somente para fazer a pesca e voltar. Que mal um buraco tão pequeno como aquele pode fazer à cidade? Contudo, uma certa noite, um de seus amigos pergunta como ele conseguiu um peixe tão grande, e ele revela o seu segredo. Entusiasmado com aquela grande idéia, seu amigo também resolve fazer um pequeno buraco na muralha próxima de sua casa para pescar.


Craig Hill termina a história com as seguintes palavras:

“Você pode imaginar a cena daqui por diante. Logo, todos que moram próximos à muralha cavam seus próprios buracos através dos quais possam sair e voltar, cada um em diferentes direções. Se isso continuar por algumas gerações, tudo o que restará serão alguns pilares estendidos no lugar da muralha. Porém, é muito conveniente para todos os habitantes saírem e entrarem quando bem quiserem, mas as notícias logo soam nos ouvidos dos inimigos, e estes começam a saquear e roubar outra vez. Então, sob essas circunstâncias, cada cidadão torna-se novamente um soldado. As crianças não podem mais brincar do lado de fora sozinhas. Cada pequena tarefa torna-se uma experiência de alto risco à vida. É perigoso andar na rua para buscar um pão ou mesmo sair na varanda devido aos inimigos que estão de tocaia. A vida desses habitantes é agora consumida pela preocupação quanto à segurança de suas famílias e não mais quanto à busca do chamado e do propósito de vida. Esse é um exemplo físico do padrão espiritual de nossa sociedade atual. É como se vivêssemos em uma cidade sem muralhas onde a maioria de nós estivesse tão preocupada em desempenhar as tarefas que não tem tempo ou energia para buscar ou mesmo para descobrir o propósito e o chamado de sua vida. Suponhamos, então, que o conselho da cidade naqueles tempos antigos decida reerguer as muralhas. Agora os netos daquele primeiro pescador que cavou o primeiro buraco através da muralha são donos de um negócio de pesca e possuem 100 empregados que dependem da pesca durante a noite. Quando o conselho da cidade anuncia que a nova muralha vai ser reerguida bem no meio da área de pesca, os 100 empregados e suas famílias se levantam contra a idéia. O problema com a reconstrução das muralhas é que isso sempre custa muito para a geração na qual as muralhas são reconstruídas. Elas são forçadas a tomar uma decisão tanto para seu próprio benefício imediato quanto para o benefício de toda uma cidade e das futuras gerações.”

Essa é, de fato, a história da nossa geração. O Senhor tem nos mostrado as muralhas sendo derrubadas, tem aberto nossos olhos pra ver todos os danos que temos sofrido em função da destruição das muralhas, e tem nos chamado para fazer algo. Temos sido chamados exatamente para REPARAR AS BRECHAS que foram feitas, para RESTAURAR AS VEREDAS, os caminhos de Deus, para que o país se torne habitável novamente.


Quem nunca parou pra pensar sobre como será o mundo na época de nossos filhos? Às vezes paro pra pensar sobre isso e fico arrasada! Penso mesmo se será bom ter filhos, porque o mundo já tá tão bagunçado hoje, e já é tão duro tentar seguir os Padrões de Deus hoje, que nem consigo pensar no que meus filhos irão viver! E a verdade é que, se não houver REPARADORES DE BRECHAS e RESTAURADORES DE VEREDAS hoje, em nossa geração, “o país” se tornará realmente inabitável para nossos filhos! E é aqui que temos recebido nosso chamado! Nós seremos aqueles que iremos reparar as brechas e restaurar os caminhos exatamente para LEVANTAR OS FUNDAMENTOS DE MUITAS GERAÇÕES. Os fundamentos das gerações que estão por vir serão construídos através de nós. E estas gerações, nossos filhos, poderão viver novamente protegidos pelas muralhas que nunca deveriam ter sido destruídas. Nós iremos reparar as brechas, nossos filhos serão os CONSTRUTORES DAS ANTIGAS RUÍNAS.


