“Ele, porém, querendo
justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?” (Lucas 10.29)
E, por meio de uma parábola,
Jesus responde:
Teu próximo é todo aquele que, no
decorrer de teu caminho, precisar de você. Todo aquele que, estando ferido, abandonado,
desprezado, saqueado surgir à beira do caminho pelo qual passas. Todo aquele
que precisar da tua ajuda. Material, emocional, física, espiritual, social.
Este é o teu próximo.
E você perguntará: “- E o que eu
devo fazer por ele?”
Você deve amá-lo. E amar
significa doar-se. Significa parar um pouco, em seu caminho, desviar um pouco
os olhos do ponto aonde se estava indo, do compromisso que lhe esperava, da
atividade religiosa que você tinha a fazer, para olhar para o lado, reconhecer
quem está jogado às margens de sua estrada, aproximar-se dele, ter piedade de
sua dor, cuidar de seus ferimentos, tomar de seu óleo e seu vinho para ajudar
suas feridas a cicatrizarem, deixar o conforto do animal que o transportava até
então e oferece-lo para transportar aquele que, naquele momento, precisa mais
do que você, decidir vivenciar o incômodo e o desconforto por um tempo, para
que aquele que precisa de comodidade e conforto naquela hora possa
desfruta-los, procurar junto àquele estranho o auxílio e repouso que ele
precisa, e certificar-se de não deixa-lo por conta própria, mas sob os cuidados
de alguém que esteja por perto para garantir sua recuperação, tomando sobre
você mesmo todos os custos e cobranças provenientes desta atenção oferecida e
comprometendo-se a arcar com eles. Isso é amor. Isso é AMAR AO PRÓXIMO COMO A
SI MESMO.
Isso é o que todos nós, fariseus
mascarados, precisamos aprender. A pensar menos em nós mesmos e nossa
necessidade de cumprir nossos caminhos, nossos objetivos, nossas atividades,
nossas rotinas – e reconhecer que há um outro PRÓXIMO A NÓS, que precisa ser
enxergado e amado. E que, se queremos herdar a vida eterna, este é o caminho.
Amar a Deus sobre todas as coisas culmina no amor ao PRÓXIMO como amamos a nós
mesmos. E nos preocupar com o outro tanto quanto nos preocupamos com nós
mesmos. E fazer pelo outro o que fazemos por nós mesmos. E colocar o outro em
nosso lugar. E nos colocar no lugar dele. E abrir mão de nosso conforto e comodidade
para oferece-los a quem precisa mais do que nós. E como tudo isso é difícil. Mas
isso é amor.
“Qual destes três te parece ter
sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu-lhe o
intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, [Jesus] lhe
disse: Vai e procede tu de igual modo” (Lucas 10.36-37)
Saber quem é o seu próximo,
descobrir onde ele está, enxerga-lo não é suficiente. É preciso ir e proceder de igual modo. Usar de
misericórdia. Ser para com o outro como aquele samaritano foi para com aquele
viajante. Reconhecer o seu próximo – e amar. Nosso maior desafio de vida. Saber
trilhar nossos caminhos de tal maneira que nossos próximos não nos passem
despercebidos – e que não os ignoremos, negligenciemos, calemos, em função das
nossas tantas preocupações, sejam elas quais forem. E, ao encontra-los,
ama-los. Doar-nos. Oferecer nosso melhor. Nosso grande desafio. Ser como Jesus.
Que Ele nos ajude, para Sua glória neste mundo. Amém.
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