sexta-feira, 4 de março de 2016

Quaresma – Dia 22: É o discípulo maior que o seu Mestre?



“É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite” (Lucas 9.22)

É necessário. Sofrimento. Rejeição. Morte. Era NECESSÁRIO. Esse era o caminho do Messias. E Jesus estava falando a respeito de si mesmo.

Todos nós queremos a ressurreição. Todos queremos a glória do Messias – ser como Ele é em todo o Seu resplendor e glória, na eternidade de gozo e paz que teremos ao lado do Salvador, que será Rei sobre toda a terra. Ah, todos queremos. Queremos a coroa. Queremos os joelhos dobrados. Queremos ser reconhecidos. Queremos a ressurreição. Mas queremos a MORTE que a antecede? Queremos o sofrimento e a rejeição? Queremos a coroa de espinhos tanto quanto a de ouro? Queremos o abandono tanto quanto a morada celestial? Queremos o peso de uma cruz tanto quanto a ascensão ao céu? Porque, para que o Mestre chegasse ao Seu ponto de glorificação – a ressurreição, primeiro lhe foi necessário sofrer muitas coisas, ser rejeitado por todos os líderes de sua religião e, finalmente, ser morto. Foi-lhe NECESSÁRIO. Acaso é o discípulo maior do que o seu Mestre?

A vida cristã consiste em seguir os passos de Jesus. Isso é ser discípulos. E quando somos chamados para ser como o Cristo, não é apenas no amor, na alegria e no bem para com todos. É também na maneira que reagimos quando somos injustiçados, quando somos abandonados pelos que se juravam nossos melhores amigos, quando somos rejeitados e humilhados, quando sofremos nossas piores dores e nossos amigos dormem ou fogem, quando nos sentimos tão sós a ponto de sentir que o próprio Pai nos abandonou... a forma como carregamos a nossa cruz – ainda estando machucados, ensanguentados, doloridos, cheios de chagas. Isso é ser Cristão. Ser como Cristo em TODAS AS COISAS.

E é exatamente o que Jesus continua falando após esse versículo:

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (v.23)

O caminho para seguir Jesus é de negação. Negar a si mesmo. Não existe outro caminho. A Bíblia Viva diz: “Aquele que quiser Me seguir, deve pôr de lado seus próprios desejos e carregar sua cruz cada dia”. E quando Jesus diz: “tome a sua cruz, dia a dia, e siga-me”, esse convite para seguir Jesus, após tomar a sua cruz, era pra onde? Era para o Gólgota. Seguir Jesus até o monte em que a crucificação ocorreria. Tomar a cruz é aceitar morrer. Dar sua vida. Abrir mão. Entregar tudo. Estar disposto a carregar o fardo e o peso da cruz. A sentir dor. A sentir-se solitário, muitas vezes. A sentir-se humilhado e desprezado. Até mesmo abandonado pelo Pai. Foi assim quando Jesus tomou a Sua cruz. Esse foi Seu caminho de cruz. E é o de todo aquele que resolve tomar cruz também. Compreender que haverá morte. Mas fazer como Abraão – só que o sacrifício, ao invés de ser de seu filho, seria de si mesmo.

Por quê? Porque a lógica de Deus não é a nossa lógica. “Pois quem quiser salvar a sua vida perde-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará” (v.24). Porque, na lógica de Deus, ganha quem perde. Vive quem morre. É o primeiro quem é o último. É o maior quem é o menor. É exaltado quem se humilha. Bem-aventurado é o que chora, o que tem fome e sede, o que é perseguido. Essa é a lógica de Deus. Totalmente oposta à nossa. E se realmente desejamos nos tornar mais parecidos com Jesus, são essas coisas que precisamos começar a ver em nossas vidas. Se o que estamos vivendo se parece com o que Jesus viveu – e se estamos aprendendo a reagir como Ele reagiu. A olhar como Ele olhou. A valorizar as coisas que Ele valoriza.

Esse é o caminho que somos chamados a percorrer. Um caminho que pode parecer tão duro e cinza, às vezes. Mas, lembremos, que é o mesmo caminho que o nosso Mestre trilhou. O mesmo caminho que O conduziu à vida plena e eterna. À verdadeira glória. Portanto, um caminho que terminará em muito, muito gozo, paz e felicidade. Podemos confiar. Não é o discípulo maior do que o seu Mestre. Aquele que partilhar da morte de Cristo, também partilhará de Sua ressurreição. Essa é a promessa que nos foi feita. Mas não há ressurreição sem morte. Portanto, que a morte venha. Que venham os caminhos duros. Porque, no fim, alcançaremos a glória de toda nossa existência – ser como o nosso Mestre.

E eu termino com uma música que amo demais e que fala exatamente sobre isso. Espinhos, Grupo Logos. E que o Nome de Jesus cresça – e o nosso diminua. Toda honra e glória a Ele. Amém.




Senhor Jesus, eu não entendo o espinho
Mas se a cruz é o fim deste caminho
Dá-me mais graça, não sou maior que o meu Senhor
Apenas servo sou, apenas servo e nada mais.

Se as pontas aguçadas da coroa Te feriram, ó Cabeça
Eu que sou corpo, parte do Teu corpo, não devo reclamar.

Dá-me mais graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Passa os Teus dedos nos meus olhos, vem me consolar
Dá-me mais graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Faze-me em Cristo, outra vez
Ser mais que vencedor

Senhor Jesus, ainda não entendo o espinho
Mas se o mesmo faz parte da Tua cruz
Eu o aceito, não sou maior que o meu Senhor
Apenas servo sou, apenas servo e nada mais.

Senhor, se estou por Ti sendo provado quero aprovado ser agora
Sei o que tens a dizer, e creio nisto também, basta-me a graça.

Dá-me mais graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Passa os Teus dedos nos meus olhos, vem me consolar
Dá-me mais graça, Senhor! Dá-me mais graça!
Faze-me em Cristo, outra vez
Ser mais que vencedor

Um vencedor em Cristo

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