Sem dúvida, nossa geração tem sofrido e ainda continuará sofrendo muitos danos em função dos erros e desvios das gerações passadas. Sim, o Senhor irá começar a mudar a história através de nós, eu acredito muito nisso. Mas, quão doloroso isso tem sido e ainda será para nós! O preço que nós, a geração que tem sido chamada e que irá resolver voltar atrás e reconstruir as muralhas, vamos pagar é muito grande. Nós iremos lutar contra a “liberdade” com a qual estão todos acostumados, vamos falar de coisas que parecerão “escravizar” ou “impor limites”, e as pessoas não querem isso. Mas nós sabemos que isso é necessário. É necessário para nós, mas é especialmente necessário para as próximas gerações. Nós iremos construir os FUNDAMENTOS, o alicerce, a base para que eles possam completar a obra. Nossos filhos terão a oportunidade de viver em lares, em famílias segundo o Padrão Divino, seguindo os preceitos Bíblicos, e através disso eles serão capacitados a RECONSTRUIR, a LEVANTAR de novo as paredes da muralha, onde estava apenas o alicerce.


Não será fácil. Não é fácil. Nunca foi e nunca será fácil ou “confortável” destruir coisas, para reconstruí-las. Provavelmente seremos mal entendidos, até mesmo perseguidos, por nossas próprias famílias, nossos pais, tios, irmãos, amigos, tão acostumados com a vida sem muralhas ao redor da cidade. Mas nós sabemos da importância delas, e precisamos pagar o preço. Precisamos pagar o preço se sermos chamados de extremistas por entendermos que Deus tem propósitos e papéis diferentes para o homem e para a mulher, que existe uma forma correta de conduzir a família, existe um líder determinado POR DEUS, existem proibições sim, existe um foco diferente, uma necessidade de guardar nossos filhos das investidas desse mundo e prepará-los para o  Reino. Existe muito trabalho para fazer! E não será uma obra bonita! Não
 seremos nós que vamos comprar as tintas para pintar a casa, não seremos nós que vamos comprar os artefatos de decoração, tão lindos e agradáveis. Nós seremos aqueles que se sujarão com areia, cimento, seixo, que mexerão com ferros e tijolos, para construir o alicerce, aquela parte da casa da qual ninguém lembra, que ninguém vê. Ninguém acha bonito construir alicerces. Mas eles são a base de todo o restante da construção. Um dia, sim, se Deus quiser, nós e os outros veremos a casa sendo levantada, e quão lindos serão os frutos que nossos filhos darão! Nós poderemos ver os frutos nas famílias de uma geração que resolveu se guardar em pureza, ao invés de ficar se contaminando com os prazeres passageiros desse mundo. Poderemos ver famílias novamente estruturadas, realizadas em Deus, com identidades e destinos muito bem definidos, com maridos, esposas e filhos realizados por estarem desenvolvendo os papéis que Deus designou a eles para o bem andar do lar. Poderemos mostrar ao mundo os frutos de todas as nossas renúncias e todo o tempo perdido com cimento, tijolo e areia.

Há muitas brechas a serem reparadas. Muitos caminhos a serem restaurados. Muitos fundamentos a serem reconstruídos. As futuras gerações contam conosco! Não paremos de lutar!

Que Deus abençoe, fortaleça, encha de coragem e determinação a cada guerreiro que Ele tem levantado em nossa geração! Estamos juntos nessa!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Apresento-vos MEU FILHO (e minhas lições de Auxiliadora e Mãe!) xD

Hey, girls!!! :D (and guys too!! =P)

Poxa, quanto tempo que não escrevo aqui! Não por falta de vontade, mas um pouco por falta de tempo, outro pouco por não ter havido nenhum direcionamento específico de Deus durante esse tempo. Mas, pela Graça do Pai, nos últimos dias tenho tido tantas coisas pra escrever aqui! Coisas sobre nós e para nós, mulheres, sobre as quais gosto tanto de falar! Me faz muito bem mesmo falar sobre o que tenho aprendido no meu caminhar rumo ao propósito de Deus pra minha feminilidade.

Quero falar sobre Pureza e Romance, sobre Modéstia e Feminilidade, sobre Família, sobre Minha Vida na Cozinha (hehehe) e muitas coisas mais. Mas, como não dá pra escrever sobre tudo ao mesmo tempo, resolvi selecionar dois temas muito importantes, que estão interligados, e que representam dois acontecimentos especiais dessa semana: os temas são Missão de Auxiliadora e Maternidade, e os acontecimentos são o Aniversário de meu Dad-Príncipe (que foi dia 04 de Maio agora) e o Dia das Mães, é claro.

