sábado, 26 de março de 2011

Reagindo às catástrofes


Diante de todas estas catástrofes naturais que têm acontecido ao redor do mundo, tive algumas conversas bem interessantes com meu irmão sobre o assunto, as quais me vieram à mente agora.

Conversávamos sobre como a maneira das pessoas reagirem a estes momentos de tragédia pode alterar drasticamente os resultados finais da situação. O paralelo realizado era entre o Brasil, e suas enchentes e desmoronamentos, e outros países como Austrália e o próprio Japão.

Lembro bem que, no período das últimas enchentes do Rio de Janeiro, com aquele índice tão grande de mortes, assisti uma reportagem sobre uma situação muitíssimo semelhante acontecendo na Austrália. Era a mesma coisa. Havia uma só diferença principal: a forma como cada país, ou cada cidadão destes países, reagiu ao momento. A reportagem mostrava os australianos todos unidos e mobilizados, preparando-se para as enchentes que ocorreriam. As autoridades públicas avisaram do que ia acontecer e, então, a população, toda previamente treinada sobre como reagir nestes momentos (que se repetiam com frequência), já sabia exatamente o que fazer. E não perdiam tempo se desesperando, ao invés disso, colocavam em prática o que haviam treinado, protegendo suas casas de todas as maneiras que podiam, para que, depois que as enchentes passassem, tudo pudesse voltar ao normal.

Eu achei isso inacreditável! Incrível! Quanta sabedoria! Era inspirador mesmo ver todas aquelas pessoas, em conjunto, lutando para fazer o correto, ao invés de simplesmente reclamar. Afinal, elas sabiam que não podiam impedir aquele fenômeno. O melhor, então, era mesmo se prevenir e esperar. Iria passar.

E no Brasil, o que vimos? Pessoas desesperadas, insistindo em permanecer em suas casas localizadas em áreas de risco, sem nenhuma idéia do que deveriam fazer e, por isso, expondo-se tanto quanto podiam aos riscos que corriam em decorrência das enchentes. Qual foi o resultado final? Milhares de mortos no Brasil, e apenas algumas centenas na Austrália, em fenômenos de intensidade muito semelhantes.

Uma coisa interessante é que, tanto em um país quanto no outro, estes fenômenos naturais eram esperados, porque se repetiam todos os anos, nos mesmos períodos. Quando chega o inverno no Brasil, período das chuvas, já sabemos que haverá problemas grandes em todos os cantos. É como no Japão. Os terremotos lá já são tão frequentes, que todos são treinados para reagir da forma correta e se proteger adequadamente quando acontecer. E é o que eles fazem quando as catástrofes chegam. Meu irmão me dizia de imagens que havia visto de um Shopping Center no momento dos últimos tremores que afetaram o Japão. Ele ficou abismado porque não havia desordem, desespero, pessoas querendo atropelar as outras, como vemos aqui no Brasil. Ao invés disso, as pessoas se organizavam para passar pelas portas de saída do shopping, uns ajudando aos outros. Porque já estavam acostumados com aquela situação e sabiam que não adiantava se desesperar.

E percebi o quanto isso tem TUDO a ver com nossas vidas espirituais. A verdade é que vivemos esta mesma realidade vivida por Brasil ou Japão: catástrofes ou momentos de perigo, dor, provação são constantes em nossas vidas. Nós sabemos que eles irão acontecer! Não sabemos quando ou como, mas sabemos que eles virão. A questão é: quando as tragédias ocorrerem, como reagiremos? Qual tem sido nossa postura nos momentos de paz e estabilidade: temos sido treinados ou nos dedicado a preparar para os momentos ruins, ou sequer paramos para pensar no assunto? E nos momentos de crise: sabemos o que fazer para sobreviver ou nos desesperamos e insistimos em permanecer em nossas áreas de risco, mesmo já tendo sido avisados?

Precisamos encarar a verdade de que nossos dias não são e não serão sempre ensolarados, e isso em nossas vidas espirituais, emocionais, relacionais. Haverá chuvas, e isso é óbvio. O problema é qual será nossa postura quando elas chegarem.

Tenho visto pessoas em todos os cantos que se desesperam, desanimam e têm vontade de desistir quando as lutas aparecem. Estavam tão acostumadas com os "tempos bons" que passaram a achar que Deus só age quando eles estão assim. Fecham os olhos pra realidade de que Ele é o Deus que dá o sol, mas que também dá a chuva. E não aceitam a chuva. Fazem birra, como crianças, pisando forte o pé contra o Senhor e apontando o dedo contra "aquele que os permitiu passar por momentos ruins". Foram negligentes durante o clima estável e, tão envolvidas que ficaram com a tranquilidade da qual dispunham, esqueceram de se preparar para o inverno. Quando ele chegou, se espantaram e não sabiam o que fazer. Não estabeleceram alicerces e, quando o vento bateu mais forte, a casa ruiu.

