“É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado
pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no
terceiro dia, ressuscite” (Lucas 9.22)
É necessário. Sofrimento.
Rejeição. Morte. Era NECESSÁRIO. Esse era o caminho do Messias. E Jesus estava
falando a respeito de si mesmo.
Todos nós queremos a
ressurreição. Todos queremos a glória do Messias – ser como Ele é em todo o Seu
resplendor e glória, na eternidade de gozo e paz que teremos ao lado do
Salvador, que será Rei sobre toda a terra. Ah, todos queremos. Queremos a
coroa. Queremos os joelhos dobrados. Queremos ser reconhecidos. Queremos a
ressurreição. Mas queremos a MORTE que a antecede? Queremos o sofrimento e a
rejeição? Queremos a coroa de espinhos tanto quanto a de ouro? Queremos o
abandono tanto quanto a morada celestial? Queremos o peso de uma cruz tanto
quanto a ascensão ao céu? Porque, para que o Mestre chegasse ao Seu ponto de
glorificação – a ressurreição, primeiro lhe foi necessário sofrer muitas
coisas, ser rejeitado por todos os líderes de sua religião e, finalmente, ser
morto. Foi-lhe NECESSÁRIO. Acaso é o discípulo maior do que o seu Mestre?
A vida cristã consiste em seguir
os passos de Jesus. Isso é ser discípulos. E quando somos chamados para ser
como o Cristo, não é apenas no amor, na alegria e no bem para com todos. É
também na maneira que reagimos quando somos injustiçados, quando somos
abandonados pelos que se juravam nossos melhores amigos, quando somos
rejeitados e humilhados, quando sofremos nossas piores dores e nossos amigos
dormem ou fogem, quando nos sentimos tão sós a ponto de sentir que o próprio
Pai nos abandonou... a forma como carregamos a nossa cruz – ainda estando
machucados, ensanguentados, doloridos, cheios de chagas. Isso é ser Cristão.
Ser como Cristo em TODAS AS COISAS.
E é exatamente o que Jesus
continua falando após esse versículo:
“Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (v.23)
O caminho para seguir Jesus é de
negação. Negar a si mesmo. Não existe outro caminho. A Bíblia Viva diz: “Aquele que quiser Me seguir, deve pôr de lado seus próprios desejos e
carregar sua cruz cada dia”. E quando Jesus diz: “tome
a sua cruz, dia a dia, e siga-me”, esse convite para seguir Jesus, após tomar a
sua cruz, era pra onde? Era para o Gólgota. Seguir Jesus até o monte em que a
crucificação ocorreria. Tomar a cruz é aceitar morrer. Dar sua vida. Abrir mão.
Entregar tudo. Estar disposto a carregar o fardo e o peso da cruz. A sentir
dor. A sentir-se solitário, muitas vezes. A sentir-se humilhado e desprezado.
Até mesmo abandonado pelo Pai. Foi assim quando Jesus tomou a Sua cruz. Esse
foi Seu caminho de cruz. E é o de todo aquele que resolve tomar cruz também.
Compreender que haverá morte. Mas fazer como Abraão – só que o sacrifício, ao
invés de ser de seu filho, seria de si mesmo.
Por quê?
Porque a lógica de Deus não é a nossa lógica. “Pois quem quiser salvar a sua vida perde-la-á; quem perder a vida por
minha causa, esse a salvará” (v.24). Porque, na lógica de Deus, ganha quem
perde. Vive quem morre. É o primeiro quem é o último. É o maior quem é o menor.
É exaltado quem se humilha. Bem-aventurado é o que chora, o que tem fome e
sede, o que é perseguido. Essa é a lógica de Deus. Totalmente oposta à nossa. E
se realmente desejamos nos tornar mais parecidos com Jesus, são essas coisas
que precisamos começar a ver em nossas vidas. Se o que estamos vivendo se
parece com o que Jesus viveu – e se estamos aprendendo a reagir como Ele
reagiu. A olhar como Ele olhou. A valorizar as coisas que Ele valoriza.
Esse é o
caminho que somos chamados a percorrer. Um caminho que pode parecer tão duro e
cinza, às vezes. Mas, lembremos, que é o mesmo caminho que o nosso Mestre
trilhou. O mesmo caminho que O conduziu à vida plena e eterna. À verdadeira
glória. Portanto, um caminho que terminará em muito, muito gozo, paz e
felicidade. Podemos confiar. Não é o discípulo maior do que o seu Mestre.
Aquele que partilhar da morte de Cristo, também partilhará de Sua ressurreição.
Essa é a promessa que nos foi feita. Mas não há ressurreição sem morte.
Portanto, que a morte venha. Que venham os caminhos duros. Porque, no fim,
alcançaremos a glória de toda nossa existência – ser como o nosso Mestre.
E eu termino
com uma música que amo demais e que fala exatamente sobre isso. Espinhos, Grupo
Logos. E que o Nome de Jesus cresça – e o nosso diminua. Toda honra e glória a
Ele. Amém.
Senhor Jesus, eu não entendo o espinho
Mas se a cruz
é o fim deste caminho
Dá-me mais
graça, não sou maior que o meu Senhor
Apenas servo
sou, apenas servo e nada mais.
Se as pontas
aguçadas da coroa Te feriram, ó Cabeça
Eu que sou
corpo, parte do Teu corpo, não devo reclamar.
Dá-me mais
graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Passa os Teus
dedos nos meus olhos, vem me consolar
Dá-me mais
graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Faze-me em
Cristo, outra vez
Ser mais que
vencedor
Senhor Jesus,
ainda não entendo o espinho
Mas se o
mesmo faz parte da Tua cruz
Eu o aceito,
não sou maior que o meu Senhor
Apenas servo
sou, apenas servo e nada mais.
Senhor, se
estou por Ti sendo provado quero aprovado ser agora
Sei o que
tens a dizer, e creio nisto também, basta-me a graça.
Dá-me mais
graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Passa os Teus
dedos nos meus olhos, vem me consolar
Dá-me mais
graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Faze-me em
Cristo, outra vez
Ser mais que
vencedor
Um vencedor
em Cristo
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