E, para falar sobre isso, apresento a vocês a maior novidade da minha vida nos últimos meses: MEU FILHO! Pois é, agora eu tenho um filho! E é através dele, principalmente, que o Senhor tem ministrado tão fortemente sobre esses dois assuntos na minha vida.

Aí está o meu bebê: Pingo Silva Ramos!!! rsrsrs.. Meu mozão, o Dálmata mais lindo do mundoo!! xD


Então, na verdade o Pingo já é parte da Família Ramos há quase 13 anos (é, meu amor tá velhinho!! :( Mas nem parece, né?), mas durante a maior parte desse tempo eu nunca tive quase nenhum contato com ele. Provavelmente tem uns 11 anos que eu não tinha nenhum contato com ele, a não ser pela janela da cozinha, porque tinha medo dele. Sempre foram meu irmão e meu pai que cuidavam dele, e mais ninguém. Ele tinha uma "esposa" (nem sei se dá pra dizer isso! rsrs) e um filhote, mas os dois morreram e ele ficou só. Até então, o Pingo não fazia nenhuma diferença pra mim, ainda que eu "gostasse" dele, já que ele só ficava no quintal de casa e eu nunca ia lá quando ele tava solto.

Porém, há uns 2 a 3 meses, o Pingo ficou doente. Ele já estava doente há mais tempo, com dificuldade pra andar sozinho, mas nos últimos 3 meses isso piorou muito. E ele parou de andar, por vários motivos. Ele não consegue mais levantar sozinho, e nem andar sem a ajuda de alguém. E vocês podem imaginar como tem sido a vida dele desse jeito: ele faz xixi deitado e fica todo molhado, esperando alguém pra levantá-lo, sente dor nas patas em função de ficar muito tempo sem se movimentar, não consegue ir atrás de água ou comida quando tem sede ou fome, e só come ou bebe se alguém colocar comida e água pra ele, não consegue se virar sozinho, enfim. E foi exatamente isso o que me aproximou do Pingo!

Creio mesmo que isso foi coisa de Deus! Na verdade, não tenho dúvida disso. Digo a Deus que Ele me deu uma chance de aprender com o último dos nossos cachorros, quando os outros dois morreram e eu não pude sentir nada, nem um pouco da dor de perdê-los, como meu irmão sentiu e chegou a ficar deprimido. Mas Deus me deu mais uma oportunidade - uma oportunidade de me ensinar tantas coisas através do Pingo.

Uma das primeiras coisas que aprendi com ele foi sobre simplicidade. Tenho percebido o quanto os cachorros (não sei se todos, mas o meu bebê sem dúvida! xD) são parecidos com as crianças. Logo quando me aproximei do Pingo e passei a cuidar dele, fiquei pensando sobre o quanto nunca dei bola pra ele durante 11 anos, e como, quando resolvi me aproximar, ele nunca me tratou mal ou ficou desconfiado comigo por causa disso. Parece uma coisa tão boba de pensar, não é? rs. Mas devia ser o Espírito Santo querendo me ensianar sobre como eu tenho dificuldades de perdoar, de esquecer o mal que as pessoas me fazem e dar uma nova chance - de verdade - a elas. Eu levei 11 anos pra descobrir o Pingo, mas ainda assim não houve restrições em sua recepção a mim. (Desculpem se eu sou tão sensível assim, mas não é exagero, realmente essa experiência tem feito muita diferença na minha vida! heheh). A verdade é que o carinho que um animal nos passa, tão desinteressado, sincero, livre de julgamentos e de cobranças é tão diferente do carinho que a maioria das pessoas costuma passar. Isso é tão triste. Nós que nos achamos tão superiores a todas as criaturas da terra deveríamos parar e aprender um pouco mais com eles.

