quarta-feira, 23 de março de 2011

Moderna... mas sempre mulher!


“Ela conquistou o mundo, o poder político e o mercado de trabalho. Está mais estudada e dispõe de recursos financeiros, mas ainda é insegura quanto ao próprio corpo, sonha com o príncipe encantado e sofre com o drama da maternidade.”


[parte do texto “Sempre mulher”, da revista Vida e Saúde, edição de Março de 2011, pags. 10-17]


“É a hora de dizer que a independência feminina custou muito caro. Sim, para as mulheres. É claro que ela tem inúmeros benefícios com a independência que conquistou, mas é preciso olhar também para os prejuízos que são muitos, a começar pela jornada que era uma, antes de trabalhar fora, virou duas, e agora já se fala em tripla jornada. Afinal, continuam sendo das mulheres os deveres com os filhos, o marido e a casa, mesmo que tenha empregados. Vinda do trabalho com uma grande carga de pressão, é natural que, ao chegar em casa, ela não tenha a mesma candura e paciência para lidar com os filhos. Até que se desligue do ambiente de trabalho, os filhos já foram dormir sem conseguir a mãe suave de que precisavam.

“É bom considerar que filhos de mães que trabalham fora tiveram que aprender na marra a se virar mais sozinhos, ser independentes e, por conta da renda extra dos pais, têm mais possibilidades financeiras. Contudo, isso tem um custo. Acredito que essa independência financeira da mulher é diretamente ligada ao aumento assustador no número de divórcios, já que, com a possibilidade de se virar bem sozinha, ela não se prende a relacionamentos que não a satisfazem”, analisa a psicóloga Telma Vitzig, que enxerga um fenômeno curioso: “Filhos de pais separados, quando convivem com a guarda compartilhada, ao sair da casa de um dos pais, ficam algumas horas sem pertencer a ninguém, para que a própria mente se ajuste a quem é a autoridade naquele momento. Daí as revoltas, incompreensões. É muito duro para a criança”, explica a especialista. Sim, pois a independência da mulher alterou a configuração social.

Telma argumenta que “trabalhar fora faz com que a mulher gaste uma energia muito grande e desnecessária para se adaptar aos papéis. O natural da mulher é ser flexível e gerar harmonia no lar. Ela é talhada pra isso. No mercado de trabalho, essas características precisam sumir para dar lugar à rigidez, austeridade e se assemelhar ao homem. Mandar e ditar ordens aos filhos como aos subordinados não funciona, então ela tem todo um trabalho de desconstruir aquela personagem do trabalho e assumir outro papel em casa. Isso desgasta e confunde a mulher”.

O curioso é que, por mais independente que seja, a mulher moderna ainda sonha com coisas simples e gentilezas que eram típicas de suas avós, como ter um homem que lhe abra a porta, traga flores e dê segurança e proteção. Entretanto, não ter mais isso é o preço que ela paga pelo feminismo. Uma revisão dos livros de história vai explicar pra você, leitora, que a pretensão feminista lá no século 19 ainda era por condições salubres de trabalho e direitos básicos.
Todavia, com o passar do tempo e algumas conquistas, o feminismo que se colheu em meados do século 20 acabou virando uma guerra dos sexos sem sentido e pregação de igualdade de gêneros. Igualdade improvável, a começar pelo fato de que homens e mulheres são diferentes na essência. E ponto.

O homem também sofre com essa realidade, pois ele também não foi preparado para esse tipo de mulher. Se estava acostumado com o padrão da mãe e da avó, será mesmo um choque para ele conviver com os novos moldes que sua mulher terá. [...]

Não se pode negar a pressão da sociedade para que a mulher trabalhe fora e alcance sucesso em sua profissão. Mesmo sem se dar conta, muitas assumem esse posto contra sua própria vontade, mais para não serem excluídas do grupo e das expectativas sociais. Junto com isso vem a culpa por não dar conta de tudo com perfeição, como se espera e se alardeia. [...]

Levando em conta o estilo de vida da mulher atual, temos a chamada janela estrogênica, ou seja, a produção hormonal muito maior, já que menstruam cedo e têm filhos bem mais tarde, além de ter poucos, ficando à mercê dos hormônios que, sim, são o gatilho para câncer de mama e de endométrio. Segundo o Dr. Fernandes, “a amamentação precoce, antes dos 30 anos, aumenta os fatores de proteção contra o câncer de mama. Efeito contrário acontece quando a gestação e amamentação acontecem depois dos 30”, orienta.”


[Por Fabiana Nertotti, colaboradora especial da revista Vida e Saúde. Trecho das páginas 13, 14 e 16]

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