“Mas Jesus disse: Quem me tocou?”
(Lucas 8.45a)
Eu tô aqui me perguntando se não
tô falando a mesma coisa em todos os textos. Porque o que cada um desses textos
bíblicos tem gerado em meu coração está sempre fluindo na mesma direção. E pode
ser que isso seja porque eu estou precisando aprender sobre FÉ. Ou pode ser,
simplesmente, o exato objetivo de Deus ao colocar todas essas narrações juntas.
Nos ensinar, repetir, repetir, repetir novas e novas histórias que nos levem a
viver a verdadeira FÉ. Talvez seja sobre isso. Seja esse o objetivo nas nossas
vidas.
Que texto fantástico esse! Eu li
a primeira parte – “Enquanto ele ia, as
multidões o apertavam” (v.42b) – e a primeira coisa que pensei, já
conhecendo o restante da história, foi: “Cara, havia uma multidão de gente
tocando em Jesus!”. E todas aquelas pessoas que O tocavam não viveram o que
AQUELA MULHER viveu. A Bíblia não fala que todos eles experimentaram a cura de
Jesus. Mas todos eles O estavam tocando! Por que só AQUELA MULHER recebeu a
cura – uma cura tal que fez Jesus parar e perguntar quem O tinha tocado? E a
resposta é que não foi o simples “tocar em Jesus” o que curou aquela mulher –
como se a roupa de Jesus fosse mágica ou algo assim. Senão, ninguém precisaria
pedir que Jesus fizesse milagre nenhum, bastava dar um jeito de tocar nas Suas
vestes (P.S.: tem monte de gente achando que funciona assim por aí, hoje em
dia, hein?). Não tinha a ver com TOCAR em Jesus. Tinha a ver com QUE TOQUE foi
esse. Muitos O tocavam. Mas AQUELA MULHER O tocou de maneira diferente. Porque
seu toque foi acompanhado de FÉ. Fé genuína. Intensa. Viva. Real. Aquela de
Hebreus 11.1. E foi isso o que fez a diferença entre AQUELA MULHER e a multidão.
E é isso o que faz a diferença entre aqueles que estão experimentando dos
milagres de Deus e os que não estão. Aquela mulher creu no poder de Jesus – e foi
curada. Essa é uma reflexão acerca da nossa fé. Como ela está?
E o outro fato que eu gostaria de
destacar nesse texto são os versículos 46 e 47. A pergunta de Jesus foi
simples: “Quem me tocou?”. Que
pergunta mais sem sentido (pra não dizer outra coisa! :x), não é? Os próprios
discípulos se perguntaram isso: “Mestre,
as multidões te apertam e te oprimem e dizes: Quem me tocou?” (v.45b). Não
fazia sentido nenhum perguntar uma coisa daquelas naquela circunstância!
Contudo, o texto diz: “Como todos
negassem, Pedro [com seus companheiros] disse...”. Como todos negassem?
Como assim? TODOS ESTAVAM TOCANDO EM JESUS. Por que TODOS NEGARAM? E depois,
Jesus fala: “Alguém me tocou, porque
senti que de mim saiu poder” (v.46). Jesus não estava falando simplesmente
de “ter sido tocado”. Não era qualquer toque. Foi uma experiência de cura. E,
então, é quando aquela mulher SABE que era com ela. COMO ELA PODERIA SABER? Ela
estava no meio de uma MULTIDÃO! Aquilo que Jesus estava falando poderia servir
PARA QUALQUER UM! Como aquela mulher sabia que era COM ELA?
E a questão aqui é que a gente
sabe. A gente sabe quando NÓS tivemos uma experiência real com Cristo. E a
gente sabe quando Ele tá falando COM A GENTE. Não tem jeito! Não dá pra negar.
A gente simplesmente SABE. Como aquela mulher sabia. E Jesus já até sabia que
tinha sido ela, porque Ele é onisciente. Porém, Ele deu àquela mulher a
oportunidade de reconhecer para si mesma e mediante aquelas pessoas a
experiência que tinha vivido com o Messias! E isso é lindo! Você pode estar no
meio de uma multidão e mesmo assim saber quando o Senhor está falando COM VOCÊ.
Minha conversão foi assim. Eu estava num encontro com dezenas de jovens.
Muitos. E muitos deles estavam como essa multidão – chorando, indo atrás de
Jesus, apertando-O, pedindo milagres e etc... mas, naquele dia, no meio daquela
multidão, eu consegui apenas “tocas as Suas vestes”, e eu sabia que, dali em
diante, minha vida não seria mais a mesma. Foi comigo aquela experiência. A
gente sabe. A gente reconhece a voz dEle falando conosco. Porque essa Voz causa
em nós o que causou naquela mulher: “Vendo
a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante
dele, declarou, à vista de todo o povo...” (v.47).
Esse é o resultado de um TOQUE DE
FÉ. Temor a Deus (“aproximou-se trêmula”).
Adoração e rendição (“prostrando-se
diante dele”). Confissão e declaração pública de fé (“declarou, à vista de todo o povo”). É isso. A vida que acompanha
nossas experiências de fé no Cristo. Esses momentos em que fomos nós que
tocamos o Mestre, com nossa fé, e Ele nos muda completamente. Que nossos toques
sejam assim. Não como os da multidão, que estavam perto de Jesus, mas não
tiveram experiências reais com Ele. Mas como o dessa mulher, que em sua
humildade, sem ser vista por ninguém, sem nem conseguir tocar no próprio Jesus,
como muitas daquelas pessoas faziam, teve tal fé capaz de parar o Mestre, parar
a multidão, ter sua vida totalmente transformada e testemunhar de seu encontro
com o Cristo. Que esse seja o nosso encontro com Ele, dia a dia. Um encontro
que nos mude e gere em nós temor, rendição, adoração e testemunho. Que assim
seja. E o Nome de Jesus seja glorificado. Amém.
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