A segunda experiência, linda, que tenho tido com o Pingo é sobre ser Mãe. Taí outra coisa na qual acredito profundamente: que o Senhor está me ensinando um pouquinho do que é ser mãe através da doença do meu cachorro. Hoje, sou eu, e meu pai, quem mais cuida do Pingo em casa. Até mesmo meu irmão, que cuidou dele a vida inteira, não está mais cuidando dele. E quantas coisas tenho aprendido com isso. A situação do Pingo hoje é exatamente como a de uma criança recém-nascida: tudo que ele quer ele chora, tudo que ele precisa tem que pedir dos outros (chorando), e a gente (eu e meu pai) precisando aprender a decifrar cada um de seus choros e suas necessidades. Cada vez que o Pingo está chorando e eu preciso ir lá com ele, descobrir o que ele quer, fico pensando em como, um dia, vou passar por isso com cada um dos meus filhos, aflita por vê-los chorando e não saber porquê, não saber o que fazer, e do como vou acabar aprendendo cada uma dessas coisas. Eu não sei explicar a ligação que acabei criando com o Pingo, só sei que é algo forte demais. Por isso acho que estou aprendendo a ser mãe. Fico arrasada quando ele tá com dor e fica a noite toda chorando. Fico arrasada quando as pessoas não tem paciência e ficam brigando com ele. Fico arrasada de vê-lo molhado de xixi, sem conseguir levantar e, muitas vezes, sem ninguém pra ajudá-lo. Sofro com ele. Deve ser porque ele é tão lindo!!! xD (Digam a verdade, ele não é o Dálmata mais lindo que vocês já viram? Sempre achei que ele tinha cara de cachorro de capa de revista!! heheh). Mas, além de lindo, ele é também tão amigo, tão fofo, meigo, dengoso... #) Não sei, é meu filho mesmo!! rsrs. E uma coisa incrível que aconteceu nesses 2 a 3 meses que tenho cuidado dele é que, hoje, eu já sei identificar com tanta facilidade o que ele quer, porquê está chorando! Sei quando ele está com fome ou sede, quando ele quer fazer xixi ou cocô, quando quer virar de lado, quando quer ir pro canto dele. Isso é incrível! Outra coisa incrível é como me faz bem cuidar dele. Às vezes chego do trabalho super cansada, muitas vezes já 22h e pouco, mas nunca falta energia pra cuidar dele! Normalmente chego do trabalho, às vezes troco logo de roupa, como alguma coisa, mas logo vou ver como ele está. Numa época em que ele tava chorando muito, quase o dia inteiro, eu já chegava da rua procurando ouvir se ele tava chorando ou não. Eu dormia atenta pra ver quando ele chorava, se estava chovendo ou não pra ele não se molhar, etc e tal. E quantas vezes fiquei horas sentada ao lado dele, quando ele tava com dor e ficava chorando, sem conseguir dormir, só fazendo carinho e conversando com ele. Eu ia dormir 01 e pouco da manhã, só xixi do Pingo (rsrs), mas feliz por estar cuidando dele!! E como agradeço a Deus por essa experiência! Sei que não será fácil ser mãe, mas que também será extremamente prazeroso! Se é possível amar dessa forma um cachorro, como será com meus próprios filhos?!