Não tenho muitos anos de vida cristã, mas já passei por muitos momentos ruins. Já estive no meio de muita batalha dura. E confesso que, no início, minha postura também era pisar forte o pé e fazer birra. Porém, com o tempo a gente vai entendendo que esses momentos se repetirão, que eles fazem parte do plano todo e, portanto, não adianta nos revoltarmos contra eles. Afinal, o Senhor permanece no controle. Precisei entender que havia "técnicas de sobrevivência para tempos ruins", e que me era vital aprendê-las e colocá-las em prática.

Hoje, os dias difíceis não terminaram. O oleiro continua quebrando o vaso para aprimorar a obra. O ouro continua tendo que ser lançado ao fogo para ser purificado. A diferença é a forma de reagir a isso. Não mais espernear, murmurar e perder as esperanças. Ao invés disso, entendi que nessas horas é que precisamos confiar. Ter calma, em vez de se desesperar. Ficar quieto e esperar, quando só o que conseguimos é isso. Porque a nuvem negra vai passar. Ela sempre passa! Uma enchente não dura para sempre. As águas abaixarão uma hora e, então, os resultados que elas deixaram dependerá da preparação e prevenção que tivemos antes delas subirem.

Ignorar tragédias não as impedirá de acontecer. Alimentar ilusões de que os dias serão sempre maravilhosos, não diminuirá o fato de que eles não serão. Todos teremos que enfrentar o fogo, e mais de uma vez nesta vida. Então, muito melhor é lidarmos com este fato e nos prepararmos, da melhor maneira que pudermos, dedicando-nos a um treinamento eficaz contra tempestades. Isso sim poderá nos ajudar quando as fortes chuvas começarem a cair.

Uma coisa eu aprendi depois de todas as tempestades que já enfrentei: elas são bençãos de Deus! Aliás, ouso dizer que são os momentos de maior amadurecimento e fortalecimento. É nesses momentos que a realidade sobre nossa fé é, de fato, revelada. As crises são o termômetro de nosso andar com Deus: como reagimos a elas. É nestas horas que precisamos ter "certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se vêem". Fé.

Como você tem reagido às suas crises?

"Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado."
(I Coríntios 9: 25-27)

3 comentários:

Giselle Trindade disse...

OI. ADOREI SEU BLOG E ESTOU SEGUINDO.
ME SEGUE?
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BEIJOS

Paula Ferreira disse...

Oie minha amada irmã em Cristo! Tudo bem? Como é bom passar por aqui e ler um texto tão belo e edificante como este! Senti tanta paz ao ler essas palavras Aline! É lindo ver a sabedoria que o Espírito Santo te deu e a revelação constante desse texto! Isso me fez lembrar que devemos pedir a Deus que nós ensine sempre a viver nossos dias na terra de forma sábia. Assim, como Davi pedi a Deus para entender e saber aproveitar seu tempo de forma que glorificasse a Deus. Quanto mais nos achegamos a Deus, mais e mais nossa visão fica ampla e passamos a entender e compreender o que antes não podíamos nem conhecer! Nosso Deus é tão lindo e maravilhoso! A cada dia fico mais maravilhada e encantada com a beleza do amor e da grandeza de NOsso Amado Deus! Ele é por demais encantador!

Beijos, minha amada, que DEus sempre te abençoe assim!
Um grande abraço em Cristo NOsso
AmadO SenhOR!

Paula.

Aline Ramos disse...

Oi, Giza! Obrigada, meu bem! Que o Senhor possa falar ao seu espírito através do MV! ;)

Paula, minha irmã querida. São palavras de quem está aprendendo. De quem já passou por muitas chuvas, muitos tropeços e quedas, aqueles que são comuns do momento em que estamos aprendendo a andar, né? Crianças: é isso mesmo que somos. Mas a graça do Senhor é maior do que nós e nossa incapacidade de evoluir. Ele vai nos ensinando, com Sua paciência e amor sem fim! Sim, Ele é absurdamente lindo e maravilhoso! Assim como você, a cada dia mais entendo o processo da vida cristã: nossa inabilidade vai ficando mais evidente, e então a perfeita e indescritível graça de Deus também o vai - e vai sendo magnificada!

Somente o Senhor para fazer de nós e em nós qualquer coisa boa que possamos ser ou fazer!

Soli Deo Gloria!