“Então, ele [Jesus] os ensinou:
Quando orardes, dizei:
Pai
Santificado seja o teu nome;
Venha o teu reino;
O pão nosso cotidiano dá-nos de
dia em dia;
Perdoa-nos os nossos pecados,
Pois também nós perdoamos a todo
o que nos deve;
E não nos deixes cair em tentação”
(Lucas 11.2-4)
Jesus ensina Seus discípulos a
orarem. Mas, se olharmos mais de perto, Seu ensino não é apenas sobre o momento
da oração. É sobre nossa vida. É sobre como cada um de Seus discípulos e
seguidores, o que inclui a nós, deve viver. Porque a oração deve ser um reflexo
de tudo aquilo em que cremos e em que baseamos a nossa vida diária. Portanto,
assim nos ensina Jesus a viver:
- Reconhecendo em Deus o nosso
Pai: relacionando-nos com Ele como filhos, que respeitam o seu pai, porém que
também possuem por ele afeição, amor, carinho, sentimentos. E que são
repreendidos e exortados por ele, mas também cuidados e abraçados. Uma relação
íntima, duradoura, indestrutível. Uma relação muito superior a de um amigo ou
de um servo com seu senhor. A relação entre um filho e o seu pai. O seu “papai”.
Aquela relação de confiança que faz com que uma criança pule das alturas para
os braços de seu pai quando ele chama. Aquela relação que faz com que uma
criança corra para os braços do seu pai quando algum perigo a ameaça. Aquela
relação que faz com que uma criança diga para aquele menino malvado que a está
ameaçando: “Vou contar pro meu pai!”. Essa é a relação que somos chamados a ter
com Deus. Intimidade. Proximidade. Afetividade. Confiança. Entrega. Amor.
- Revelando a Santidade de Deus:
reconhecendo, constantemente, que Ele é Santo. Totalmente Santo. Não deixando
que isso nos fuja à mente. Mas, principalmente, revelando, com as nossas vidas,
a Santidade de nosso Pai. Que nosso viver diário possa mostrar ao mundo que
somos filhos de um Deus que é Santo – e, por isso, também lutamos para nos
tornar santos, para sermos como nosso Pai é. Que nossa luta por santidade possa
revelar ao mundo que seguimos a um Deus completamente Santo. Que ela seja o
maior ensino sobre a Santidade de Deus. E o maior motivo para que o mundo que
nos cerca santifique o Nome do nosso Deus.
- Estabelecendo o reino de Deus
nesta vida: que o reino dEle venha – através de nós. Que nosso andar neste
mundo reflita o reino de Deus. Os valores do reino de Deus. As verdades do
reino de Deus. Que, por onde quer que formos, o jeito de DEUS REINAR possa
tornar-se real, vivo, palpável, por meio de nós. Que sejamos a imagem de como é
viver no reino de Deus. Que mostremos ao mundo como o reino dEle é e há de ser.
E que inauguremos o reino dEle hoje, aqui, todos os dias. Com nossas vidas. Com
nossas decisões, motivações, ações, sentimentos, planos, sonhos, enfim. Que
tudo o que somos possa ser reflexo de um reino que já se iniciou. Um novo jeito
da vida funcionar. Controlado por um Santo, Maravilhoso, Gracioso, Amoroso,
Justo Rei. E que, mesmo que ainda não esteja completo, já possui embaixadores
espalhados pelo mundo inteiro, responsáveis por levar Seu jeito de funcionar
para os quatro cantos desta terra. Nós. Estabelecedores do reino de Deus – aqui
e agora.
- Vivendo de dia em dia: o pão
nosso cotidiano, dado de dia em dia. A confiança na provisão diária de Deus. Confiança
de que nosso Deus não nos abandonará. Ele nos suprirá as necessidades. Não
todas de uma vez – mas de dia em dia. Assim, não ansiosos por saber como
acontecerão todos os capítulos desta novela. Mas descansados em provar do
cuidado diário de Deus. Satisfeitos em ver o Seu agir e provisão a cada dia.
Não olhando para ontem, nem cheios de preocupação com o fim dos nossos dias.
Mas vivendo um dia de cada vez. Pois confiamos em Quem cuida de nós. E que
nossa vida possa refletir isso ao mundo. A confiança em um Deus que não esquece
dos Seus e não os abandona – mas supre as suas necessidades, dia a dia.
- Reconhecendo-nos pecadores:
todos os dias. Lembrar quem somos. Lembrar de nossas fraquezas, de nossos
pecados, da maldade que habita em nós e do quanto somos necessitados da graça
de Deus que perdoa os nossos pecados. Reconhecer que somos pecadores e que
somos dependentes do favor dEle para viver. Que nossos méritos nunca serão
suficientes. Que nossa bondade nunca será tão grande quanto deveria. Que não
somos tão bons assim. Que não somos merecedores. Que tudo o que temos e somos
de bom é fruto de graça – e não de conquista. E, assim, poderemos ser livres
deste orgulho que tanto nos assedia. Humilhados, para que o Senhor possa nos
exaltar, em Sua graça. Diminuindo, para que Ele cresça. Que nunca nos
esqueçamos disso.
- Perdoando a todos os que nos
devem: porque sabemos que nós não merecemos, mas nosso Pai nos trata com graça.
Então, assim também nós trataremos os outros. Lembrando a forma como nosso Deus
trata com nossos pecados, nós também trataremos aqueles que pecam contra nós.
Porque nossa justiça não pode ser maior do que a de Deus. E se somos seus
filhos, é como Ele vive que nós devemos viver. E se somos tão dependentes e tão
devedores de Sua graça, Seus favores imerecidos dados a nós, não podemos tratar
os que nos devem de forma diferente. Perdoamos porque fomos perdoados. Amamos
porque fomos amados. E que nossa reação aos que nos devem, aos que pecam contra
nós também possa refletir Quem é o nosso Deus.
- Lembrando das tentações que nos
cercam: e que elas virão. Que elas nos acompanharão por todo o caminho. E que
nós precisaremos de ajuda. A ajuda de nosso Pai. Não nos enganar, achando que
porque tudo parece estar tão bem, podemos descansar e deixar de vigiar. Não.
Permanecer atentos e vigilantes, porque seremos tentados. Várias e várias
vezes. Cotidianamente. E podemos cair em nossas tentações. E precisamos da
ajuda de Deus para que isso não aconteça. Precisamos estar próximos a Ele.
Precisamos manter nossos olhos fixos nEle, nossos ouvidos atentos à Sua voz que
nos alerta quando a tentação vem, prontos a enxergar Sua mão sendo estendida a
nós e segurá-la. Mas, para tudo isso, precisamos estar perto dEle. Na hora da
tentação, é a presença e a companhia de nosso Pai que poderá nos salvar.
Mantenhamos-nos próximos a Ele.
E que nossa oração possa ser
apenas um reflexo de nossa vida. Nunca duas coisas opostas. Nunca diferentes.
Mas concordantes. Uma imagem da outra. Que nossas orações não sejam apenas
palavras. Que nossa fé não seja apenas palavras. Que nossa fé e nossas orações
sejam acompanhadas por nossa vida. Para que o mundo possa reconhecer – por meio
do que falamos e por meio do que vivemos – Quem é o Deus a quem seguimos e
pertencemos. E O glorifique. Assim possa ser. Amém.
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