E a terceira grande lição que tenho aprendido é sobre meu papel como Auxiliadora. Antes de tudo isso acontecer, eu estava lendo um livro "Conte Comigo", da Wanda de Assumpção, que fala exatamente sobre o papel de Ajudadora das mulheres. E Deus me deu a oportunidade de viver isso na prática, hoje mesmo, ainda que eu não seja casada. Tenho tido a honra, o prazer, a dádiva de ser a Ajudadora de meu pai! Puxa, como isso tem me feito bem! Eu já falei muitas vezes do quanto meu pai é uma pessoa incrível! Admiro tanto meu pai, como pessoa, como homem, como marido, filho, irmão, pai! E, como mencionei, quam sempre cuidou dos cachorros de casa foram meu pai e meu irmão. Mas, nesse período que o Pingo ficou doente, meu irmão começou a trabalhar e, com a faculdade, passa o dia inteiro fora de casa, então, todo o peso da responsabilidade com o Pingo ficou sobre o meu pai. E, pensando na situação em que o pingo se encontra hoje, não é uma responsabilidade pequena! Até uns 15 dias atrás, o pingo estava tão mal que passava quase o dia inteiro chorando - e ninguém sabia exatamente o porquê. Ele chorava a madrugada inteira, e o choro dele não é nem um pouco discreto, é extremamente escandaloso! Foi um tempo muito difícil! Meu pai estava esgotado, sem saber mais o que fazer, principalmente porque ninguém em casa tinha paciência com a situação, e todos acabavam jogando a culpa de "não dormir direito", ou de ter que ficar ouvindo o pingo latir o dia todo, nele. Foi quando o Senhor fez o que fez comigo e, graças a Ele, pude começar a ajudar o meu pai. Existe algo que eu sempre vi no meu pai, no meio de toda essa situação: a paciência que ele tinha com o pingo, a preocupação com o sofrimento dele e o carinho por ele. A situação chegou a um nível que todos em casa se reuniram e decidiram que deveríamos sacrificar o pingo! Todos diziam que deveríamos fazer isso "porque ele estava sofrendo muito", mas a verdade é que nenhum deles tinha paciência de aguentar os choros dele, que os estavam incomodando demais. Meu pai também chegou a aceitar a idéia de sacrificá-lo, mas ele era a única pessoa que realmente tinha paciência com o pingo e se importava com o sofrimento dele. Quantas vezes meu pai passou a madrugada inteira levantando pra cuidar do pingo, e eu nunca o vi tratando-o mal, gritando com ele ou se estressando! Meu pai será um grande avô! :D E eu recebi a missão, e o prazer, de poder lhe ajudar em toda essa pressão com o pingo. A idéia de sacrificar o Pingo foi terrível pra mim! Nunca imaginei que poderia me apegar tanto e sofrer tanto com a idéia de matar um animal! Mas eu já chorei tanto por causa disso! E meu pai, lindo como sempre, não simplesmente tomou a decisão por estar sendo pressionado por todo mundo, ele se preocupou comigo, com minha dor, e somente disse que não tinha mais condições de fazer qualquer coisa pelo pingo, que estava cansado e precisando de ajuda. E passamos a ser uma dupla. Temos trabalhado juntos, e estamos lutando juntos agora pela vida e saúde do pingo. Já o levamos em vários veterinários, e os melhores disseram que existe a possibilidade dele voltar a andar! Como meu pai está mais aliviado, mais satisfeito e feliz por ver a recuperação do pingo, e probabilidades dele melhorar ainda mais. Nós passamos o dia inteiro trabalhando juntos nisso - decidimos o que ele vai comer, discutimos sobre o porquê dele estar chorando, saímos pra levá-lo no veterinário juntos, fazemos planos sobre as "sessões de fisioterapia" dele, compramos ração pra ele juntos, e tantas coisas mais.

Então, sim, eu não tenho dúvidas de que Deus tem muitos propósitos por ter colocado o Pingo no meu coração neste momento da vida dele - e da minha. Tenho podido ver, pessoalmente, a necessidade que um homem tem de ter uma mulher que o apoie, o incentive, diga a ele do quanto seu empenho está sendo importante, do quanto o admira por sua dedicação, ajude-o nas pequenas tarefas, converse com ele e seja realmente sua AUXILIADORA. Tenho visto isso de forma tão clara na vida do meu pai. E também tenho experimentado o quanto é bom, satisfatório e lindo ser essa Ajudadora! Me sinto TÃO FELIZ por poder ajudar meu pai! Isso já vinha acontecendo em algumas outras coisas, como fazer o supermercado de casa, providenciar almoço quando falta ou no fim de semana, pagar contas de casa, e outras coisas que sempre sobravam só pra ele fazer, mas essa experiência com o pingo tem sido algo maravilhoso na minha relação com ele. E, acima de tudo, tem me feito admirá-lo ainda mais do que sempre o admirei - que grande homem meu pai é! Agradeço muito a Deus por poder diminuir um pouco o fardo que sempre esteve sobre as costas dele, e poder ser algo bom em sua vida. Espero que ele também sinta assim.

Assim, essas são algumas das coisas que tenho aprendido, pela Graça do Pai, nesses últimos meses "in off". Agradeço infinitamente ao Senhor por estar me ensinando tanto sobre os papéis tão importantes que receberei no futuro - de Mãe e de Auxiliadora. Que todas essas experiências possam resultar em frutos de benção e honra ao Senhor unicamente! Não deixemos de nos preparar para o que Deus está preparando para nosso futuro!

Com carinho e saudades daqui... =P

Aline! ;)